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Cientistas querem que a NASA também envie sonda a Encélado, lua de Saturno

Por| 07 de Abril de 2020 às 12h15

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NASA
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Depois de a NASA oficializar a missão Dragonfly, que estudará de pertinho a lua Titã, de Saturno, cientistas insistem para que a agência espacial também considere enviar uma sonda a Encélado, outra lua do mesmo gigante gasoso — esta que chama atenção por abrigar moléculas orgânicas complexas nas plumas líquidas expelidas por meio de rupturas em sua superfície, indicando que este mundo abriga um oceano abaixo de sua crosta congelada. A ideia é descobrir se existe, nessas águas, algum tipo de vida microbiana, tal qual será feito em Europa, lua de Júpiter que receberá a sonda Europa Clipper dentro de alguns anos.

Encélado é um pequeno mundo com apenas 504 km de diâmetro. Hoje, sabemos muito mais a seu respeito graças ao trabalho da missão Cassini, que estudou Saturno e suas luas anos atrás, antes de "morrer" em 2017, quando entrou na espessa atmosfera do planeta ao final de sua missão.

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Na visão de Amanda Hendrix, do Instituto de Ciências Planetárias nos Estados Unidos, "Encélado é o único mundo que atende aos requisitos canônicos de habitabilidade" e, por isso, "o próximo passo é procurar assinaturas de vida nos materiais oceânicos de Encélado", justamente porque essa lua "facilita isso por ejetar seu material oceânico ao espaço". Ela é uma defensora da ideia de que a NASA deveria encarar esta lua de Saturno como mesmo carinho que está encarando Titã e Europa.

Recentemente, duas missões foram propostas para que a agência espacial enviasse uma sonda a Encélado, mas elas não foram selecionadas, no fim das contas, com Titã sendo a vencedora desta rodada. Ainda, Hendrix defende que Encélado seria uma melhor candidata a receber uma missão exploratória presencial do que Europa, mesmo que ambas abriguem oceanos líquidos em seu interior e que ambas liberem jatos desse oceano ao espaço, por meio de estruturas similares a gêiseres.

É que os jatos ejetados da lua de Saturno atingem uma extensão de 500 km acima de sua crosta, pois o objeto é pequeno e com pouca atração gravitacional para "puxar" esses jatos de volta. Já na lua Europa, que tem 3.120 km de diâmetro, esses jatos são expelidos a uma distância bastante menor, porque sua atração gravitacional é mais intensa. Ou seja: os jatos de Encélado fornecem uma quantidade maior de material para ser coletado por uma sonda sobrevoando a região, que poderia realizar este trabalho mais facilmente do que na lua joviana. Em Encélado, tal nave não precisaria ser capaz de pousar na superfície, tampouco perfurar a crosta congelada para estudar seu oceano oculto — o que faria de uma missão a esta lua de Saturno muito mais econômica e de mais rápido desenvolvimento, provavelmente.

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Para Hendrix, "o oceano em Encélado poderia ser o anfitrião de toda uma gênese separada da vida". Tal oceano "pode ser desabitado ou pode estar em um estado prebiótico, mas, independentemente disso, qualquer missão enviada para lá fornecerá descobertas inovadoras", conclui.

Fonte: Space.com