China cria novos foguetes de combustível sólido para ampliar potência espacial
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 18 de Março de 2022 às 17h10
Diversas empresas estatais da China estão trabalhando para construir uma série de foguetes de combustível sólido para atender à crescente demanda do país — e, assim, estabelecer sua potência espacial completa. O primeiro desses veículos, chamado Jielong-3, está previsto para ser lançado em setembro deste ano.
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Também conhecido como Smart Dragon-3, o Jielong-3 será lançado tanto da terra quanto do mar — inclusive, a China desenvolveu novas instalações para lançamentos marítimos. O objetivo é reduzir a sobrecarga de demandas dos principais espaçoportos do país e flexibilizar os lançamentos.
O novo foguete de combustível sólido é desenvolvido pela Academia Chinesa de Tecnologia de Veículos de Lançamento (CALT), subordinada à China Aerospace Science and Technology Corp. (CASC) — principal fabricante de espaçonaves chinesas —, e é o mais recente de um linha de foguetes de potência parecida.
Enquanto os foguetes de carga leve se concentram em lançamentos mais ágeis a partir de diversos espaçoportos, os de carga pesada forneceriam opções capazes de implementar estruturas como estação espaciais, constelação de satélites e até mesmo a alcançar o espaço profundo.
O Jielong-3 terá capacidade de enviar até 1.500 kg de carga útil para uma órbita síncrona do Sol a 500 km de altitude. Os foguetes da série Smart Dragon, são conduzidos pela filial da CALT, a China Rocket. O menor deles, o Smart Dragon-1, foi lançado uma única vez em agosto de 2019.
Ampliando as opções de foguetes na China
A CAS Space, empresa desmembrada da Academia Chinesa de Ciências (CAS), também trabalha em foguetes de combustível sólido. Em novembro do ano passado, um teste em solo foi realizado com o foguete de quatro estágios ZK-1A, cujo primeiro lançamento deve acontecer em breve.
Ele também terá capacidade de transportar até 1.500 kg de carga útil para o mesmo tipo de órbita do Jielong-3. Em 2021, o módulo maior da empresa, o ZK-2, estava programado para voar até o final desse ano, podendo lançar até 3.550 kg em uma órbita síncrona do Sol a 700 km de altitude.
Todos esses modelos superam a capacidade de envio do Long March 11, o principal e mais potente foguete de combustível sólida da China. Enquanto isso, a estatal CASIC, um “irmã” da CASC, desenvolve a série de foguetes Kuaizhou — o Kuaizhou-1A já decolou 14 vezes.
O maior da série, chamado Kuaizhou-31, lançará até 70 mil kg apara a órbita terrestre baixa — cerca de três vezes a capacidade do maior foguete da China, o Long March 5B. A CASIC planeja estabelecer uma constelação de 80 satélites de banda estreita que será operada pela filial Leobit.
Para este ano, a CASC almeja realizar mais de 50 lançamentos, mas apenas alguns devem utilizar o Long March 11 e o Jielong-3. A China também trabalha para testar um novo Long March 6A, que testará pela primeira vez a combinação de combustíveis sólido e líquido.
Fonte: Via SpaceNews