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Dióxido de carbono na lua Europa pode ter vindo de oceano subterrâneo

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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 NASA, JPL-Caltech, SwRI, MSSS; Andrea Luck
NASA, JPL-Caltech, SwRI, MSSS; Andrea Luck

Dióxido de carbono relativamente recente foi encontrado em uma região da superfície congelada de Europa, uma das luas de Júpiter. O composto foi detectado pelo telescópio James Webb e, para os cientistas, provavelmente veio do oceano na subsuperfície deste satélite natural.

Europa é um pouco menor que nossa Lua, e sua crosta congelada esconde um oceano de água líquida que se estende por até 160 km. Entretanto, os cientistas ainda não confirmaram se este oceano tem carbono e outros elementos necessários para a vida como conhecemos, mas com a descoberta, podem estar mais próximos disso.

Os dados do Webb mostraram que o dióxido de carbono é mais abundante em Tara Regio, uma região geologicamente jovem desta lua. O gelo na superfície sofreu perturbações, e provavelmente houve alguma troca de material entre o oceano na subsuperfície e o gelo que cobre Europa.

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Samantha Trumbo, autora principal de um dos estudos sobre os novos dados, explica que a concentração de dióxido de carbono ali implica que ele veio do oceano da lua. Como o composto não é estável na superfície de Europa e está concentrado em uma área jovem, os cientistas acreditam que ele foi para lá recentemente (em termos geológicos).

Apesar de o dióxido de carbono já ter sido revelado no gelo de Europa em outros estudos, ainda não estava claro se ele apareceu lá porque veio do oceano ou se pegou uma “carona cósmica” em meteoritos que atingiram a lua. Os novos dados do Webb deixaram a origem menos misteriosa: o composto foi encontrado em uma área dominada por rachaduras no gelo, causadas por blocos forçados à superfície graças a processos geológicos.

Os cientistas também usaram os recursos do Webb para procurar evidências de plumas de vapor d’água expelidas da superfície de Europa, já que o telescópio Hubble as encontrou em suas observações. Os novos dados não mostraram atividade do tipo, mas isso não significa que não ocorram. “Há sempre a possibilidade de que estas plumas sejam variáveis, e que você só pode vê-las em alguns momentos”, acrescentou o coautor Heidi Hammel.

Este é apenas o começo de descobertas sobre Europa, já que Trumbo e seus colegas conseguiram mais tempo de observação com o Webb para estudar a lua novamente. Enquanto isso, a sonda europeia JUICE está seguindo viagem a Júpiter e seus satélites naturais; quando chegar lá, suas observações podem ajudar os cientistas a entender melhor Europa, seus compostos e a habitabilidade por lá.

Os artigos com os resultados foram publicados na revista Science.

Fonte: Science (1, 2); Via: NASA, Scientific American