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Lua Europa pode ter lagos pouco abaixo de sua superfície congelada

Por| 13 de Outubro de 2022 às 14h28

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 NASA, JPL-Caltech, SwRI, MSSS; Andrea Luck
NASA, JPL-Caltech, SwRI, MSSS; Andrea Luck
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Plumas líquidas e atividades vulcânicas na lua Europa podem ser causadas por lagos rasos em sua crosta congelada. É o que indicam pesquisas recentes sobre este satélite natural de Júpiter, que será estudado de perto pela missão Europa Clipper, da NASA, dentro de alguns anos.

Há um certo tempo têm-se fortes evidências de que Europa abriga um oceano global subterrâneo, mas os novos estudos indicam que, além de tais lagos, a lua joviana também aparenta ter reservatórios de água salgada que poderiam ser facilmente acessados por meio de sondas que pousem na superfície.

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Com base em dados da missão Galileo, pesquisadores entenderam que tais reservatórios podem existir tanto próximos à superfície, quanto alguns quilômetros abaixo dela.

A missão Europa Clipper deve ser lançada em 2024 e novas pesquisas como esta ajudam os cientistas a direcionar melhor a missão para tentar, primeiro, confirmar tais reservatórios de água e, então, verificar a possibilidade de haver algum tipo de vida nessas águas. A sonda vai orbitar Júpiter e, em cada aproximação com a lua Europa, acionará seus instrumentos científicos para coletar dados valiosos. Estão planejados cerca de 50 sobrevoos do tipo.

A nova pesquisa foi publicada no Planetary Science Journal e, por meio de modelagem computacional, mostra que, se houver mesmos erupções de água em Europa, elas provavelmente vêm desses lagos rasos, e não do ainda suposto oceano subterrâneo. “Nossos resultados fornecem novos insights sobre a profundidade da água que está impulsionando a atividade da superfície, incluindo plumas. E a água deve ser rasa o suficiente para ser detectada por vários instrumentos Europa Clipper”, disse Elodie Lesage, cientista da NASA que faz parte da missão Europa Clipper.

Diferentes tipos de gelo em Europa

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De acordo com a modelagem do estudo, reservatórios líquidos de Europa podem estar presentes entre 4 e 8 quilômetros da superfície, sendo que, ali, este gelo seria mais frio e quebradiço.

"Isso ocorre porque o gelo subterrâneo não permite a expansão: à medida que os bolsões de água congelam e se expandem, eles podem quebrar o gelo ao redor e desencadear erupções, como uma lata de refrigerante em um freezer explode. E os bolsões de água que estouram provavelmente seriam largos e planos como panquecas", explica a NASA.

Mas os modelos também sugerem a presença de reservatórios mais profundos, localizados a mais de 8 km abaixo da crosta. Esses empurrariam o gelo mais quente ao seu redor durante sua expansão. A NASA descreve que "esse gelo é macio o suficiente para agir como uma 'almofada', absorvendo a pressão em vez de estourar; em vez de agir como uma lata de refrigerante, esses bolsões de água se comportariam mais como um balão cheio de líquido, onde o balão simplesmente se estica enquanto o líquido dentro dele congela e se expande".

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A sonda Europa Clipper chegará à órbita de Júpiter em 2030, caso seja mesmo lançada em 2024. Espera-se que a missão confirme tudo isso que se especula sobre Europa — e, quem sabe, que suas águas subterrâneas abriguem algum tipo de vida, ainda que microbiana. Afinal, não custa sonhar.

Fonte: Planetary Science JournalNASA