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Asteroide Vesta pode ser fragmento de um planeta da infância do Sistema Solar

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É possível que Vesta, um grande asteroide do nosso Sistema Solar, seja um pedaço de um antigo planeta que teria sido arrancado após uma colisão violenta há 4,5 bilhões de anos. É o que descobriram pesquisadores liderados por Seth Jacobson, da Universidade Michigan State, nos Estados Unidos. As descobertas foram publicadas na revista Nature Astronomy. 

Vesta mede 525 km de diâmetro e é o segundo maior objeto do Cinturão de Asteroides. Até então, os cientistas consideravam que Vesta é um protoplaneta, ou seja, um corpo rochoso que sobrou da infância do Sistema Solar e que nunca chegou a se tornar um planeta propriamente dito. Se a conclusão do novo estudo estiver correta, então a natureza de Vesta é outra. 

Neste trabalho, os pesquisadores mapearam o campo gravitacional de Vesta e seu movimento pelo espaço — estes dados, especificamente, interessavam a equipe porque poderiam revelar se o asteroide tem um núcleo denso ou se sua estrutura é mais homogênea. Uma análise conduzida em 2012 sugeriu que Vesta tinha núcleo próprio, ou seja, parecia ser um protoplaneta. 

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Mas o novo estudo mostrou algo diferente: Vesta não tem um núcleo denso. “A falta de núcleo foi muito surpreendente. É uma forma realmente diferente de pensarmos em Vesta”, observou Jacobson. O problema é que a superfície do asteroide é coberta por materiais criados por processos vulcânicos, os quais produzem calor interno o suficiente no asteroide para que os elementos mais pesados afundem em direção ao núcleo.

Só que os dados gravitacionais sugerem que isso não aconteceu. Por outro lado, existem asteroides que vieram de Vesta e que têm características que reforçam a interpretação vulcânica. Para Jacobson, parece haver duas explicações para esta discrepância: uma delas sugere que Vesta começou a sofrer diferenciação, mas parou. 

Origem de Vesta

A outra — que é a favorita de Jacobson — indica que Vesta foi arrancado de algum planeta devido a um grande impacto. Assim, se o asteroide realmente tiver vindo de outro mundo diferenciado e com vulcanismo mais espalhado por sua estrutura, então isso explicaria o porquê de Vesta ter rochas vulcânicas, mas não ter passado pela diferenciação. 

Se Vesta realmente tiver vindo de algum planeta, é possível que outros asteroides também sejam fragmentos planetários arrancados de seus respectivos mundos originais — e a descoberta pode muito bem mudar o que se sabe sobre os asteroides conhecidos. 

“A coleção de meteoritos de Vesta não é mais uma amostra de um corpo no espaço que não conseguiu se tornar um planeta ‘de verdade’”, disse Jacobson. “Esses meteoritos podem ser pedaços de um planeta antigo antes que ele crescesse completamente. Só que ainda não sabemos que planeta é esse”, finalizou.  

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Fonte: Space.com