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Asteroide "assassino de planetas" é encontrado perto da órbita da Terra

Por| Editado por Patricia Gnipper | 31 de Outubro de 2022 às 17h09

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DOE/FNAL/NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine
DOE/FNAL/NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine

Três novos asteroides, incluindo um “assassino de planetas”, foram encontrados no Sistema Solar mais interno — ou seja, perto das órbitas de Vênus e Mercúrio. Essa é uma região extremamente difícil de observar devido ao brilho do Sol.

Asteroides do Sistema Solar interno

A maioria esmagadora dos asteroides catalogados pelos astrônomos estão na órbita externa e fazem parte de populações enormes, como o Cinturão Principal, entre as órbitas de Marte e Júpiter, ou os troianos, que acompanham o planeta gigante gasoso.

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Por outro lado, pouco se sabe sobre as rochas espaciais nas regiões mais próximas ao Sol. É que para tentar encontrar corpos celestes em órbitas internas, os telescópios precisam usar uma janela de observação no crepúsculo ou no amanhecer.

Durante o dia, a luz solar ofusca quase todos os objetos no céu — com algumas exceções como a Lua, na fase nova, e Vênus, que costuma aparecer durante as primeiras horas do dia. Em ambos os casos, isso ocorre por esses corpos serem muito brilhantes.

Já os asteroides, entretanto, são muito pequenos e pouco reflexivos. Normalmente, suas composições absorvem muita luz, o que os tornam mais escuros e difíceis de detectar. Durante a noite, os telescópios só podem observar o Sistema Solar externo — Marte e além.

Três asteroides descobertos

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Apesar dessas dificuldades, os cientistas deram um jeitinho de procurar por asteroides no Sistema Solar mais interno. Eles usaram um telescópio do Observatório Interamericano Cerro Tololo durante o crepúsculo e encontraram três grandes objetos próximos da Terra.

Neste observatório, está o Telescópio Víctor M. Blanco, de 4 metros, equipado com a Dark Energy Camera (DECam), uma câmera utilizada para pesquisas sobre a energia escura do universo. Ela se mostrou também bastante útil na busca por esses asteroides.

Para essas observações, os astrônomos têm apenas 10 minutos a cada início de noite e precisam lidar com um céu ainda brilhante, já que a luz solar Sol ainda não deu lugar à escuridão.

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Além disso, é preciso apontar os telescópios para perto do horizonte, o que torna tudo ainda mais difícil — os telescópios precisam enfrentar uma camada bem mais espessa da atmosfera da Terra, resultando em distorções nas imagens. Mesmo com todos esses obstáculos, eles encontraram três asteroides gigantes, um deles relativamente próximo da Terra.

São eles:

2022 AP7

Com 1,5 km de largura, este asteroide tem as características de um “assassino de planetas”, já que suas dimensões podem causar uma destruição enorme se cair em algum mundo.

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Ele é do tipo Apollo, um grupo conhecido por estar próximo à Terra, e cruza a órbita da Terra durante sua jornada em torno do Sol. Seu período orbital (tempo que leva para completar uma volta ao redor do Sol) é de 5 anos e existe algum risco de se colocar em uma órbita perigosa para a Terra.

2021 LJ4

Com período orbital de 0,55 ano, este asteroide de 300 a 400 m de diâmetro pertence ao grupo Atira, família cujas órbitas estão inteiramente confinadas dentro da órbita da Terra — nunca cruzam a trajetória do nosso planeta, embora o LJ4 cruze as órbitas de Vênus e Mercúrio.

2021 PH27

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Este é o mais interno dos três novos asteroides. Na verdade, é o mais interno de todos já encontrados e, durante metade de uma volta ao redor do Sol ele fica mais próximo à estrela do que Mercúrio.

Além disso, ele tem um período orbital de apenas 113 dias, tornando-se o objeto que leva menos tempo para completar uma rotação. Apenas Mercúrio percorre o Sol em menos tempo: 88 dias.

Com isso, o PH27 tem os maiores efeitos gravitacionais de todos os objetos no Sistema Solar. Por fim, sua órbita elíptica o faz atravessar as órbitas de Mercúrio e Vênus, mas sem risco de se aproximar da órbita terrestre. Embora o 2022 AP7 tenha alguma chance de se tornar perigoso para a Terra, não há riscos de impacto.

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O estudo foi publicado no The Astronomical Journal.

Fonte: The Astronomichal Journal; Via: NOIRlab