Após 45 anos, Rússia enviará uma nova sonda para a Lua em 2021
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 15 de Abril de 2021 às 12h35
Em 1976, a então União Soviética lançava a sonda Luna 24 com o objetivo de pousar na Lua e retornar de lá com amostras do solo. Agora, a agência espacial russa (Roscosmos) pretende retomar sua herança na exploração lunar e enviar para lá, ainda este ano, a Luna 25 — a primeira de uma série de novas missões espaciais nos planos da agência.
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Assim como outras agências, a Roscosmos também planeja enviar suas sondas para exploração das regiões do polo sul da Lua. Isso porque, nas crateras que ficam permanentemente na sombra, encontra-se gelo de água — recurso fundamental para estabelecimento de bases lunares no futuro ou até mesmo para missões de seus cosmonautas.
Para dar fim a este longo período sem “pisar” na Lua, a Roscosmos pretende enviar a Luna 25 ainda em outubro deste ano. A sonda foi desenvolvida para estudar o gelo abaixo da superfície da Lua, nas regiões do polo sul. O consultor científico do Instituto Russo de Pesquisa Espacial, Lev Zelenyi, diz que: “a Lua é o centro de nosso programa para a próxima década".
A Luna 25 é apenas o começo, segundo Zelenyi, de um total de cinco missões. Em 2023, ou 2024, a agência pretende enviar a Luna 26 — desta vez, um orbitador para detectar anomalias magnéticas e gravitacionais na Lua, além de registrar imagens em alta qualidade para avaliar possíveis locais de pouso.
Assim como o módulo que será enviado este ano, parte da Luna 25, a Roscosmos planeja enviar em 2025 a Luna 27 que também vai explorar as regiões do polo sul lunar — a diferença é que, nesta missão, a sonda terá um software de pouso europeu. Como cortesia da Agência Espacial Europeia, a sonda russa poderá realizar a primeira perfuração para coleta de rocha lunar sem derreter compostos de gelo de água nas amostras. A Luna 27 também estará munida de instrumentos desenvolvidos para estudar como a atividade dos ventos solares e o constante fluxo de partículas carregadas, vindas do Sol, afetam a superfície da Lua.
Embora ainda não tenha uma previsão, a agência russa já tem nome para a Luna 28, conhecida como Luna-Grunt — a qual traria para a Terra as amostras criogenicamente armazenadas do polo sul lunar. Segundo Zelenyi: “é um retorno de amostra, mas um retorno de amostra diferente do que foi feito anteriormente”.
Trazer o gelo da Lua para cá é um desafio bem maior do que transportar amostras de regolito. Na missão seguinte, Luna 29, será enviado um rover Lunokhod, nome que é um resgate à missão soviética Lunokhod-1 que, em 1970, tornou-se o primeiro rover a operar com sucesso em outro mundo — explorando a região lunar Maré de Chuvas, durante 10 meses.
Nos próximos anos, a Lua será o campo de exploração de muitas nações, como os EUA com o seu programa Artemis, previsto, por enquanto, para 2024. Em dezembro do ano passado, a China transportou as primeiras amostras lunares para a Terra com a missão Chang'e 5. Índia e Israel também planejam missões seguintes às suas sondas lunares pousadas em 2019 — respectivamente, Chandrayaan-2 e Beresheet.
Fonte: Space.com