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A Lua está encolhendo? Entenda os processos no satélite natural da Terra

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Fevereiro de 2024 às 16h58

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viledevil/Envato
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Você sabia que a Lua está encolhendo? Pois é, este é apenas mais um dos processos que acontecem com nosso satélite natural. Mesmo sem ter agentes erosivos como fluxos de água ou ventos, décadas de estudos mostraram que nossa Lua é muito mais ativa do que pensávamos. 

Os sinais de que a Lua está passando por algum processo geológico foram observados por astronautas do programa Apollo, que notaram a presença de penhascos na crosta lunar. Depois, dados do orbitador Lunar Reconnaissance Orbiter, da NASA, mostraram escarpas geológicas espalhadas por nosso satélite natural, indicando que a Lua está esfriando e se contraindo. 

Este processo acontece ainda hoje. Mas por quê? É o que vamos explicar nesta matéria. 

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Estrutura da Lua

A Lua tem camadas com diferentes composições: os compostos mais densos afundaram até seu centro, e os mais leves ficaram na superfície. O centro abriga um núcleo metálico e denso feito principalmente ferro e níquel, medindo cerca de 20% do diâmetro lunar total. Um estudo publicado em 2023 sugeriu que este núcleo seria parecido com o da Terra, ou seja, seria sólido e cercado por outro, externo e líquido.

Acima do núcleo, fica o manto lunar, uma camada com mais de 1.300 km de espessura. Ele é coberto pela crosta, que tem espessura média de 50 km. As diferenças de composição destas camadas revelaram aos cientistas que a Lua já foi coberta por um oceano de magma. 

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Por que a Lua está encolhendo?

Muito do encolhimento da Lua está relacionado ao resfriamento do seu núcleo. Para entender melhor, vale lembrar que nosso satélite natural se formou há cerca de 4,5 bilhões de anos em condições para lá de caóticas: várias teorias tentam explicar a formação do sistema Terra-Lua, e a mais aceita delas descreve que ela teria surgido após um grande objeto colidir com a Terra. 

A colisão teria destruído parte do manto terrestre, levando matéria à órbita; depois, a gravidade teria unido os detritos e formado o que é nossa Lua. Posteriormente, houve um bombardeio intenso de rochas espaciais, cujos impactos formaram grandes bacias por lá. A queda destes objetos junto do decaimento de elementos radioativos acabaram aquecendo a Lua.

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Desde então, o núcleo dela vem esfriando. Isso faz com que sua superfície se contraia, sendo naturalmente ajustada às mudanças de volume — e, conforme isso acontece, partes da crosta são empurradas entre si, formando falhas geológicas. 

Para completar, a força gravitacional que a Terra exerce sobre a Lua também afeta sua superfície, aumentando o estresse na estrutura e contribuindo para a formação das falhas. Os cientistas estimam que graças a estes processos, o diâmetro da Lua ficou 50 metros menor nas últimas centenas de milhões de anos. 

Descobertas sobre a Lua 

Os primeiros sinais de que a Lua é mais geologicamente ativa do que parecia foram observados há algumas décadas. Os astronautas das missões Apollo 12, 14, 15 e 16 deixaram sismômetros na superfície para tentar detectar terremotos lunares. Deu certo: até 1977, os dispositivos transmitiram dados que revelaram vibrações causadas por atividade sísmica interna.

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De fato, a detecção dos "lunamotos" revelou informações sobre o interior do nosso satélite natural. Mesmo assim, ainda faltava descobrir se os tremores estavam relacionados ao movimento de falhas geológicas e rompimento da superfície da Lua, ou se eram simplesmente movimentos em seu interior. 

Já em 2010, a câmera da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter revelou a presença de escarpas, estruturas parecidas com degraus que se formam quando uma falha geológica se move na vertical em relação a outra. Elas estão presentes por todo o globo lunar. Hoje, é amplamente aceito que são resultado do resfriamento da Lua e da consequente contração térmica, que causa perda de volume e compressão na superfície.