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Top Gun vai ter continuação? Veja o que pode acontecer

Por| Editado por Jones Oliveira | 01 de Junho de 2022 às 14h30

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Paramount Pictures
Paramount Pictures

O novo Top Gun: Maverick chegou aos cinemas para provar que é possível fazer uma sequência quase 40 anos depois do filme original e, ainda assim, acertar em cheio na mistura de saudosismo e continuidade. O resultado a gente vê nas bilheterias: em um único fim de semana, o retorno de Tom Cruise à vida de piloto já rendeu US$ 282 milhões em todo o mundo.

Diante disso, é natural que muita gente se pergunte sobre a possibilidade de vermos Top Gun 3 vir em breve. Como um bom vovô-garoto, Cruise parece não estar interessado em ficar longe das câmeras e dar sequência a essa história seria mais do que natural diante de todos os elogios vindos do público e da crítica de todo o mundo.

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Até porque a trama de Maverick termina deixando essa possibilidade em aberto. O longa apresenta uma nova geração de pilotos que podem ser explorados em um terceiro filme, permitindo que o legado siga adiante mesmo sem o protagonismo de Cruise. De Rooster (Miles Teller) a Hangman (Glen Powell), os novos nomes do elenco podem levar a série a novos voos. Mas quais as chances de isso acontecer?

Top Gun: Maverick pode ganhar uma sequência?

Antes de pensarmos em um terceiro filme, vamos voltar um pouco no tempo e olhar para a produção de Maverick. Foram exatos 36 anos de espera desde a estreia de Top Gun: Ases Indomáveis e várias idas e vindas até que o projeto finalmente deixasse o papel. E um dos empecilhos era o próprio Tom Cruise.

Em entrevista ao Polygon, o diretor Joe Kosinski conta que o ator não estava interessado em fazer um novo Top Gun e foi preciso todo um trabalho para convencê-lo a embarcar no projeto. Segundo ele, durante a apresentação da ideia, o astro não se mostrou muito empolgado com a ideia de trazer o personagem depois de tanto tempo, mas que foi o roteiro que o fez aceitar estrelar Maverick.

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De acordo com Kosinski, Cruise gostou muito de ver as consequências de Ases Indomáveis sendo aprofundadas tantos anos depois, principalmente no conflito de seu personagem com Rooster, filho de Goose, melhor amigo do piloto. Além disso, havia todo o conflito de gerações dentro das próprias Forças Armadas, o que também serviu como um empurrãozinho para o ator.

“Eu tinha que defender por que aquele filme precisava ser feito”, relembra o diretor. “Eu tinha 30 minutos para fazer isso. E, ao final da explicação, ele pegou o telefone e ligou para a Paramount e disse que íamos fazer um novo Top Gun”.

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E o que isso significa? Toda essa explicação ilustra como, apesar de ser um entusiasta do cinema, Tom Cruise não parece ser o cara que embarca em qualquer projeto — mesmo aqueles que vão reviver sucessos do passado. Assim, imaginar uma sequência também exigiria um peso narrativo que justificasse esse retorno.

Pode parecer capricho de um astro, mas é uma preocupação realmente válida. Quem cresceu assistindo aos filmes dos anos 1980 e 1990 vai se lembrar da enorme quantidade de sequências vazias que eram lançadas continuamente, lotando locadoras e esvaziando grandes franquias. As séries Rambo e Rockyforam as que mais sofreram com isso, com seus últimos filmes ficando bem distante dos originais tanto em termos de história quanto de qualidade. Rocky V chega a ser ofensivo até hoje de tão ruim que é.

Caminhos possíveis

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Assim, entender a trama de Top Gun pode correr o risco de levar a série para o mesmo caminho. Isso porque as duas soluções mais óbvias parecem trilhar os mesmos caminhos que essas sequências fracassadas já seguiram.

A primeira delas seria trazer o personagem de Tom Cruise de volta à ação. Inventar algum problema militar que exigisse que o agora aposentado piloto tivesse que retornar ao teatro de operações e salvar o dia. Só que existem dois grandes problemas nesse argumento.

O primeiro é que ele ignora o fechamento que Top Gun: Maverick deu à sua jornada de maturidade. O segundo filme serve justamente para dizer a esse vovô-garoto que ele precisa seguir em frente e isso inclui não ser mais esse rebelde e se assentar no chão ao lado de quem ele ama — no caso, a personagem da Jennifer Connely. Dessa forma, trazê-lo de volta aos ares é anular todo o avanço que foi feito até aqui.

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Outra ideia seria dar continuidade à história dos novos pilotos e transformar Rooster no novo protagonista. Seria a mesma lógica de continuidade de uma nova geração que Creed fez com a série Rocky.

Nesse sentido, é até possível fazer algo novo e funcional. Só que, para isso, esse terceiro filme teria que abandonar a fórmula e não tentar replicar em Rooster e Hangman a dinâmica que Ases Indomáveis fez com Maverick e Iceman (Val Kilmer). Para dar certo, seria necessário ir além.

Para isso, o filme teria que deixar de pensar em Top Gun como uma franquia sobre pilotos em treinamento — como foram os dois filmes — e levar esses pilotos para a ação de verdade. Só que isso seria uma mudança bastante drástica em todo o tom da trama, que deixaria de ser esse drama para ser algo mais voltado à ação. E, nesse caso, voltamos à comparação com as sequências dos anos 1980 e 1990. Afinal, o próprio Rambo deixou de ser um drama para virar um tiroteio maluco a partir do segundo longa.

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A porta não foi fechada

Apesar de nosso olhar um tanto quanto pessimista para uma eventual sequência de Top Gun: Maverick, Hollywood sempre nos ensina a nunca dizer nunca. Prova disso é que o próprio elenco não descarta inteiramente essa possibilidade.

Em entrevista ao IndieWire, o ator Glen Powell explica que a decisão de fazer ou não essa continuação é inteiramente de Tom Cruise e que, por isso, mesmo basta uma boa ideia para fazê-lo mudar de ideia — como aconteceu com este segundo filme.

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Segundo Powell, o lema de Cruise sempre foi que, se não for para superar o anterior ou fazer as coisas avançarem, não há porque fazer uma sequência. Assim, para um eventual Top Gun 3 finalmente sair do papel, seria preciso ir além.

“Se nós pudermos fazer coisas mais malucas com aviões ou uma história que seja convincente, emocional, romântica e aventuresca, tenho certeza de que Tom toparia”, diz o intérprete de Hangman. Só que, como ele próprio pontua, colocar todos esses elementos em um roteiro que seja convincente e respeite o legado construído até aqui não é nada fácil.

Fonte: Polygon, IndieWire