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Crítica Space Jam 2 | Um novo legado e o crossover do século

Por| Editado por Jones Oliveira | 14 de Julho de 2021 às 16h00

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Divulgação/Warner Bros
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Há uma onda nostálgica tomando conta de Hollywood desde 2010, quando a Disney escolheu dar uma nova versão ao clássico Alice no País das Maravilhas sob a óptica de Tim Burton. Desde então, os estúdios de cinema e as emissoras de televisão encontraram na memória afetiva do público uma verdadeira mina de ouro, trazendo personagens que marcaram a infância e adolescência de muita gente para viver novas histórias em um contexto mais moderno.

Nessa leva de produções, a Warner Bros encontrou uma forma de repaginar o clássico Space Jam, de 1996, mas desta vez dando jus à trama com uma nova cara do basquete: LeBron James, o "King" James, que se sente muito mais à vontade no papel do que Michael Jordan há 25 anos. Pensando nisso, Um Novo Legado não poderia servir melhor à história: o filme não é uma sequência, nem mesmo um reboot, encaixando-se muito mais como uma carta de amor aos Looney Tunes e ao vasto portfólio de campeões de bilheteria da Warner, que pode muito bem servir como um abraço carinhoso aos fãs dos desenhos.

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Atenção! A partir daqui o texto pode conter spoilers.

A ideia de agradar os fãs com uma trama nostálgica é o que faz de Space Jam: Um Novo Legado um prato cheio. Existe, é claro, uma história que serve como pano de fundo para sustentar os acontecimentos retratados em tela e não deixar a geração mais nova totalmente perdida nas quase duas horas de duração do longa. No entanto, a produção pensa num público nichado na hora de realmente escolher a quem agradar: aqueles que corriam para a frente da televisão todas as manhãs para assistir a um novo episódio de Pernalonga e seus amigos.

Não bastasse apenas trazer Pernalonga, Patolino, Piu-Piu, Lola Bunny, Frajola, Gaguinho e todo o restante dos personagens para as telas novamente, Space Jam 2 vai muito além: de repente, o maior crossover do cinema está bem diante do público, juntando o Máskara, Pennywise, Scooby Doo, Os Flintstones e todo o catálogo de personagens originais da Warner em um só cenário. Extrapolar os próprios limites não parece ser um problema aqui, e se o público se entregar para o bizarro da proposta, o humor é agradável e as situações podem render boas risadas independente da faixa etária dos espectadores.

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É justamente por não se levar tão a sério que Space Jam: Um Novo Legado acerta. Fica nítido que o filme acabou sendo o resultado de uma longa e nostálgica conversa entre os seis cineastas que compõem a sala de roteiro: as piadas existem, tanto por parte das produções da Warner quanto na hora de caçoar do próprio LeBron James — sim, ele mudou de time algumas vezes, e uma dessas mudanças foi bastante polêmica, o que mostra que ele pode não ser a pessoa mais paciente do mundo. No entanto, é claro que o astro do basquete está se divertindo em cena e, assim como o restante do público, também mergulhando em diversas memórias afetivas que incluem os desenhos animados.

É necessário também apontar a performance de Don Cheadle, que aqui interpreta o vilão da história AI-G, uma espécie de algoritmo inteligente dentro da Warner Bros que comanda um banco de dados inteiro, abrigando toda e qualquer produção que já passou pelos cinemas. O ator aproveita seu personagem e por muitos momentos acaba roubando as cenas, mas também não deixa seu carisma natural tomar conta do papel de antagonista.

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Nos aspectos técnicos, Space Jam 2 é um verdadeiro deleite visual dado à época em que é lançado e o contexto de toda a história: impulsionado por um videogame e dentro de uma base de dados com uma tecnologia de ponta, o filme propõe uma nova roupagem para os Looney Tunes, tanto em animação 2D quanto 3D, utilizando boas doses de CGI. Cada centavo do orçamento destinado aos efeitos visuais é notado na tela, que explode em cores vibrantes e um cenário tão detalhado capaz de transbordar pelas beiradas.

Space Jam: Um Novo Legado pode parecer muito longo (116 minutos) para uma geração mais recente que não possui um relacionamento tão emocional com o primeiro filme. No entanto, o intuito desse revival é justamente tratar os personagens e histórias que vivem na memória afetiva do público com mais carinho: há risadas genuínas, momentos de trapalhadas típicos dos Looney Tunes, muito basquete e uma moral da história emocionante sobre amar e fazer tudo pela família.

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A margem de erro em produções que surgem nessa onda nostálgica que tomou Hollywood é muito grande, mas não é necessário temer quando existe amor em um trabalho, e Space Jam: Um Novo Legado ama seus personagens e sua história — por mais enfadonha que possa vir a ser. Independentemente das situações sem pé nem cabeça que surgem no meio da trama, o público poderá matar a saudade dos rostos e tradicional humor que acompanharam durante toda a sua infância e adolescência; e cujo carinho é passado de geração para geração até os dias atuais.

Space Jam: Um Novo Legado chega somente nos cinemas nesta quinta-feira, 15 de julho. O primeiro filme, lançado em 1996 e estrelado por Michael Jordan, está disponível na HBO Max.