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Sandman | As conexões com Batman e outros heróis da DC

Por| Editado por Jones Oliveira | 15 de Agosto de 2022 às 10h05

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Vertigo
Vertigo

A estreia de Sandman pegou muita gente de surpresa não apenas por todo o aspecto visual ou mesmo da grandiosa história apresentada, mas pelo fato de a produção ser baseada em uma série de quadrinhos ambientada no mesmo universo de super-heróis como Batman e Superman. Estamos tão acostumados a essa estética mais colorida das HQs que é até difícil imaginar todo esse tom mais sombrio apresentado pela Netflix dividindo as páginas com um homem vestido de morcego ou um marmanjo com cueca por cima da calça.

Só que é essa dubiedade um dos grandes charmes do quadrinhos de Neil Gaiman. Quando foi convidado pela DC Comics para reinventar o super-herói Sandman da Era de Ouro da editora, o autor criou um universo bastante particular dentro do selo Vertigo, voltado para histórias mais adultas, mas não abriu mão desse lado mais fantasioso dos heróis. Afinal, a ficção e a imaginação não são apenas mais uma faceta do Sonho?

Aliás, as menções aos gibis estão presentes ao longo de toda a temporada. Bonecos do Batman, Flash e Mulher-Maravilha aparecem em diversos episódios, há personagens com camisetas do Super-Choque e até vilões como o Capitão Frio e Pirata Psíquico surgem discretamente em alguns momentos. Embora não se assuma como uma série de gibi, Sandman também não faz questão de esconder.

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E se você faz parte do pessoal que se surpreendeu ao saber que o Rei dos Sonhos existe no mesmo universo da Liga da Justiça e de heróis e vilões tão icônicos, confira algumas das vezes em que seus caminhos se cruzaram nos quadrinhos.

Constantine

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A participação de Constantine em Sandman dispensa qualquer descrição, já que isso foi explicitado na série. Apesar de a Netflix ter transformado o velho John em Johanna, a história ali é quase idêntica à HQ. E esse não é o único encontro entre os dois personagens, já que a relação do bruxo pilanta com o Rei dos Sonhos se repete diversas vezes ao longo dos gibis.

Etrigan

Ao ir para o Inferno procurar o demônio que estava com seu elmo, Morpheus é recebido por um habitante das terras infernais bastante conhecidos dos quadrinhos. Quem conduz o Senhor dos Sonhos até o palácio do Anjo Caído é Etrigan, um demônio bastante clássico das histórias da DC.

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Ele foi criado pelo lendário Jack Kirby em 1972, quando os quadrinhos passaram a flertar muito com as histórias de terror, e tinha uma origem meio mística ligada a Merlin e ao rei Arthur. E embora tenha protagonizado histórias por breves períodos de tempo, é aquele tipo de personagem que volta e meia aparece em participações especiais.

Doutor Destino

Esse é um encontro que está na série de TV, mas com algumas alterações. Isso porque o personagem John Dee (David Thewlis), o criminoso que roubou o Rubi do Sonho, nada mais é do que um velho vilão da Liga da Justiça. Nas HQs, isso fica bem mais claro, pois é explicitado que ele foi preso no Asilo Arkham por suas ações como Doutor Destino.

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Embora ele seja muito bom no seriado, sua história na HQ é bem mais pesada. Antes de ser preso, os heróis o privam de sonhar, o que faz com que ele definhe na prisão a ponto de parecer um zumbi. E, após escapar e recuperar o Rubi, ele não age com base na moral torta que é apresentada na primeira temporada de Sandman, mas passa a atuar como um verdadeiro criminoso insano, matando e torturando por diversão. É isso que faz com que Morpheus fique ainda mais revoltado no confronto que eles têm na famigerada cafeteria 24 horas.

Aliás, outro personagem dos quadrinhos que aparece muito rapidamente nesse momento é o vilão Espantalho, um dos mais memoráveis inimigos do Batman. Ele aparece na cela ao lado do Doutor Destino em Arkham e até interage com o Rei dos Sonhos por alguns breves momentos.

Senhor Milagre e a Liga Internacional

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Ainda no arco Prelúdios e Noturnos, adaptado na primeira parte da temporada da Netflix, os quadrinhos trazem nada menos do que a Liga da Justiça — ou quase isso. Após consultar as Moiras, o Rei dos Sonhos é informado que o Rubi dos Sonhos foi retirado de seu antigo portador pela Liga da Justiça. Assim, o protagonista vai atrás de um dos membros da equipe e se depara com Scott Free, o Senhor Milagre.

Na época que Gaiman começou a publicar Sandman, a DC havia alterado a formação da sua equipe principal e substituído a Liga da Justiça da América pela chamada Liga Internacional, que atuava muito mais como uma espécie de força da ONU e com uma formação sem Superman e Mulher-Maravilha, por exemplo. Além do onipresente Batman, o grupo trazia o Senhor Milagre como um de seus principais nomes — e é ele que Morpheus vai visitar em sonhos e, em seguida, presencialmente para encontrar sua ferramenta de trabalho.

Ajax, o Caçador de Marte

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Logo depois de fazer sua visita a Scott Free, Morpheus e o herói vão fazer uma visita a outro membro da Liga Internacional: o marciano Ajax.

E aqui há uma das passagens mais legais desse arco inicial da HQ. Ao se deparar com Sandman, J'onn J'onzz enxerga o protagonista não como o emo pálido que o leitor acompanha, mas como o lorde L’Zoril — a entidade dos sonhos da cultura marciana.

Wesley Dodds, o outro Sandman

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A primeira versão de Sandman criada nos quadrinhos foi Wesley Dodds, um milionário que saía fantasiado à noite para lutar contra o crime. O personagem surgiu no início dos anos 1940, impulsionado pelo sucesso do Batman, e, por isso, a origem é bastante semelhante.

No caso, ele usava uma máscara de gás — muito parecida com o elmo de Morpheus — e detia malfeitores arremessando uma areia que os fazia dormir. E, em Sandman, é revelado que ele criou essa persona heróica inspirado na misteriosa figura que ele via em seus sonhos — que era o próprio Perpétuo com seu elmo.

Hector Hall, o outro outro Sandman

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Essa é uma aparição que até é sugerida na série, mas com algumas alterações bem significativas. Na HQ, o herói que assume o nome de Sandman não é o pequeno Jed Walker (Eddie Karanja), mas Hector Hall (Lloyd Everitt), que é descrito como morto desde sua primeira aparição no seriado.

Na HQ, porém, é mostrado que Hall habita a mente de Jed ao lado de dois pesadelos, Brute e Glob, que fazem esse Sandman acreditar ser um grande herói enquanto tentam construir um Sonhar só para eles governarem.

O ponto é que esse Sandman em específico, de uniforme amarelo e capa vermelha, é um personagem da década de 1970 e que tem uma história para lá de complicada na DC Comics. É a segunda versão do Sandman na editora, desta vez criada por Jack Kirby

Ele é filho do Gavião Negro e da Mulher Gavião e que serviu de inspiração para a reformulação feita por Neil Gaiman. Seu papel dentro das histórias é bem mais extenso, já que ele assumiu também outras identidades. Assim, para simplificar as coisas, saiba que aquele uniforme amarelo meio cafona que você viu na TV tem ligações bem clássicas no gibi.

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Hippolyta Hall

Outra personagem que aparece na série reformulada, Lyta (Razane Jammal) também tem uma origem relacionada aos heróis da DC. Ela é, na verdade, a heroína Fúria e está muito ligada às histórias da Mulher-Maravilha.

Como boa parte dos personagens mais antigos da editora, ela tinha uma origem que foi reformulada depois da Crise nas Infinitas Terras. Assim, ela foi apresentada inicialmente como a filha da princesa Diana na Terra-2, mas isso deixou de ser considerado e ela ganhou uma nova história.

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Moça-Elemento

Ok, essa é uma personagem bastante desconhecida do universo DC, mas que não deixa de ser alguém vinda das histórias de super-heróis. Urania Blackwell é uma heroína criada na década de 1960 e que sempre atuou muito mais como ajudante do que realmente uma protagonista de maior relevância. Tanto que a história mais marcante é justamente o seu encontro com a Morte em Sandman.

Os Lanternas Verdes

É curioso como Neil Gaiman se aproveita da mitologia dos Lanternas Verdes para misturá-la aos elementos oníricos de Sandman. No arco Noites Sem Fim, por exemplo, é mostrada a história de Killala, a ancestral da raça que iria criar os Lanternas que controla a Luminescência — a energia que vai ser usada pelos heróis — e como ela viveu um romance com Morpheus na aurora dos tempos.

Nessa mesma história, é apresentado Sto-Oa, “a luz de Oa”. Trata-se do sol do planeta-base da Tropa dos Lanternas Verdes. E, falando nele, o planeta também aparece em Sandman: Prelúdio.

Atenção! A partir daqui, há grandes spoilers de Sandman! Avance com muito cuidado para evitar um pesadelo.

Batman, Superman e Darkseid

Já na reta final de Sandman de Neil Gaiman, Morpheus simplesmente se cansa de ser o Rei dos Sonhos e se entrega para a Morte. Com isso, ele é substituído por Daniel Hall — lembra-se do bebê que Lyta está esperando na série? — e há até mesmo um funeral para o personagem que acompanhamos por dezenas de edições.

E é durante essa despedida do Rei dos Sonhos que vemos Clark Kent, Batman e Ajax reunidos conversando sobre sua interação com Morpheus e o próprio mundo dos sonhos. No caso, o alterego do Superman reclama de alguns sonhos e pesadelo que teve em que ele era apresentador de TV ou que foi transformado em gorila. Os outros dois heróis dizem que também já tiveram fantasias assim.

Essa é uma brincadeira que Gaiman faz com os acontecimentos anteriores à Crise nas Infinitas Terras. Todos esses sonhos que atormentam os heróis são histórias anteriores à reformulação da DC e que passaram a ser tratados como um simples devaneio. Ainda assim, foi uma ótima sacada para marcar presença desses medalhões no adeus de Morpheus.

Ainda durante o funeral, em meio às várias entidades e pessoas que estão prestando suas homenagens, é possível ver o vilão Darkseid — afinal, o que seria de um tirano galático sem um sonho, não é mesmo?

Sandman e a continuidade da DC

Mesmo depois que Neil Gaiman encerrou Sandman, a DC não abriu mão do rico universo criado pelo autor e deu um jeito de manter o Senhor dos Sonhos conectado com seu mundo de super-heróis. Assim, o sucessor de Morpheus, Daniel Hall, passou a atuar bem mais ao lado da Liga da Justiça — até por ele ter ligações familiares com alguns de seus membros.

Além disso, personagens como o próprio Lúcifer passaram a atuar na revista Demon Knights. Outro rosto bastante conhecido que foi inserido na cronologia da editora foi a Morte, que aparece na saga A Noite Mais Densa, quando Lex Luthor tenta obter um dos anéis dos Lanternas Negros.