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Quem foi Ângela Diniz e por que sua história virou filme?

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Bravura Cinematográfica
Bravura Cinematográfica

Conhecida como a Pantera de Minas, a socialite mineira Ângela Diniz ficou famosa ao estampar várias colunas sociais exibindo sua beleza e seu dinheiro. Sua vida recheada de polêmicas era acompanhada de perto pela imprensa brasileira, mas foi em 1976 que ela ganhou a capa de todos os jornais ao ser assassinada com quatro tiros pelo seu namorado Doca Street. O caso chocou o Brasil e foi considerado um dos feminicídios mais famosos do país.

Provando que essa história nunca foi esquecida, em 2020, o podcast Praia dos Ossos reconstituiu a tragédia e agora, em 2023, a vida da socialite será contada no filme Angela, dirigido por Hugo Prata e protagonizado por Isis Valverde e Gabriel Braga Nunes. Mas, afinal quem foi Ângela Diniz?

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A vida de Ângela

Nascida em 1944, Ângela fez sucesso na alta sociedade belo-horizontina pela sua beleza e carisma. Quando tinha 17 anos, se casou com o empresário Milton Villas Boas, de 31, com quem teve três filhos. O relacionamento durou nove anos e, ao pedir o desquite — já que o divórcio ainda não era permitido —, perdeu a guarda das crianças.

Mais tarde, Ângela se envolveu em outra polêmica quando seu caseiro José Avelino dos Santos foi morto. Apesar dela não ter envolvimento direto na situação, foi descoberto que ela tinha um amante.

Quando se mudou da capital mineira para o Rio de Janeiro, emplacou um namoro com Ibrahim Sued e, só em agosto de 1976, começou a se relacionar com Raul Fernando do Amaral Street, o Doca.

Na época, ele estava envolvido com a milionária Adelita Scarpa, mas acabou abandonando-a para ficar com Ângela. De acordo com as pessoas próximas, o relacionamento dos dois era marcado por muito ciúmes e pela personalidade explosiva de Doca.

Em um determinado momento, Ângela tentou terminar o relacionamento, mas o rapaz não aceitou. Uma dessas brigas aconteceu no dia 30 de dezembro na Praia dos Ossos, em Búzios, quando Doca deu quatro tiros na namorada, sendo três no rosto e um na nuca.

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Feminicídio e a defesa da honra

Apesar de ter assassinado Ângela, Doca foi apoiado por muitas pessoas na época que acreditavam que ele estava defendendo sua honra. Esse, inclusive, foi o argumento do seu advogado, o criminalista Evandro Lins e Silva.

Atualmente a tese da legítima defesa da honra é julgada inconstitucional pelo STF, mas na época serviu para abrandar a pena de Doca, que foi condenado a 18 meses pelo crime, e seis meses por fugir da Justiça, mas teve direito a suspensão condicional da sentença por ter cumprido sete meses de detenção.

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O desfecho do caso ajudou a criar uma onda feminista no país que culminou no movimento Quem Ama Não Mata, e na pressão para que houvesse um novo julgamento de Doca.

Em 1981, o rapaz voltou aos tribunais e recebeu a sentença de 15 anos de prisão. Ele ficou no cárcere até 1987 e, em 2006, lançou seu livro Mea Culpa, no qual dá a sua versão do crime. Na época, ele também deu uma entrevista para a jornalista Eliane Brum, da revista Época, e contou por que matou Ângela.

“Não sei. Ela jogou a pasta na minha cara, a arma caiu no chão e foi um reflexo. Não tinha ninguém para apartar. Não matei por amor. Foi briga.”
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Quatorze anos depois, em 2020, ele faleceu vítima de um ataque cardíaco.

Quando Angela estreia nos cinemas?

Com um enredo que mostra a banalização da violência doméstica e a desvalorização da vida de uma mulher, Angela chega às telonas com o intuito de retratar o que a famosa socialite passou e também fazer refletir sobre essa temática que ainda é tão atual.

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Além de Isis Valverde e Gabriel Braga Nunes, o elenco ainda conta com Bianca Bin, Carolina Mânica, Chris Couto, Emílio Orciollo Netto, Gustavo Machado e Alice Carvalho — a Dinorah de Cangaço Novo.

Quem quiser dar uma chance à obra, pode assisti-la nos cinemas a partir do dia 7 de setembro.