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Quem é o Gladiador Dourado, o novo herói do DCU

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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DC Comics
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Uma das principais surpresas entre os anúncios do novo Universo Cinematográfico da DC (DCU, na sigla em inglês) foi a série do Gladiador Dourado. O personagem foi criado em 1986, teve participações em diferentes sagas da editora e até foi membro da Liga da Justiça, mas é um ilustre desconhecido para o grande público. E, ainda assim, vai fazer sua estreia no DCU em breve.

O curioso é que, mesmo não sendo tão popular quanto Batman e Superman, o personagem era uma das principais apostas para aparecer nessa retomada da DC no cinema e na TV. A personalidade pouco convencional do herói, que faz dele um misto de malandro e perdedor, é o tipo de coisa que James Gunn adora e, por isso mesmo, parecia uma escolha natural. E foi o que aconteceu.

E embora o novo chefe do DC Studios não tenha dado muitos detalhes sobre o tipo de história que podemos esperar do Gladiador Dourado nas telas, seu passado nos quadrinhos dá uma boa dica de que deve vir por aí.

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O canalha do futuro

É dessa forma bastante direta que a própria DC resume o personagem. Durante a apresentação da série, Gunn disse que o herói será a personificação da Síndrome do Impostor, então é quase certo de que a trama deve puxar para o tom mais cômico que o herói adotou ao longo dos anos.

Contudo, o Gladiador Dourado não nasceu como essa piada ambulante — ainda que sua origem nunca tenha escondido o fato de que ele era um malandro. Criado nas páginas de Booster Gold #1 (1986), Mike Carter é um promissor jogador universitário do século 25 que decide se dar bem de um jeito escuso: usa tecnologia de viagem no tempo para apostar nos resultados dos seus próprios jogos.

Só que é óbvio que o plano não dá certo e o caso vira um escândalo, fazendo com que a sua reputação e carreira esportiva sejam arruinadas. Assim, ele acaba se tornando um segurança no Museu Espacial de Metropolis — onde tem outra ideia brilhante para dar a volta por cima.

O museu guarda várias relíquias tecnológicas e alienígenas, além de contar com um belo acervo sobre os heróis do passado. Assim, o que Carter faz é estudar sobre esses figurões e usar a mesma tecnologia que arruinou sua vida para resolver seus problemas. Assim, ele volta para o século 20 para fingir ser um herói e, assim, criar uma nova reputação para si. E lucrar com isso tudo, é claro.

Heróico, mas nem tanto

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Apesar de ter entrado na vida de super-herói de um jeito completamente torto, o Gladiador Dourado não demora a encontrar nesse meio sua verdadeira vocação. Tanto que, mesmo buscando sempre tirar vantagem, lucrar ou mesmo receber as honras por alguma grande ação, ele é bem intencionado e age buscando esse bem comum. Caso consiga tirar proveito disso, melhor ainda.

Tanto que ele trabalhou em conjunto algumas vezes com os grandes medalhões da DC, como Superman e Batman, além de já ter feito parte da Liga da Justiça em alguns momentos.

Aliás, sua fase mais icônica nos quadrinhos é justamente quando ele está na equipe — embora não aquela que você imagina. Ele fez parte da formação da chamada Liga da Justiça Internacional durante o período em que Keith Giffen e J. M DeMatteis assumiram a revista. Esse é um período muito lembrado pelos leitores por trazer um tom bem mais cômico para as histórias — o que faz com que a fase seja comumente chamada de Liga Cômica ou mesmo Liguinha.

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A ideia dos autores era mostrar a Liga da Justiça como um grupo disfuncional de heróis. Depois da equipe ser desfeita, o Batman e Ajax reúnem novos heróis para compor o time e, sem qualquer exagero, pegam a raspa do tacho da DC, reunindo figuras com personalidades bem distintas e motivações ainda mais duvidosas.

É o caso do próprio Gladiador Dourado, que passou a ficar ainda mais malandro e ganancioso do que antes — e também um pouco mais burro. Além disso, é nessa fase que ele forma sua grande amizade com outro novo membro da Liga, o Besouro Azul.

Só para ter uma ideia do tipo de situação que a falta de inteligência e a vontade de lucrar levam o herói, há uma história dessa fase da Liga Cômica em que o Gladiador e o Besouro pegam todo o dinheiro da equipe para investir em um negócio imperdível: eles compram uma ilha para poder abrir um grande cassino. A ideia era que pudessem ter uma base em um local tropical onde pudessem descansar ao mesmo tempo em que geram receita para o time.

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Só que, como era de se esperar, o plano não dá nada certo e eles descobrem que a ilha é viva e precisam dar um jeito de resolver a encrenca que eles mesmos criaram.

Encaixando no DCU

É claro que esse tipo de coisa é bem fruto desse período mais humorístico da Liga da Justiça e que leva o Gladiador Dourado para um lado até mais caricato e exagerado. Fora desse contexto, o herói tem algumas histórias mais sérias. Exemplo disso é quando ele é confrontado por um policial temporal do século 25 que vem ao passado para condená-lo por crimes contra a humanidade.

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Além disso, a DC também percebeu que não poderia tratá-lo para sempre como esse malandro irremediável e tratou de fazê-lo crescer em alguns sentidos. Em histórias mais recentes, ele passou a ser uma espécie de herói temporal, viajando entre passado e futuro para resolver eventuais problemas que possam surgir nas diferentes cronologias — mas sem nunca abrir mão de uma boa biscoitagem.

E essa abordagem deve ser adotada no DCU. Pelo que James Gunn e Peter Safran apontaram, veremos a origem do Gladiador Dourado manter toda essa malandragem que lhe é característica, tanto que falam que ele é um perdedor que vem tentar a sorte no passado. Só que esse é só o ponto de partida do personagem e é bem provável que o vejamos crescer ao longo da temporada até entender o tamanho do poder que tem em mãos.

O mais interessante é notar como a série se encaixa no que filmes como Superman: Legado e Authority devem apresentar. Ainda que os chefes do DC Studios não tenham comentado nada sobre o teor das novas histórias, parece natural imaginar que vamos ver o Gladiador Dourado vindo para o presente para se dar bem e não dando muita atenção para o que é ser um herói, mas entendendo o real significado disso a partir do exemplo do Homem de Aço. Enquanto isso, o Authority é o contraste do perigo que poderes sem controle podem oferecer.

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Tudo isso é especulativo, é claro, mas uma coisa é certa. Esse jeito perdedor e malandro do personagem combina perfeitamente com aquilo que James Gunn adora fazer. Do seu Senhor das Estrelas a Pacificador, já vimos essa estrutura ser aproveitada pelo cineasta — o que nos leva a crer que o Gladiador Dourado pode ser outro favorito dos fãs no futuro.