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3 polêmicas envolvendo a história do Pornhub

Por| Editado por Jones Oliveira | 17 de Março de 2023 às 18h45

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Pornhub
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A estreia do documentário Pornhub: Sexo Bilionário, na Netflix, trouxe mais uma vez os holofotes à polêmica história do maior site de vídeos pornográficos do mundo. Para além de contar como a plataforma surgiu e cresceu, a produção foca sua narrativa nas controvérsias e até mesmo questões criminais que a empresa se envolveu ao longo dos anos.

E não foram poucos — e alguns bem pesados. De brigas com museus e ativistas contra pornografia até mesmo acusações formais de acobertar e lucrar em cima de violência sexual e tráfico humano, o site coleciona um histórico bastante conturbado.

Assim, antes de você dar play no documentário da Netflix e conhecer os bastidores de muitas dessas brigas, confira as principais polêmicas envolvendo o PornHub, seus enroscos com a Justiça e as vezes em que ele quase foi fechado.

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3. Acusação de lucrar com violência sexual

Talvez a polêmica mais famosa envolvendo o Pornhub e que se torna o ponto de partida para a história de Sexo Bilionário começa com um artigo publicado no jornal americano The New York Times. Em 2020, o colunista Nicholas Kristof acusou a plataforma de estar repleto de vídeos de estupro e até de abuso sexual infantil. Mais do que isso, dizia que o site fazia vista grossa a esses crimes.

Em seu texto, o jornalista conversou com diversas mulheres que foram vítimas de algum tipo de violência sexual e que descobriram registros disso dentro do site. O caso mais emblemático foi o de uma adolescente de apenas 14 anos cujo nude acabou sendo compartilhado para milhões de pessoas do mundo todo.

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A grande questão é que, até então, o Pornhub não exigia qualquer tipo de verificação por parte do usuário. Isso permitia que qualquer pessoa subisse qualquer tipo de conteúdo, o que passou a ser usado tanto para que homens compartilhassem vídeos de ex-namoradas como vingança como também para que criminosos exibissem seus atos sem qualquer tipo de sanção.

A denúncia mobilizou grupos antipornografia, que passaram a pressionar empresas contra o Pornhub. Eles alegavam que companhias de pagamento — como Mastercard e Visa — também seriam coniventes com esses crimes. Com isso, muitas marcas buscaram se afastar e se desvencilhar de qualquer possível ligação.

Isso tudo fez com o Pornhub tivesse que rever toda sua política de conteúdo. Ela removeu milhões de vídeos do ar e adotou um sistema de verificação de usuários, assim como um reforço na moderação de vídeos enviados. Ainda assim, muitos dos ativistas alegaram que a empresa não foi clara se o material ilegal foi apenas suspenso ou excluído de vez do site. Além disso, outros sites de entretenimento adulto se viram obrigados a adotar medidas semelhantes.

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E mesmo com os esforços para resolver os problemas, a denúncia feita pelo The New York Times fez com que mulheres que foram vítimas de violência sexual e tiveram seus vídeos compartilhados se unissem e entrassem na Justiça. Com isso, a empresa foi processada em 2021.

2. Tráfico sexual de pessoas

Na esteira da denúncia do NYT, outras acusações começaram a surgir em torno do Pornhub. Uma das mais graves dizia que o site também era conivente com o tráfico sexual de pessoas e que muitos desses vídeos sem moderação que eram enviados eram de jovens que eram sequestradas e forçadas a fazerem conteúdo adulto.

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Por causa disso, a organização Exodus Cry, criada para combater esse tipo de exploração internacional, deu início a uma petição pedindo o fechamento da plataforma, alegando que ela era tanto a cena de um crime como também uma forma de lucrar em cima de práticas criminosas, já que não havia qualquer tipo de verificação de idade ou consentimento.

No texto divulgado pela organização, ela cita o caso de um homem que foi preso em 2019 por ter sequestrado e abusado sexualmente de uma menor de idade. No caso, a família da vítima descobriu o paradeiro da jovem desaparecida a partir de um canal dentro do Pornhub com vídeos dela.

A denúncia deu mais combustível para toda a discussão já vigente sobre as políticas de envio de conteúdo para a plataforma. Já a empresa se defendeu dizendo que a moderação dos vídeos enviados estava de acordo com princípios reconhecidos internacionalmente e que a revisão dos materiais era feito tanto manualmente por humanos como também por um sistema otimizado para avaliar e remover qualquer tipo de conteúdo considerado ilegal.

1. Pornhub versus Louvre

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Outra briga recente que o Pornhub entrou foi contra os museus. Tudo isso por causa de uma iniciativa que o site fez junto com a atriz pornô Cicciolina que buscava dar um olhar mais safado para a História da Arte.

Criado em 2021, o projeto Classic Nudes relacionava obras clássicas e seus criadores com o sexo, fazendo tanto releituras de quadros e esculturas famosas como também oferecendo até um tour digital por museus como o Louvre, na França. A ideia era até interessante, pois dava um olhar menos erudito para aqueles trabalhos que a gente conhece tão bem.

Só que os museus não gostaram nada disso. A principal alegação era de que o Pornhub não tinha a autorização para usar as imagens clássicas daquela forma. Segundo a Galeria Uffizi, um tradicional museu italiano, o código do patrimônio cultural do país prevê que o uso comercial de obras de arte precisa passar pelo museu responsável. Na prática, o que houve foi pirataria.

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Por causa disso, o Pornhub foi processado e, pouco tempo depois, o Classic Nude foi retirado do ar.

Fonte: NYT, CNN