Crítica Elite | 4ª temporada do drama reseta história, mas mantém intensidade
Por Natalie Rosa • Editado por Jones Oliveira |
Após mais de um ano de espera, estamos a poucos dias de conferir a estreia da quarta temporada de Elite. Original da Netflix, a série espanhola de temática adolescente, mas imprópria para menores de idade, traz histórias de assassinatos, tráfico e consumo de drogas, traição, corrupção e sexo, se tornando um dos dramas de maior popularidade da plataforma de streaming.
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Elite se passa na Espanha, abordando a vida luxuosa e cheia de ganância de adultos e jovens alunos do colégio Las Encinas. A premissa inicial da trama era abordar o assassinato de Marina (María Pedraza), o que foi completamente resolvido somente no fim da terceira temporada. Para os novos episódios, a promessa era dar continuidade nos caminhos dos personagens que ficaram, mas também abrindo espaço para a chegada de novos alunos e suas próprias jornadas.
Atenção: esta crítica contém spoilers dos quatro primeiros episódios de Elite!
O Canaltech já conferiu os quatro primeiros episódios da quarta temporada de Elite, e logo no início a trama transmite a sensação de ser uma nova produção. O sentimento é de funcionar como se fosse uma Malhação, série brasileira que já está há 26 anos no ar e que a cada ano renova as histórias e personagens. Alguns alunos ficaram, mas bastou a chegada de quatro novos jovens, três deles sendo irmãos e o outro um príncipe, no sentido literal da palavra, para que diferentes enredos se tornassem focos.
A sensação de estarmos assistindo à outra série se esvai aos poucos, principalmente quando os rostos que já temos familiaridade passam a ganhar mais atenção. Inclusive, até mesmo o elenco antigo acaba transparecendo um certo desconforto de estar de volta à escola depois de tudo o que aconteceu. O que a série não perde, felizmente, é a intensidade dos dramas, que tinham tudo para serem forçados, assim como os figurinos extravagantes dos alunos e alguns diálogos surreais para a classe média ou baixa.
A quarta temporada da série também consegue a façanha de trazer várias novas informações e de forma espontânea, ao mesmo tempo em que tudo acontece sem pressa. Os novos alunos mal trocaram palavras com os veteranos e já estão envolvidos de forma romântica e sexual, com tudo acontecendo na maior naturalidade possível. O debate da diferença de classes também está presente no início da trama e deve seguir até o final, envolvendo o mesmo personagem do início, inclusive.
Desde o início, a série não hesita em apostar, digamos assim, na consumação dos relacionamentos entre aqueles jovens. Na quarta temporada, as cenas de sexo são ainda mais picantes e até um pouco explícitas, deixando de lado a teatralidade para ficarem mais próximas da realidade. As cenas são tão bem ensaiadas que, em alguns momentos, fica difícil entender como foi possível fazer tudo aquilo de mentira.
As impressões iniciais dos novos episódios de Elite é a de que, apesar de novos enredos e personagens, a essência continuará a mesma, trazendo os mesmos dilemas e problemas, abordando a pior parte dos membros da elite espanhola. A premissa principal da temporada também se assemelha à dos episódios de estreia, apenas para não perder o costume. A trama continua entretendo do início ao fim seja pela história, estética ou ainda pela trilha sonora que embala a vida conturbada dos personagens.
Elite estreia oficialmente na Netflix no dia 18 de junho, em oito episódios no total.