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Como a DC finalmente começou a usar aquilo tem de melhor contra a Marvel

Por| Editado por Jones Oliveira | 13 de Agosto de 2023 às 11h15

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Reprodução/Warner Bros
Reprodução/Warner Bros
Tudo sobre Marvel

Ignorando qualquer tipo de clubismo e seguido apenas fatos, é possível dizer que, com certa folga, a Marvel conseguiu vencer a DC quando o assunto são suas adaptações para o cinema. Seja na questão de bilheteria ou crítica, os filmes produzidos pelo Marvel Studios são bem mais aceitos que aqueles lançados pela Warner Bros.

Existem diversos fatores para que isso tenha acontecido, mas enquanto a DC vem tropeçando há anos para tentar engrenar com seu universo cinematográfico, na TV e home video, ela "nada de braçadas" para cima da Marvel.

E é justamente com a produção de animações, seja em séries ou filmes, que a DC parece ter encontrado a arma secreta para ganhar o público que tanto precisa para lutar de igual com a Marvel nas bilheteriase em popularidade.

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Desde os tempos mais primórdios, a DC já estava ali

A DC Comics tem uma larga vantagem na adaptação de seus quadrinhos para outras mídias quando pensamos em animações e séries para a TV. Na década de 1940, já existia uma série de desenhos animados do Superman, produzida pelo Fleischer Studios.

Esse trabalho de levar as HQs para outras mídias seguiu pelas décadas, mesmo com mudanças na editora. No final da década de 1960, a Warner Bros comprou a DC Comics, incorporando seus personagens ao estúdio e facilitando bastante na produção de adaptações.

Essa presença constante fez com que várias séries em animação fossem produzidas pela Warner, marcando a infância de várias gerações. Desenhos como Super Amigos, por exemplo, ajudaram milhares de crianças a conhecerem os personagens da DC antes mesmo de sequer colocar as mãos em uma revista em quadrinhos.

Por anos, Superman, Batman e Mulher-Maravilha figuraram como maiores heróis na mente das pessoas exatamente por conta dessa presença na cultura pop. Obviamente, o lançamento de Superman: O Filme nos cinemas ajudou bastante, assim como as séries de TV estrelada por Adam West e Linda Carter, mas os desenhos animados fizeram diferença.

Desenhos desanimados e poucas séries emplacando

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A Marvel já começou de verdade seus trabalhos na década de 1960, adaptando vários de seus personagens em um bloco de episódios de 7 minutos de duração cada. Chamado de The Marvel Super Heroes, esse desenho apresentou vários dos heróis da editora, como Homem de Ferro, Capitão América, Thor e Hulk.

Uma característica desse desenho era a sua falta de animação, já que vários takes tinham apenas a movimentação da boca dos personagens, para cortar custos de produção.

A Marvel prosseguiu ao longo dos anos com novas produções animadas na TV americana, que acabavam importadas para outros países. Dentro dessas animações, as que realmente emplacavam eram aquelas que traziam como personagem principal o mais popular herói da editora, o Homem-Aranha.

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A década de 90 e a tentativa de virada de mesa

Durante anos, a Marvel tentou emplacar novas séries baseadas nos seus quadrinhos, mas tirando os desenhos do Homem-Aranha, nenhum deles parecia segurar a atenção do público. Já a DC Comics, seguia tranquila estreando em 1992 Batman: A Série Animada, uma das animações mais aclamadas de todos os tempos.

Para tentar responder a isso, a Marvel, que passava por dificuldades financeiras, criou uma divisão para adaptar seus quadrinhos, chamada de Marvel Films. Capitaneada pelo produtor Avi Arad, a busca para levar os heróis para o cinema e TV começou e algumas animações foram produzidas.

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Foi nessa leva que o mundo conheceu aquelas que se tornariam os mais famosos desenhos da Marvel até hoje: Homem-Aranha e X-Men.

As séries foram criadas para impulsionar a venda de quadrinhos e brinquedos baseados neles, conseguindo aumentar ainda mais a visibilidade desses heróis. Outras séries foram criadas, como Quarteto Fantástico e O Incrível Hulk, mas essas acabaram sendo rapidamente esquecidas pelo público.

Enquanto isso, a DC continuava com a produção de Batman: A Série Animada, que acabou gerando dois spin-offs muito importantes: Superman: A Série Animada e Liga da Justiça.

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Os anos 2000 e a nova era de adaptações

Enquanto a DC dominava as adaptações na mente do público, o lançamento de filmes como X-Men e Homem-Aranha, no começo dos anos 2000, mudou o panorama entre as empresas. A DC buscou produzir novas adaptações de Superman e Batman, mas apenas os filmes do Homem-Morcego tiveram sucesso.

Enquanto isso, a Marvel colocou todos os seus esforços na criação do seu universo cinematográfico, o MCU na sigla em inglês. A DC ficou para trás, enquanto a empresa que tanto sofreu para emplacar qualquer tipo de adaptação por anos tomava a dianteira, tanto aos olhos do público quanto da crítica.

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Foi então que a Warner, após o lançamento de Homem de Aço, em 2013, resolveu investir na criação do DCEU, o universo cinematográfico da DC Comics. Como vocês devem saber, o resto é história e, mesmo com vários filmes planejados, a ideia de competir com a Marvel nos cinemas parecia nunca engrenar de verdade, independente de já ter uma base de fãs fervorosos na torcida.

Essa pequena aula de história das adaptações das empresas nos leva à possível arma de ouro que a DC tem guardada e parece que finalmente vai começar a usar: suas animações.

A DC faz desenhos melhores que a Marvel

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Há anos, seja na TV ou através de filmes animados, a DC está bem na frente da Marvel. Muitos imaginavam que, eventualmente, a Casa das Ideias aproveitaria o fato de ser uma divisão da Disney para começar a explorar outros cantos do MCU, mas isso parecia nunca chegar.

Enquanto isso, a DC adaptava arcos importantes dos quadrinhos em forma de filmes animados, apresentando histórias que tinham temas mais adultos ou simplesmente levavam ao público personagens e ideias os quais eles não estavam acostumados.

A Marvel foi começar a planejar a introdução de séries animadas ao MCU apenas após Vingadores: Ultimato, já com 11 anos de seu universo compartilhado. Mesmo assim, a única animação que explorava de verdade as possibilidades desse lado do MCU, What If?, ainda não emplacou tanto quanto poderia.

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Isso só fez com que as produções animadas da DC fossem ainda mais elogiadas, como Liga da Justiça: Ponto de Ignição, All Star Superman, Batman: O Longo Dia das Bruxas e Superman: Entre a Foice e o Martelo. Em streaming, a empresa lançou Harley Quinn, um desenho adulto de humor centrado na vida da Arlequina, mostrando diferentes facetas da personagem.

Se na parte live action, a empresa parece não encontrar o tom certo, nos desenhos, ele já foi encontrado e bem aceito pelo público.

Desenhos serão incorporados no novo DCU

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Quando anunciou as primeiras produções do DCU, o novo CEO do DC Studios, James Gunn, revelou que animações farão parte do universo compartilhado. Inclusive, ele afirmou que deve começar essa nova fase com a série animada Creature Commandos, e que alguns dos personagens podem aparecer em filmes live action, dublados e interpretados pelos mesmos atores da animação.

A Marvel tentou fazer isso com What If?, com resultados variados e que não tiveram um impacto muito grande no MCU. Enquanto isso, a DC pretende usar aquilo que faz de melhor quando o assunto é adaptar seus personagens, como forma de enriquecer e explorar o seu novo universo cinematográfico.

Essas animações podem apresentar novas ideias que podem se tornar algo maior em filmes, ou simplesmente tratar de um pedacinho do vasto universo de seus personagens. Basta ver o sucesso de As Minhas Aventuras com Superman para entender como as múltiplas abordagens são excelentes e ajudam a apresentar o personagem para diferentes públicos ou mesmo o tom caótico de Harley Quinn e como há espaço também para tramas para o público adulto.

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Isso chega em um momento em que o Marvel Studios se encontra em uma encruzilhada, já que desde o lançamento de Vingadores Ultimato, suas produções em geral não são recebidas com o mesmo sucesso de outrora.

A chegada de várias produções no Disney+, junto dos lançamentos de filmes do cinema que não fizeram tanto sucesso como poderiam, e uma demora ao demonstrar seus planos para um mundo pós-Vingadores, fizeram com que o público geral e os próprios fãs começassem a não sentir a mesma empolgação pelas novidades da empresa.

A DC Comics pode aproveitar essa deixa para usar suas animações, comprovadamente bem aceitas pelo público, para apresentar esse novo DCU e explorar ideias que antes estavam deixadas de lado.

Por enquanto, ambas as empresas podem tropeçar em seus respectivos planos, mas em uma realidade em que os universos compartilhados de DC e Marvel englobam filmes, séries e animações, a DC pode ter uma vantagem interessante em um setor muito pouco desenvolvida pela concorrente.

No fim, quem pode sair ganhando são sempre os fãs.