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Crítica Um Dia Cinco Estrelas | Filme é um besteirol gostoso de assistir

Por| Editado por Jones Oliveira | 03 de Julho de 2023 às 16h34

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Paris Filmes
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Provando que a comédia besteirol tem seu valor, o filme nacional Um Dia Cinco Estrelas chega aos cinemas no dia 6 de julho para divertir os brasileiros. Sem pretensão de fazer o público pensar ou refletir sobre nada, o longa tem uma história simples e um bom elenco que fazem o ingresso valer a pena.

Para começar, somos apresentados a Pedro Paulo, interpretado por Estevam Nabote, ator conhecido pelo canal do YouTubePorta dos Fundos, mas que tem outros trabalhos na comédia, como o humorístico O Dono do Lar e Tô de Graça. Aqui, ele vive um homem simples, cuja maior paixão é o Mozão, seu Opala antigo herdado de seu pai.

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Sem muito compromisso com o trabalho, o protagonista gosta de ser "dono de casa", como ele mesmo diz. Enquanto isso, sua esposa Manuela (Aline Campos) e sua mãe Dona Nilda (Nany People) se desdobram para pagar as contas e dar uma boa educação para a filha do casal.

A virada do filme acontece quando o telhado da casa da família cai e Pedro Paulo é obrigado a trabalhar como motorista de aplicativo para custear a reforma. Como era de se esperar — e como o próprio trailer já entrega —, ele se envolve em todo tipo de confusão e tem o seu Mozão destruído pelos passageiros.

Mesmo sem um enredo que traga novidade e frescor para a comédia pastelão, Um Dia Cinco Estrelas agrada justamente por ser um filme simples que faz rir. Parece básico para uma comédia, mas é na leveza de seu roteiro que ele ganha pontos. Não é totalmente bobo, mas tem sua dose de tolice para arrancar algumas risadas.

Nabote está muito confortável no personagem e tem carisma suficiente para segurar a obra sozinho, mesmo quando contracena apenas com o Opala dos anos 1970. Sua relação com o veículo é tão amorosa que desperta até uma certa ternura em quem está assistindo.

Coadjuvantes tornam Um Dia Cinco Estrelas ainda mais interessante

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Apesar de roubar a cena, Nabote não brilha sozinho. Veterana nas comédias, desde os stand-ups até os sitcoms, Nany People chama atenção. Ela vive uma jovem senhora que está cansada de ver o filho fazendo bobagem.

Espirituosa como é de costume, Nany teve a esperteza de dosar a sua intensidade para que Dona Nilda não parecesse exagerada demais. Além das boas trocas que teve com o protagonista, ela brilhou em uma sequência em que aparece em um spa com sua amiga.

Outro nome que merece destaque é Aline Campos. A atriz começou sua carreira como bailarina do Domingão do Faustão e, apesar de ser desacreditada por muitos, mostrou talento em cena ao conseguir acertar o tempo da comédia, deixando a porta aberta para futuros novos trabalhos.

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O youtuber e comediante Ed Gama também agrada no papel do músico apaixonado Sebastián. Ele e Nabote já se conheciam, e, atualmente, trabalham juntos em um podcast chamado Só 1 Minutinho. Essa relação de proximidade dos dois ficou nítida em cena e a dupla funcionou muito bem, dando forças para a comédia deslanchar.

Humor sem sexualização do corpo feminino

Ainda falando em coadjuvantes, há um ponto que é preciso ressaltar: a presença de Danielle Winits. A atriz — também veterana na comédia — aparece como Betina, uma perua que “contrata” Pedro Paulo para que ele lhe ajude a desmascarar a traição do seu marido.

A presença de Danielle em filmes de comédia não é novidade, haja visto a saga Até Que A Sorte Nos Separe. O grande acerto de Um Dia Cinco Estrelas, no entanto, é não retratá-la como um pedaço de carne, como tantas vezes ela já foi exposta no cinema e na televisão.

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Aqui, Danielle chama atenção pelo seu talento e não pelas suas curvas, e a equipe de figurinos acertou em cheio ao escolher peças que valorizassem sua beleza, sem expor seu corpo desnecessariamente.

Um filme quatro estrelas e meia

Apesar dos vários acertos no roteiro, Um Dia Cinco Estrelas também erra, especialmente quando decide deixar a relação de Pedro Paulo com a filha de lado. Se ele é um filho tão relapso, com certeza, também é um pai que deixa a desejar, e isso não é muito bem explorado.

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Além disso, as cenas externas são um pouco "mais do mesmo" e fica a impressão de que o protagonista está dando voltas em uma micro cidade, quando sabemos que não é bem assim.

Ainda assim, o filme do diretor Hsu Chien — que também assina Desapega! e Me Tira da Mira — consegue agradar, justamente por não inventar firulas no roteiro (como fez La Situación) e dosar com qualidade a comédia e os momentos de drama. E tudo isso em um roteiro simples que se apoia na boa condução e dinãmica de seus atores.

Quem quiser dar uma chance à história, poderá assistir ao filme nos cinemas a partir do dia 6 de julho.