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Crítica Um Crush para o Natal | Um friends to lovers para dias difíceis

Por| Editado por Jones Oliveira | 08 de Dezembro de 2021 às 18h30

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Quando a Netflix anunciou 28 títulos para o Natal deste ano, um dos títulos que mais chamou atenção dos assinantes foi Um Crush para o Natal, o primeiro romance homossexual para o fim do ano da plataforma. O longa dirigido por Michael Mayer e escrito por Chad Hodge chegou ao streaming na semana passada e entrega os nossos clichês favoritos de comédias românticas e de uma trama friends to lovers embaixo do visco.

Já familiarizado com esse subgênero por trabalhar em filmes como Vestida para Casar, Mayer traz aqui uma história leve; a alternativa perfeita para uma sessão de cinema totalmente escapista — ao mesmo tempo em que consegue resgatar todos os elementos natalinos que trazem a atmosfera aconchegante para longas de fim de ano. É na simplicidade que Um Crush de Natal ganha um espaço no coração dos assinantes e torna-se, sem dúvidas, um dos melhores lançamentos de dezembro na Netflix.

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Aqui conhecemos Peter (Michael Urie) e seu melhor amigo Nick (Philemon Chambers), dois rapazes que são assumidamente homossexuais e possuem posturas diferentes para lidar com as emoções e com os problemas na vida amorosa e, sobretudo, com o feriado do Natal. Ao tomar um pé na bunda e ter os planos de apresentar o namorado para a família totalmente arruinados, Peter convida Nick para as festas de fim de ano sob o contexto de fingir ser seu namorado por dez dias — no entanto, ao chegar lá, sua mãe lhe arranja um encontro às cegas com um bonitão da academia local.

Apesar da premissa inicial não durar tanto tempo, é uma boa surpresa Um Crush de Natal partir para um terreno que flerta discretamente com o triângulo amoroso. O filme de Mayer é tudo o que é uma comédia romântica gay deve ser: sem traumas, sem invalidações, sem uma obsessão do roteiro focada em sair do armário. Apenas romance, cenas divertidas e um elenco confortável em interpretar cada um dos seus papéis.

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Quanto aos clichês, Um Crush para o Natal segue exatamente a fórmula de sucesso desse tipo de filme, sobretudo os friends to lovers que não cansamos de assistir, como Harry e Sally..., Simplesmente Acontece e De Repente 30. Há tudo por aqui: os amigos e a família insistindo em sentimentos que todo mundo vê, menos o casal principal; o silêncio cheio de sentimentos após um diálogo desconfortável; as piadas internas; o momento em que uma das partes percebe que sempre foi apaixonada pela pessoa que está ao seu lado e até mesmo a carta de despedida deixada em cima da cama. Tudo está aqui, mas é justamente por não escorregar tanto numa zona de conforto já pré-estabelecida que o filme funciona e ainda oferece seus diferenciais.

Além disso, há também aquelas características que só um filme de Natal é capaz de oferecer e proporcionar no fim do ano. Em Um Crush de Natal, o roteirista Chad Hodge traz a típica família intrometida "e os namoradinhos?" e todas as situações que já conhecemos e vivenciamos anualmente dentro desse contexto; mesclada à direção de Michael Mayer, tudo isso é colocado num cenário mágico e aconchegante de Natal numa cidadezinha norte-americana.

Uma história para dias difíceis

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Apesar de ter seus protagonistas e sua história principal, Um Crush para o Natal sabe muito bem utilizar seus personagens coadjuvantes. Nenhum deles possui um arco próprio e estão todos lá para apenas contribuir no desenvolvimento do casal protagonista, mas em nenhum momento o filme os coloca como meros figurantes ou peças que não têm nada a agregar à história principal.

A veia principal da história desenvolve-se naturalmente e de forma fluida, deixando o espectador criar empatia por seus personagens por si só. Um Crush para o Natal gera identificação ao mesmo tempo que serve como uma válvula de escape para dias difíceis em que tudo o que precisamos é desligar o cérebro por 95 minutos, como toda comédia romântica. O diferencial aqui é a atmosfera criada pelo diretor, que tornou o filme uma ótima alternativa para aquecer o coração numa época tão fria.

Um Crush para o Natal serve também como uma história para "se jogar, sem medo", como diz James para Peter em uma das cenas finais. Nick e Peter têm suas camadas exploradas ao longo de toda a narrativa, cada um com suas preocupações e características que o tornam personagens tão complexos: enquanto um é um romântico incorrigível e bastante azarado no âmbito afetivo (o que dá vigor ao nome original da obra, Single All the Way), o outro mascara emoções e prefere colocar interações sociais na geladeira. Ao inserir ambos em ocasiões que os tiram totalmente da zona de conforto, Mayer cria situações divertidas e que podem muito bem tornarem-se cenas marcantes e referências de romcoms.

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E falando em referências, Um Crush para o Natal sabe olhar para suas origens e homenageá-las. Há cenas que servem como easter eggs para obras como Um Lugar Chamado Notting Hill e As Patricinhas de Beverly Hills, colocadas com carinho e de forma tão discreta que se torna divertido percebê-las.

O filme da Netflix é leve, aconchegante e fácil de acompanhar. Ele deixa o gostinho e a vontade de ter uma maior duração mesmo que seus quase 100 minutos sejam muito bem aproveitados; é definitivamente uma comédia romântica para se adicionar à lista da plataforma de streaming e à maratona anual de Natal com todos os clichês que não cansamos de assistir e os tradicionais suspiros enquanto os créditos rolam na tela.

Um Crush para o Natal está disponível no catálogo da Netflix para todos os assinantes.