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Crítica Persuasão | Adaptação fraca e sem carisma da obra de Jane Austen

Por| Editado por Jones Oliveira | 18 de Julho de 2022 às 15h30

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Quem é fã de Jane Austen, certamente estava ansioso para ver Persuasão, a nova adaptação da Netflix que chegou ao streaming no dia 15 de julho. O longa é baseado no romance homônimo da autora, e é a última obra completa escrita por ela antes de morrer.

O enredo gira em torno de Anne Elliot (Dakota Johnson), uma jovem de família rica que foi persuadida a desistir do seu grande amor, Frederick Wentworth (Cosmo Jarvis), por ele ser um simples marinheiro sem títulos e uma grande fortuna.

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Anos depois, a família de Anne se encontra falida e tem que se mudar para outra cidade para viver em uma casa mais simples e cortar gastos. Com isso, eles decidem alugar a antiga mansão. Mas, para a surpresa de todos, Frederick está de volta à cidade, agora rico e mais maduro, e pretende ficar no local.

Com essa premissa, é de se esperar um romance que prenda o espectador e que o surpreenda com os momentos de reencontros do casal, regados a muita paixão e drama. Mas não é isso que acontece.

Anne e Frederick passam o filme todo se evitando. Enquanto vemos que a mocinha continua apaixonada pelo rapaz, o marinheiro demostra apenas mágoas e ressentimentos por ter sido descartado quando era pobre. E assim, se segue o longa (quase) todo. Os encontros do casal são regados a raiva e picuinhas e fica muito difícil torcer pelo romance, pois não existe a menor química entre os dois.

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Em um certo momento da trama, Frederick começa um flerte com Louisa (Jennifer Higham) e Anne com seu primo, William Elliot (Henry Golding). Esse era para ser um momento de tensão, pois o casal protagonista está tomando caminhos opostos ao esperado. Mas, na realidade, é até um alívio, uma vez que Anne tem mais entrosamento com William do que com o marinheiro.

É nesse jogo de gato e rato que a trama permanece até os momentos finais, quando o verdadeiro romance começa a engrenar nos minutos restantes.

Personagens não conquistam

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Anne, apesar de ser a heroína mais madura de Austen, é ainda muito simplória e quase infantil. Ela tem seus desejos totalmente apagados na adaptação; seja pelo pai ou pelas irmãs que mandam e desmandam na garota.

Apesar disso, Dakota conseguiu imprimir carisma à personagem que quebra a quarta parede conversando com o público sobre seus desejos e anseios. Esse, inclusive, é um acerto do filme que modernizou a trama e deixou-a menos monótona.

Frederick, por sua vez, é um mocinho presunçoso, blasé e pedante… enfim, sem carisma. Ainda que o personagem precise aparentar raiva e distância de Anne para mostrar que traz mágoas do passado, seu comportamento é tão chato que fica difícil se encantar por ele.

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O ponto cômico deveria ficar por conta de Mary, a irmã mais autocentrada de Anne. A garota é tão egocêntrica que nem percebe quando a irmã começa a falar italiano, pois só escuta seus próprios problemas. Era para ser divertido, mas é tanto egoísmo que fica cansativo.

Pontos positivos da trama

Para não falar que não existiram acertos, os cenários e os figurinos são pontos positivos que nos levam a uma Inglaterra do século XVIII. As carruagens sofisticadas e os cavalos bonitos dão um ar de aristocracia à trama. Além disso, o fato do elenco ser diverso e trazer atores negros e brancos é um ponto a favor da representatividade.

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Romance para espairecer

Não dá para dizer que Persuasão da Netflix é um filme que deva ser jogado fora. Afinal, a atuação de Dakota, os cenários, os figurinos e até o roteiro mais contemporâneo fazem dele um bom filme para quem quer espairecer e relaxar. Mas, ao contrário de outras adaptações da obra, o longa de Carrie Cracknell não tem muito potencial para agradar os fãs da autora.

Persuasão está disponível na Netflix.