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Um PS4 a cada 30 segundos: conheça a fábrica automatizada da Sony no Japão

Por| 08 de Julho de 2020 às 10h43

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Kento Awashima/Nikkei
Kento Awashima/Nikkei
PlayStation 4

Um console novo a cada 30 segundos. Essa é a capacidade estimada na linha de montagem de consoles PlayStation 4 na fábrica da Sony localizada em Tóquio, capital do Japão. Situada em uma área suburbana, no distrito de Kisarazu, o complexo formado por dois prédios incrivelmente brancos destoa da paisagem majoritariamente composta por casas e pequenos negócios.

Uma equipe de reportagem do jornal Nikkei fez uma turnê guiada pela equipe da empresa, detalhando fatos interessantes que vinham encontrando pelo caminho. Por exemplo: durante a caminhada, os jornalistas encontraram apenas quatro pessoas - duas para posicionar as placas-mãe nas correias que iniciam a cadeia de produção e duas para embalar os PS4 já montados. Isso porque a maior parte da fábrica funciona em caráter 100% automatizado, com robôs fornecidos pela Mitsubishi Electric. Ao todo, a linha de produção tem 31,4 metros e sua construção foi finalizada em 2018, anos depois da implementação da própria fábrica. Ironicamente, foi nesse mesmo ano que a Sony viu um “surto” de vendas do aparelho, com uma diferença de quase 10 milhões de unidades entre julho (82,2 milhões) e dezembro (91,6 milhões).

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O Nikkei destacou a precisão e finesse dos robôs, salientando que, dos 32 “funcionários”, 26 são dedicados apenas a posicionar e acoplar as partes flexíveis e mais delicadas do PlayStation 4. “Acoplar o cabo achatado flexível - um tipo de corda elétrica em formato de fita - requer um robô para segurar o componente e outro para torcê-lo. O cabo então precisa ser inserido em uma direção específica com a quantidade certa de pressão, o que pode parecer simples para um ser humano, mas é uma manobra bem complexa para um robô”, diz um trecho do texto.

De acordo com Hiroyuki Kusakabe, arquiteto da Sony Global Manufacturing & Operations e mente por trás da planta de Kisarazu, essa é uma “linha de produção lucrativa”. Outro engenheiro afirmou que não há nenhuma outra fábrica no Japão capaz de manipular esse tipo de material com esse tipo de precisão.

Esse foco vem desde a época do primeiro Playstation, quando, contaram os engenheiros mais velhos ao Nikkei, Teiyu Goto, o designer por trás do console, buscava criar um aparelho que pudesse ser produzido em massa de forma facilitada. Ele insistia que engenheiros tivessem maior produtividade, terceirizando a produção das partes mais refinadas do aparelho.

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Muito do sucesso da marca PlayStation se deve a Kazuo Hirai, que serviu como presidente global e CEO da Sony entre 2012 e 2018, mas antes disso presidiu a divisão de games da empresa. Suas reformas levaram o PlayStation 2 ao posto de console mais vendido da história (157,68 milhões de unidades). É bem verdade, porém, que o PlayStation 3 acabou cedendo espaço à concorrência - sobretudo o Xbox 360, da Microsoft -, mas aprimorou suas tecnologias com o PlayStation 4, que passou a marca de 100 milhões de unidades vendidas além de 41,5 milhões de assinantes de serviços premium online.

Ao todo, são US$ 93 bilhões (quase R$ 494 bilhões) de receita em vendas ao longo de toda a vida do atual console da empresa. Hoje, a divisão PlayStation (ou SIE - Sony Interactive Entertainment) é uma das mais poderosas do grupo, junto das TVs e estúdios de cinema.

Futuro

A fábrica em Kisarazu também será o palco de montagem do PlayStation 5 quando este for lançado entre outubro de dezembro de 2020. Em 19 de março, o engenheiro-chefe da Sony, Mark Cerny, confirmou que o processador do PlayStation 5 será um AMD Zen 2 personalizado, um modelo criado para a Sony e parceria com a AMD especificamente para o videogame. A CPU contará com oito núcleos Zen 2 rodando a 3,5 GHz (clock variável) e processamento gráfico com uma GPU personalizada da AMD de arquitetura RDNA 2. No total, serão 10,28 teraflops, com 36 CUs de frequência variável até 2,23 GHz. O aparelho também terá 16 GB de memória RAM GDDR6/256-bit, além de leitor de Blu-Ray compatível com 4K.

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Isso, fora o SSD: o PlayStation 5 terá capacidade de 825 GB, com banda de 5,5 GB/s, contudo, dentro das tecnicidades, ele explicou que a Sony está trabalhando com um tipo de compressão chamado Kraken, que permite taxas de transferência de 8 GB/s a 9 GB/s entre o SSD e o sistema.

Com a maior parte dos componentes desenvolvidos especificamente para o aparelho (e advindo de arquiteturas que sequer foram lançadas por suas respectivas fabricantes), é evidente que “precisão” será um requisito mais do que necessário na manipulação deste maquinário dentro do chão de fábrica. Se isso vai se converter em boas vendas para a nova geração da Sony, bem, só depende da própria empresa - e do público recebê-lo bem em seu lançamento. Ao menos, a capacidade está ali.

Fonte: Nikkei Asia Review; Statista