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Viciado em TikTok? Então veja como os vídeos curtos agem no seu cérebro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Abril de 2022 às 17h32

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Eyestetix Studio/Unsplash
Eyestetix Studio/Unsplash

Você gasta horas assistindo aos vídeos do TikTok? Existe uma explicação para o conteúdo dessa rede social ser tão viciante: pesquisadores da Zhejiang University (China) escreveram sobre isso em um estudo publicado na revista Neuroimage, e segundo eles, o segredo de tudo está em áreas do cérebro ligadas ao prazer, ou melhor, ao sistema de recompensa.

Em uma entrevista ao Canaltech sobre ASMR e vídeos satisfatórios, o psiquiatra Marcelo Daudt von der Heyde, professor da PUCPR, explicou que esse sistema (ou mecanismo) de recompensa vai da base do cérebro até o córtex frontal e é mediado pela dopamina — um dos neurotransmissores. Sempre que fazemos algo prazeroso, a via de recompensa é ativada.

Com os vídeos do Tiktok é a mesma coisa: os pesquisadores notaram que os vídeos personalizados pelo algoritmo da rede social geram uma sensação de prazer e satisfação no organismo, ativando especificamente a área tegmental ventral (ATV), um dos principais centros de liberação da dopamina. Para chegar a essa descoberta, os autores do artigo conduziram exames de ressonância magnética cerebral em 30 indivíduos.

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O estudo apontou, como consequência dessa atuação dos vídeos do TikTok no cérebro, a dificuldade para focar em outras atividades que não forneçam a liberação do neurotransmissor em questão. Isso se aplica de forma ainda mais intensa no público infantil, cujo cérebro não está totalmente desenvolvido.

A preocupação dos especialistas é que, a longo prazo, a exposição a esses vídeos pode dificultar o foco em outras tarefas, uma vez que se a criança está condicionada a receber uma dose de dopamina toda vez que presta atenção em alguma coisa, quando isso não acontece, a tendência é não concentrar a atenção naquilo. A estimativa é que a tendência do público infantil seja achar cada vez mais difícil se adaptar a uma atividade não digital onde as coisas não acontecem de uma maneira tão rápida.

Fonte: NeuroimageWall Street Journal