Inteligência Artificial nos PCs para produtividade além da IA generativa
Por Fabio Lima |
Nas últimas semanas eu tive a oportunidade de acompanhar apresentações de três gigantes da indústria de tecnologia — AMD, Microsoft e Nvidia — e um tema específico esteve presente em todas elas: Inteligência Artificial (IA).
E, realmente, não tem como ser diferente; de um lado a indústria de tecnologia quer evidenciar os esforços em busca de inovação e do outro existe uma audiência ávida por aprender mais sobre o conceito de inteligência artificial e sobre todas as possibilidades que serão abertas com esse desenvolvimento, que tem gerado grande entusiasmo desde a popularização da IA generativa. Em pesquisa publicada recentemente pelo Gartner, os CEOs apontaram que a IA é a principal tecnologia disruptiva cotada para ter impacto significativo nos negócios nos próximos três anos, de acordo com 21% das pessoas entrevistadas.
É interessante entrar em um site com inteligência artificial, fazer uma pergunta e saber que tem uma resposta customizada para a nossa necessidade, mas isso é apenas a camada mais visível. Você já parou para pensar o quanto de hardware, software, pesquisa e desenvolvimento estão por trás disso tudo?
Além da IA generativa – essa que entrega respostas customizadas — a IA já está presente em dispositivos para melhorar a experiência do usuário e aumentar a produtividade. Essas apresentações que mencionei mostraram um pouco do presente e do futuro da inteligência artificial nos notebooks, inovações que também vêm acelerando num ritmo exponencial.
A Microsoft apresentou o Copilot e como o próprio nome diz, a ideia central é que ele seja o copiloto, auxiliando o usuário nas diversas funções do dia a dia e totalmente interligado ao pacote Office a o Microsoft Teams. Duas funções me chamaram muito a atenção:
- Auxílio para reuniões: Ao terminar uma reunião no MS Teams, o Copilot (que estava ali escutando tudo) pode gerar uma ata e enviar para todos os envolvidos.
- Auxílio para apresentações: Você pode solicitar que o assistente prepare uma apresentação no Power Point sobre um determinado tema e ele incluirá ilustrações, dados de mercado e diversas outras informações que estejam disponíveis em seu equipamento.
Já a Nvidia, começou sua apresentação relembrando da sua trajetória e forte presença no mundo dos games, mas reforça a mensagem de ter uma solução muito mais completa. Veja só tudo que já existe e tem a promessa de ser melhorado ou que vem por aí:
- Melhoria de imagem: Reflexos, sombras, nitidez e incidência de luz sobre os objetos terão uma fidelidade muito maior.
- Eficiência energética: Como as imagens serão aperfeiçoadas através de AI, você não precisará de um hardware tão pesado consumindo energia.
- Cancelamento de ruído: O software irá reconhecer sons indesejados como latido de cachorro e barulho de furadeira do vizinho, e simplesmente isolar para que as pessoas ouçam somente a voz do usuário do outro lado da conferência.
- Eye contact: Essa foi a principal “bruxaria” apresentada. Para fazer a leitura de um documento durante videochamadas é natural que os olhos se desloquem para baixo, mas esse recurso mostra para toda audiência os olhos em posição natural, como se estivesse olho a olho com todos os presentes na reunião.
A AMD, por outro lado, apresentou o processador Ryzen com IA built-in (já embutida), com a capacidade de entregar:
- Produtividade: Capacidade de distribuir os trabalhos para a máxima eficiência quando se executa mais de uma tarefa simultaneamente.
- Melhora na execução de vídeos: Os vídeos, além de mais nítidos, irão rodar de maneira muito mais fluida, sem os efeitos robóticos nas movimentações de quadro.
- Vida longa ao processador: Aumento do tempo de vida de um processador, que vai se aperfeiçoando com o passar do tempo.
Além dessas melhorias anunciadas, já existem hoje no mercado opções de notebooks que utilizam IA para identificar a presença do usuário para pausar um filme, série ou vídeo, e retomar ao retornar para frente do PC, otimização de bateria e controle de desempenho da CPU para maior eficiência energética, e até mesmo recurso de segurança contra “curiosos”, que embaça a tela somente para quem não está na frente do computador, útil para quem gosta de trabalhar de cafés ou precisa acessar o notebook no aeroporto, por exemplo.
Fato é que todos esses recursos são apenas o início do potencial dessa tecnologia disruptiva que pode revolucionar todo o ecossistema e a nossa vida, já que a cada semana surgem novas aplicações e recursos de Inteligência Artificial, que parecem avançar mais rápido do que a Lei de Moore pudesse prever.