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Sabia que o Superman teve 6 filmes cancelados? Confira por que deu ruim

Por| 23 de Agosto de 2020 às 11h00

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Reprodução/Screen Rant
Reprodução/Screen Rant
Tudo sobre Warner Bros

O Superman é um personagem atemporal. Embora muita gente ache que seu puro heroísmo e o bom-mocismo o tornem “chato”, o fato de ele ser um outsider, que escolheu ser um de nós; e sua mensagem de esperança mesclada com ficção científica e referências ao deus Apolo e Jesus Cristo o tornaram uma figura única na cultura pop. E esse fascínio aumenta a cada novo filme envolvendo Clark Kent/Kal El, daí a razão da Warner Bros sempre estar interessada em uma adaptação. Contudo, nem todo mundo consegue acertar a mão como Richard Donner e Christopher Reeve, pois é difícil encontrar um balanço entre o contexto da época da produção com as raízes desse adorável e poderoso alienígena.

Ao longo de 80 anos, Superman chegou às telonas e telinhas em várias formas: de séries em preto-e-branco e curtas animados do estúdio Fleischer nos anos 1940 aos já citados filmes de grande sucesso estrelados por Christopher Reeve; passando por Smallville, a uma vasta gama de desenhos animados e derivados.

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O interesse crescente, porém, não se traduz em sua constante presença nos longas dos últimos anos. Embora ele atualmente tenha grande importância nos planos da Warner Bros, suas últimas participações em Batman vs Superman: A Origem da Justiça e em Liga da Justiça não foram muito bem digeridas pela crítica e pelos fãs. E há um estranho silêncio no estúdio sobre qual será o destino do personagem nos próximos anos. Segundo conversas de bastidores, isso acontece porque a companhia quer evitar os erros e desperdícios do passado e acertar a mão com calma.

Mas quais seriam esses “erros e desperdícios do passado”? Isso se deve, principalmente, a esses seis projetos abaixo, que, obviamente, não deram certo.

Superman V 

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Se você perguntar para todo mundo que já viu todos os filmes do herói qual seria o pior deles, a resposta unânime seria Superman IV: Em Busca da Paz (1987). Aliás, é um dos mais mal-sucedidos longas dos anos 1980 em geral. E a culpa é da Cannon Films, que adquiriu os direitos da franquia após o fracasso de Superman III — outra bomba.

Segundo conversas de bastidores, a Cannon Films quis capitalizar sobre a popularidade da marca, tentando fazer uma sequência de baixo custo. E o pior, o dinheiro teria acabado no meio da produção. Christopher Reeve se arrependeu publicamente de ter gravado o longa e chegou a dizer que o projeto “foi uma catástrofe do começo ao fim”. Os diretos acabaram voltando para a Warner Bros, que, dada à resposta dessa empreitada, desistiu de uma continuação.

Superman Reborn 

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De dezembro de 1992 a outubro de 1993, a DC Comics viu o ressurgimento do interesse da grande audiência pelo personagem, após a publicação de A Morte de Superman. Então, a Warner Bros tratou de encomendar mais um filme, sob o comando do produtor Jon Peter, que já havia ajudado a levar Batman para os cinemas.

Jonathan Lemkin, escritor que tinha certo prestígio por assinar séries de sucesso na época, a exemplo de Anjos da Lei e Chumbo Grosso, foi contratado para escrever o roteiro. A história teria o Homem de Aço morrendo e confessando seu amor por Lois Lane, antes de transferir sua energia vital para engravidá-la.

E aí vem a parte mais bizarra: o bebê a que ela daria à luz se tornaria um Clark Kent adulto em três semanas. A Warner Bros achou isso tudo muito estranho e chamou Gregory Poirier, que mais tarde viria a escrever filmes como O Massacre de Rosewood e O Rei Leão 2, para reescrever a trama. Ele manteve o tom sombrio de Lemkin e propôs Brainiac como o vilão principal, que criaria Apocalypse para matar o Superman. Essa ideia ficou no limbo da pré-produção por anos.

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Superman Lives

Essa história é tão peculiar que até ganhou um documentário. Bem, com o roteiro Lemkin/Poirier ganhando poeira na prateleira da pré-produção de um filme natimorto há anos, a Warner Bros decidiu apostar em uma jovem promessa em ascensão no mercado independente de filmes. Assim, ela escalou Kevin Smith, que também se mostrava talentoso como roteirista de quadrinhos e conhece o Superman a fundo.

Ao pegar o roteiro pronto de Superman Reborn para revisar, Smith ficou tão revoltado com a baixa qualidade e o desrespeito à mitologia do personagem que sua fúria de fanboy foi “premiada” pela Warner Bros com a possibilidade de começar um texto do zero. Isso levou o cineasta a se encontrar com Jon Peters, produtor que possuía os direitos da franquia para o cinema.

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Mas o nerd teria uma dura missão pela frente, pois Peters impôs três regras absurdas: a primeira é que o Superman não poderia voar; a segunda é que o herói não poderia usar seu tradicional traje, pois Peters achava que o uniforme deixava Clark afeminado; e a terceira é que o terceiro ato precisaria ter um combate com uma aranha gigante. Para completar, posteriormente foi adicionado o pedido de inclusão de um cachorro espacial para o antagonista, apenas por questões de merchandising.

O roteiro de Smith tinha Brainiac se unindo a Lex Luthor e enviando Apocalypse para bloquear o sol e tornar Superman impotente o suficiente para matá-lo. A Warner Bros ficou feliz com essa prévia e enviou para alguns diretores, como Robert Rodriguez, que na época tinha popularidade por conta de Um Drink no Inferno; e Tim Burton, que já havia tido sucesso com Batman alguns anos antes.

A Warner apostou bastante em Burton, que assumiu o filme por US$ 5 milhões, mesmo sem a garantia de produção. O diretor imediamente escalou Nicolas Cage, fã do herói, com o pagamento adiantado de US$ 20 milhões. E o elenco ainda teria Kevin Spacey como Lex Luthor (algo que se concretizou anos depois em Superman — O Retorno), Chris Rock como Jimmy Olsen e Christopher Walken como Brainiac.

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Burton ainda reescreveu o roteiro com Wesley Strick, que havia trabalhado com o diretor em Batman: O Retorno. Só que, na tradição do cineasta, seu Superman teria sido caracterizado como um messias estranho e existencialista, em um planeta ao qual ele não se sentia conectado. O orçamento subiu para cerca de US$ 190 milhões e a Warner Bros contratou Dan Gilroy para reescrever a trama mais uma vez e ajudar a reduzir os custos para algo em torno de US$ 100 milhões. Além disso o momento não era bom para a companhia, que já havia amargado um caro fracasso com O Mensageiro e via o cancelamento da série de TV Lois e Clark. Burton também deixou o projeto para gravar A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça e o texto foi então oferecido a outros diretores, como Michael Bay e Brett Ratner.

Batman vs Superman

Em fevereiro de 2002, a Warner Bros queria uma nova direção para o personagem nos cinemas. Para confeccionar essa ideia, a empresa contratou o promissor J. J. Abrams, que vinha fazendo sucesso como criador da série Felicity e já havia trabalhado no roteiro de Armagedom. Ao contrário das últimas propostas, seu texto não teria como foco o arco A Morte do Superman. Para a direção foi escolhido McG, que emplacava o remake de As Panteras na época, e que posteriormente desistiu para fazer a sequência desta mesma franquia.

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Antes que o roteiro de Abrams pudesse continuar na mesa, Andre Kevin Walker, que havia emplacado Seven — Os Sete Pecados Capitais ao lado David Fincher, apresentou uma proposta que deixou a Warner Bros empolgada: o confronto entre Batman e Superman. Assim, a ideia de Abrams foi deixada de lado. Akiva Goldsman, que havia cometido Batman Eternamente e Batman e Robin, mas ganhou o Oscar de Roteiro Adaptado por Uma Mente Brilhante, foi escalado para refazer o texto de Walker.

A trama envolvia um Bruce Wayne já aposentado lidando com seus demônios internos e arrependimentos, além das mortes de Alfred, Dick Grayson e Jim Gordon. Sua única fonte de felicidade, seu casamento, é destruído pelo Coringa, que mata sua esposa na lua de mel. Bruce culpa o amigo e padrinho Clark Kent e o estranhamento entre os dois resulta em uma batalha. No final, ambos descobrem que tudo não passou de uma armação de Lex Luthor e se unem para derrotar o vilão.

Wolfgang Petersen, diretor de Mar em Fúria, foi contratado e logo sugeriu dois atores para os papeis de Batman e Superman: Christian Bale e Josh Hartnett, respectivamente. Com dois bons roteiros em potencial nas mãos, a Warner Bros decidiu que colocar seus ícones em uma briga na época do 11 de Setembro não seria uma boa — e aí ela voltou a olhar para o trabalho de Abrams.

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Superman Flyby

Abrams pressionou o estúdio e ampliou sua ideia para uma história de origem que se tornaria uma trilogia — mas não sem tomar algumas liberdades criativas com relação ao material original dos quadrinhos. Em sua aventura, Lex Luthor seria um agente da CIA obcecado por OVNIs com poderes mágicos que o permitiam voar. Embora o texto não fosse influenciado por A Morte de Superman, o Superman morria no final e seria revivido nos moldes de Jesus Cristo, após ver seu pai em um paraíso kryptoniano.

Só que isso aconteceu já no início da era dos vazamentos na web e o texto completo chegou aos fãs na internet. A trama foi massacrada pelos sites de quadrinhos. Contudo, a Warner Bros bateu o pé e escalou Brett Ratner para substituir McG, com a produção agendada para o final de 2003. Entre os candidatos para viver o Superman estavam Josh Hartnett, Paul Walker, Brendan Fraser e Ashton Kutcher. Christopher Walken estava em negociações para interpretar Perry White, enquanto Lois Lane girava em torno de Keri Russell e Amy Adams.

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Ratner desistiu abruptamente da direção em março de 2003, devido a dificuldades em escalar o papel principal e rixas com Jon Peters. McG foi trazido de volta e o ciclo de análise de elenco começou novamente. Robert Downey Jr. foi escalado como Lex Luthor e Scarlett Johansson foi considerada para Lois — lembre-se que esse foi um período antes do sucesso com Homem de Ferro e o início do Marvel Studios. McG queria filmar no Canadá ou em Nova Iorque, em vez do local preferido do estúdio, a Austrália, em parte porque achava as cidades norte-americanas mais parecidas com Metrópolis, mas especialmente pelo seu medo confesso de voar.

Posteriomente, McG também deixou o projeto e, enquanto Abrams fazia campanha para dirigir seu próprio roteiro, Bryan Singer foi selecionado pela Warner Bros, que, como sabemos, optou pela abordagem mostrada em Superman — O Retorno, lançado em 2006.

Continuação de Superman — O Retorno

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Em 2006, Superman finalmente chegou às telonas pela primeira vez em quase 20 anos, estrelado por Brandon Routh, Kate Bosworth e Kevin Spacey. O filme até recebeu elogios sobre seu arco emocional e as performances de Routh e Spacey, mas grande parte da audiência achou que o tempo de duração de 154 minutos era demais e o filme carecia das cenas de ação necessárias para realmente manter o interesse do grande público. Além disso, alguns detalhes da trama, como seu sumiço mal explicado da Terra e a presença de seu filho, que basicamente envelhecia o personagem justamente quando ele tinha um novo começo, não caíram muito bem no gosto dos fãs.

Embora o filme tenha faturado US$ 391 milhões em todo o mundo, pouco para uma produção de US$ 204 milhões, os executivos ficaram empolgados o suficiente para pensar em uma sequência. Os planos iniciais de Singer incluíam Brainiac e Bizarro como os principais antagonistas, em um local chamado de Nova Krypton, erguida com a massa de terra exibida no longa anterior.

Contudo, as gravações foram adiadas porque Singer estava trabalhando em Operação Valquíria e a pré-produção foi impactada pela greve dos roteiristas entre 2007 e 2009. O contrato de Routh expirou e o foco da DC Entertainment mudou para Batman, que vinha fazendo muito sucesso com a trilogia de Christopher Nolan; e com a possibilidade um universo expandido, nos moldes que o Marvel Studios já começava a ensaiar.

Em agosto de 2008, a Warner Bros desencanou dessa sequência, que estava prevista para chegar ao mercado no Natal de 2009. A companhia preferiu, então, começar do zero de novo com o Superman e não misturá-lo com o sucesso de Batman da trilogia de Nolan. Em 2013, como sabemos, a empresa, já de olho no Universo Estendido DC, lançou Homem de Aço. E o resto você sabe da história.

Fonte: Screen Rant