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Crítica Enola Holmes 2 | Continuação com Millie Brown mantém o nível e agrada

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Reprodução/ Netflix
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Aguardado por muitos, Enola Holmes 2 chegou ao catálogo da Netflix como um dos filmes mais aguardados do streaming em novembro. E a espera por esta sequência valeu a pena, pois o segundo longa da saga traz uma protagonista mais madura, astuta e inteligente, além de extremamente carismática.

Millie Bobby Brown (Stranger Things) brilha mais uma vez ao dar vida a uma Enola que merece o protagonismo que lhe foi dado. No novo longa, ela não está mais à procura da sua mãe e agora tenta se manter na cidade de Londres do final do século XIX às custas de seu trabalho como detetive.

Seu primeiro desafio é conseguir clientes para sua agência de investigação, mas todos que a procuram pensam que ela é muito nova para o trabalho e perguntam se o seu irmão está disponível.

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Frustrada, ela está quase desistindo da carreira, quando é surpreendida por uma garotinha que trabalha na fábrica de fósforos da cidade e lhe pede que encontre Sarah Chapman, sua irmã desaparecida. É partir daí que Enola aceita seu primeiro caso oficial e a história de Enola Holmes 2 se desenvolve.

Com diversas cenas de ação, algumas de romance e outras tantas de mistério, a trama é bem equilibrada, bem escrita e bem executada, e gira em torno das investigações de Enola e das artimanhas que ela cria para descobrir o que precisa. Um exemplo disso são seus disfarces.

De dama da alta sociedade até vendedor de jornal, a garota se veste de tudo que é preciso para conseguir chegar mais perto das pistas necessárias para encontrar Sarah, que, viemos a saber no final do filme, sumiu após roubar documentos importantes que incriminavam o dono da empresa de fósforos por más condições de trabalho e por usar um tipo de substância que causava tifo nas funcionárias.

Acontecimento histórico é a base para o enredo

Essa história contada no filme é, na verdade, inspirada em uma história real. Enola Holmes 2 se baseou nos livros da autora Nancy Springer e também na greve das Matchgirl que aconteceu em 1888, em Londres. O evento foi uma ação industrial das mulheres e adolescentes que trabalhavam como "garotas do fósforo" e eram expostas a péssimas condições de trabalho.

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Depois da greve realizada por essas meninas e mulheres, foi criado o Women Match Makers, o maior sindicato feminino da Inglaterra na época.

O longa não é totalmente fiel à história, afinal não se trata de um documentário e sim de uma obra de ficção, mas a utiliza como base para criar um enredo muito bem articulado.

Personagens coadjuvantes também ganham destaque

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Outro ponto do filme que é bem desenvolvido são as histórias dos coadjuvantes. O Sherlock de Henry Cavill, por exemplo, ganha mais tempo de tela e assume um caso que, em um determinado momento da história, se cruza com o de Enola.

Desse modo, os dois irmãos aprendem a trabalhar e cooperar um com o outro, se aproximando enquanto detetives e enquanto família.

Já Mycroft, o irmão mais velho, não aparece devido à conflitos de agendas de seu intérprete Sam Claflim, mas também não faz falta e não compromete o desenvolvimento da trama. Não porque a atuação de Claflim tenha sido ruim no primeiro filme, mas porque ela não é mais necessária na história.

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Eudoria Holmes, por sua vez, vivida pela talentosa Helena Bonham Carter, tem bons momentos no longa e ajuda a criar situações cômicas ao lado de Edith (Susie Wokoma).

Não podemos esquecer de Lord Tewkesbury, vivido por Louis Partridge, que também ganha mais destaque e se firma como o par romântico da protagonista. O romance dos dois, apesar de óbvio, é bonito, agrada e não tira o foco de Enola das investigações.

O espectador como personagem

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Por falar em personagens, em Enola Holmes 2 a mocinha quebra a quarta parede novamente ao conversar com o espectador, seja por olhares ou por palavras mesmo.

Esse recurso, já usado em algumas produções como a série Fleabag e Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, pode ser um tiro no pé se não for bem executado, mas no longa da Netflix só reforça o carisma da protagonista e a traz para mais perto do público. Ponto positivo.

Outros acertos que merecem ser mencionados são a trilha sonora bem escolhida, o figurino que remete à Londres vitoriana e o fato de que para assistir o segundo filme não é necessário ter visto o primeiro, já que ele faz uma contextualização adequada.

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Vale a pena assistir Enola Holmes 2?

Sim. Ressaltando o protagonismo feminino, fica claro que o diretor Harry Bradbeer e Millie Bobby Brown, que também está à frente da produção, acertam mais uma vez nessa continuação e mantêm o fôlego para uma próxima (ainda não confirmada).

Enola Holmes 2 é de fato leve, divertido, interessante e mais uma oportunidade de ver o talento da jovem Brown nas telas. Sendo assim é uma obra que vale o play.

Enola Holmes 2 está disponível na Netflix.