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Uso de laser em fósseis revela segredo de voo dos pterossauros

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Natalia Jagielska/University of Edinburgh
Natalia Jagielska/University of Edinburgh

Os pterossauros — conhecidos mundialmente como “pterodáctilos” — foram os primeiros vertebrados a alçar voo, na época dos dinossauros, e um novo estudo descobriu que uma espécie de cauda de pipa os ajudava na estabilidade. Os primeiros exemplares desse grupo de répteis, mais especificamente, tinham uma cauda com ponta em forma de folha, chamadas “palhetas”.

Já se imaginava que as palhetas eram rígidas, já que, se fossem moles e flexíveis, atrapalhariam o voo: não se sabia, no entanto, como a rigidez era atingida pelos animais. Agora, com uso de tecnologia laser, paleontólogos conseguiram investigar a composição das caudas.

Caudas úteis — e sexys

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O estudo foi liderado pela cientista Natalia Jagielska, da Universidade de Edimburgo, atualmente curadora do Lyme Regis Museum e artista gráfica. Sua equipe usou lasers, que refletem materiais mineralizados nos restos fossilizados dos pterossauros, para identificar fibras entrecruzadas e estruturas tubulares semelhantes a treliças nas caudas. Isso ajudava a tensionar a palheta.

Esse tensionamento, segundo os cientistas, funcionaria como uma vela de navio, enrijecendo com o soprar do vento e ajudando a manobrar. Para o estudo, foram analisados mais de 100 fósseis de pterossauros com luz ultravioleta, levando à seleção de quatro espécimes da espécie Rhamphorhynchus, analisados então mais a fundo com fluorescência estimulada por laser. 

Além de notar as funcionalidades de voo, os pesquisadores também acreditam que a característica possa ter ajudado no acasalamento — sua exibição para parceiros ajudaria a selecionar pterossauros mais desejáveis em voo. É possível que as caudas tivessem cores vibrantes e atraentes. Mesmo assim, a característica não sobreviveu entre os vertebrados voadores.

As caudas longas estavam presentes no final do Período Triássico, entre 251 e 201 milhões de anos atrás, mas foram ficando cada vez menores até quase sumirem à altura da extinção dos pterossauros, no final do Período Cretáceo, 66 milhões de anos atrás.

Isso provavelmente ajudou na mobilidade aérea e na diversificação do grupo: apesar de sexys, como as caudas dos pavões, essas estruturas mais atrapalham do que ajudam no voo.

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Fonte: eLife, University of Edinburgh

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