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Tubo de batom de 4.000 anos atrás é achado intacto no Irã

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Fevereiro de 2024 às 13h40

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Eskandari et al./Scientific Reports
Eskandari et al./Scientific Reports

Cientistas encontraram, no Irã, um pequeno tubo com pasta vermelha que pode ser um dos batons mais antigos já encontrados, com 4.000 anos de idade. A região em questão, Jiroft, indica que o item pode ter vindo da civilização Marḫaši, descrita por textos mesopotâmicos como uma nação poderosa do leste iraniano.

O objeto data entre 1936 a.C. e 1687 a.C., e a antiguidade do pigmento preservado foi descrita como não sendo muito surpreendente pelos cientistas — a tradição técnica e estética da cosmetologia antiga do local onde hoje é o Irã é bastante conhecida pela ciência. 

Achado do batom mesopotâmico

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O frasco contendo o cosmético milenar foi encontrado em 2001, quando o rio Halil transbordou e alagou diversos túmulos antigos no sudeste iraniano. Vários objetos acabaram deslocados do local de enterro, e o batom em questão foi levado ao Museu Arqueológico de Jiroft após a identificação.

A pigmentação dos lábios era apenas uma das práticas de beleza do antigo Irã. Um dos itens mais usados era o lápis de olho, feito de um pó preto chamado sormeh, usado tanto por mulheres quanto por homens. Na época, vários outros tipos de pó eram usados nas bochechas e sobrancelhas.

O recipiente guardava um pó fino solto e roxo-escuro quando foi examinado pelos pesquisadores, que analisaram sua composição química. Isso revelou uma composição de hematita, responsável pela coloração vermelho-escura, manganita, braunita, galena, anglesita e ceras vegetais. É uma mistura muito parecida com a dos batons atuais, segundo os pesquisadores.

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O frasco em si tem incisões muito precisas e é feito de clorite verde — embora seja parecido com outros artefatos da cultura jiroft em design, ele também é bastante único, segundo os autores.

O tamanho e formato é completamente diferente de recipientes cosméticos da mesma época, indicando que produtos do tipo tinham “marca”, ou seja, eram embalados e comercializados de forma padronizada, para fácil identificação visual — assim como hoje.

Além disso, o batom pode ter tido fragrância, já que as fibras vegetais indicam a adição de um cheiro específico ao produto. Não se sabe quem era o dono do antigo cosmético, já que os túmulos da região são misteriosos.

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Segundo contam os cientistas à revista Smithsonian, os cosméticos são uma área pouco explorada da metalurgia antiga, principalmente por essa área da indústria da Idade do Bronze ser considerada “assunto de mulher”, e, portanto, secundário à ciência no passado.

Cosméticos eram, no entanto, uma expressão de luxo cara e que moldava as interações sociais e hierarquias das cidades antigas profundamente, usados tanto por homens quanto mulheres.

Fonte: Scientific Reports com informações de Smithsonian