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Primeiro fóssil de mamífero atacando dinossauro é encontrado na China

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Julho de 2023 às 10h55

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Ghedoghedo/CC-BY-4.0
Ghedoghedo/CC-BY-4.0

Quando pensamos nas interações entre dinossauros e mamíferos, a primeira imagem mental é, certamente, a de um dos grandes répteis caçando nossos ancestrais. Apesar de serem imaginados como predadores implacáveis, os dinos também podiam ser caçados — e um fóssil encontrado recentemente é prova disso. É um quase diorama de 125 milhões de anos, onde vemos um mamífero carnívoro atacando um pequeno herbívoro da espécie dos psittacosaurus.

A evidência figura entre as primeiras a mostrar uma interação deste tipo, provando que nossos parentes muito distantes conseguiam, sim, se alimentar de dinossauros de vez em quando, mesmo de espécimes quase completamente crescidos.

Como a luta entre espécies foi preservada

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O dinossauro sendo atacado era uma espécie de psittacosaurus, grupo de herbívoros que já trouxe fósseis incríveis à ciência, como os primeiros exemplares preservados de umbigos, fósseis de genitais e até ânus dos extintos répteis. Quando ainda vivos, tinham o tamanho aproximado de um cão de grande porte. Já o mamífero que o caçou era um Repenomamus robustus, que era mais ou menos do tamanho de um texugo — ou seja, tinha uma desvantagem de tamanho em relação ao dino.

Embora pequeno, o mamífero predador era um dos maiores do grupo a viver no período Cretáceo, bem distante do momento em que seus ascendentes dominaram o mundo. Os fósseis foram achados quase completos na China, na província de Liaoning, em 2012. O local é conhecido como a “Pompeia dos Dinossauros”, já que contém o leito fóssil de Liujitun, onde erupções vulcânicas causaram deslizamentos de lama e inundações de detritos, preservando lagartos, anfíbios, dinossauros e mamíferos, como os aqui citados.

O material vulcânico encontrado na matriz de rocha onde os restos dos espécimes traz os minerais e vestígios que mostram a influência das erupções na sua preservação. Ao site IFLScience, o paleobiólogo autor de um estudo que detalha o achado, Dr. Jordan Mallon, explicou como teria sido o encontro — e como os dentes do R. robustus poderiam ter perfurado o psittacosaurus.

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Segundo ele, poucos exemplares de pele da espécie atacada foram encontrados, e mesmo assim não há como saber a grossura da derme dos dinossauros extintos. Psittacosaurus, no entanto, eram relativamente pequenos, então não teriam peles muito grossas como hipopótamos ou elefantes atuais. Os R. robustus eram carnívoros, então é seguro presumir que fossem capazes de rasgar carne e pele, mesmo a de dinossauros.

No final das contas, para preservar uma luta inter-espécies dessa forma, o enterro de seus restos precisou ter sido bem rápido. Mallon comenta que os espécimes foram soterrados por um deslizamento de lama formado principalmente por cinzas vulcânicas e detritos, assim como os “dinossauros lutadores” do deserto de Gobi foram cobertos por dunas. Aparentemente, os bichos estavam muito ocupados brigando para perceber as súbitas mudanças de ambiente ao seu redor.

Fonte: Scientific Reports. com informações de IFLScience