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Pesquisadores descobrem fóssil de espécie misteriosa de mamífero em Madagascar

Por| 29 de Abril de 2020 às 18h00

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Foto: Marylou Stewa
Foto: Marylou Stewa

A Ilha de Madagáscar, localizada no Oceano Índico, acaba de ganhar mais uma espécie de mamífero, mas que já deixou de existir há 66 milhões de anos. Em um artigo publicado na revista Nature, pesquisadores contam a descoberta de um fóssil de um animal do tamanho de um gambá que convivia com dinossauros e crocodilos gigantes, que teria vivido no período Cretáceo, ao sul do supercontinente de Gondwana.

Batizado de adalatherium, nome que nas línguas grega e malgaxe significa "animal louco" ou "besta louca", o mamífero primitivo da subordem gondwanatheria foi encontrado com o esqueleto muito bem preservado, sendo até então o mais completo animal mesozoico já encontrado no hemisfério sul.

A sua semelhança com o gambá, no entanto, é superficial. De acordo com o líder da equipe de pesquisadores, David Krause, da Universidade Stony Brook, dos Estados Unidos, a sua morfologia desafia a natureza e que sabendo sobre a anatomia esquelética de todos os mamíferos extintos é difícil imaginar como um animal como o adalatherium pode ter evoluído.

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De acordo com o pesquisador, o focinho do bicho possui características primitivas que já não eram vistas há cerca de 100 milhões de anos na linhagem que evoluiu para os mamíferos modernos, contando ainda que muitas de suas peculiaridades estão de acordo para um padrão mamífero e que outras nunca haviam sido vistas antes.

O adalatherium possui mais aberturas no crânio, o que é chamado de forame em anatomia, do que qualquer outro mamífero. Esses "buracos" servem como canais para a passagem de nervos e vasos sanguíneos para sustentar um focinho bastante sensível e repleto de bigodes. O animal também conta com um buraco muito grande no topo do seu focinho, possuindo ainda mais vértebras do que qualquer outro mamífero mesozoico, além de ter um osso da perna com uma curvatura diferente e uma construção dentária bastante única.

"A maior estranheza do novo animal é claramente visível nos dentes. Comparados com todos os outros mamíferos, os dentes são de trás para frente e devem ter evoluído a partir de um ancestral remoto", conta Alistair Evans, da Universidade Monash, na Austrália. O seu tamanho também era incomum em comparação com os outros mamíferos que viviam junto com dinossauros, que tinham em média o tamanho de um rato.

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Simone Hoffman, do Instituto de Tecnologia de Nova York e uma das autoras do estudo, conta que o maior desafio é tentar entender como o adalatherium se movia, "pois a sua parte frontal conta uma história diferente da parte traseira". Os cientistas estão tentando descobrir quais eram as suas habilidades, mas muito provavelmente era um animal poderoso na escavação, capaz ainda de correr ou ter diferentes formas de se locomover.

Para Krause, desvendar o adalatherium será apenas uma peça, mas de extrema importância, de um grande quebra-cabeças sobre o início da evolução dos mamíferos no hemisfério sul.

Fonte: Cosmos via Nature