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Peixe troca de sexo e fica mais colorido ao longo da vida

Por| Editado por Luciana Zaramela | 01 de Novembro de 2022 às 14h50

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Emery, Winterbottom/Najeeb et al./ZooKeys
Emery, Winterbottom/Najeeb et al./ZooKeys

Um peixe arco-íris das Maldivas, que troca de sexo ao longo da vida — todos nascem fêmeas e se tornam machos — finalmente ganhou um nome específico pela ciência. Embora já fizesse parte das espécies conhecidas, acreditava-se que o animal era uma variação ou versão mais velha de outro peixe, o Cirrhilabrus rubrisquamis. O novo peixe, bodião-de-fada-de-rosa, ganhou o nome científico de Cirrhilabrus finifenmaa.

O colorido peixe é encontrado na zona mesofótica, explorada por cientistas que mergulham profundamente, entre 40 e 70 metros abaixo do nível do mar, nos corais do Oceano Índico. Os bodiões-de-fada-de-rosa medem cerca de 7 cm, no caso dos machos, e cerca de 5 cm, no caso das fêmeas.

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Pesquisando a fundo — do mar

Os recifes mesofóticos estão entre os menos explorados do mundo, já que a região é complicada: não é profunda o suficiente para visitar com submarinos, mas também é funda demais para explorar com equipamentos tradicionais de mergulho, e complexa demais para dragar. As informações são de Yi-Kai Tea, doutor e pesquisador, ao The Guardian.

Para visitar os corais profundos, os cientistas usam equipamentos especiais, que recirculam o ar exalado pelos mergulhadores ao invés de mandá-los para cima em forma de bolhas. Controlando a mistura gasosa para eliminar dióxido de carbono excessivo e adicionar mais oxigênio quando necessário, os pesquisadores conseguem estender o mergulho a até 100 metros de profundidade.

São necessários diversos cilindros de gás e horas subindo lentamente, para poder descomprimir em segurança. A parte boa são as espécies novas estudadas nas profundidades, como o bodião-de-fada-de-rosa. Os cientistas escolheram o nome finifenmaa por significar "rosa" na língua local Dhivehi, das Maldivas, que também faz referência à flor nacional do país, a rosa cor-de-rosa.

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Como um dos pesquisadores do Instituto de Pesquisas Marinhas das Maldivas, Ahmed Najeeb, é natural do país, é a primeira vez que um nativo descreve uma espécie também nativa da região. Como outros bodiões, o C. finifenmaa troca de cor e de sexo conforme a idade, ficando cada vez mais colorido. Os machos acentuam ainda mais o seu arco-íris na temporada de acasalamento, provavelmente para impressionar as fêmeas.

Outros bodiões e homenageados

Em 2019, Tea já havia nomeado outra espécie de bodião, descoberto na zona mesofótica da costa de Zanzibar, na Tanzânia. É o bodião-de-fada-de-vibrânio, Cirrhilabrus wakanda, de escamas roxas vívidas, que também muda de sexo ao longo do tempo e adquire cores amareladas na cabeça no processo. O nome é homenagem ao herói fictício Pantera Negra e sua terra natal também fictícia de Wakanda. Além das vestimentas da nação no filme do personagem serem roxas, o país se esconde na obscuridade, como os peixes o fazem.

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Fonte: ZooKeys via The Guardian