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O que é DNA lixo? Entenda a função desse material genético

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Você já ouviu falar no termo "DNA lixo"? Desde 1953, está claro para a ciência o que é DNA: um tipo de ácido que armazena e transmite informações genéticas. No entanto, com o avançar dos anos, os pesquisadores descobriram que 45% da molécula parecia não ter uma função, o que acabou gerando essa expressão. Apenas estudos mais recentes conseguiram reverter esse ponto de vista.

O que acontece é que o DNA contém instruções usadas para codificar proteínas na célula. No entanto, a quantidade de DNA contida dentro de cada célula é vasta, e nem todas as sequências genéticas presentes dentro da molécula realmente codificam uma proteína.

Parte desse DNA não codificante é usada para produzir componentes de RNA, mas algumas regiões não são transcritas em proteínas, tampouco são usadas para produzir moléculas de RNA, e sua função ficou desconhecida por um bom tempo. Com isso, estudos chegaram a concluir que esse DNA lixo tinha pouca especificidade e trazia pouca (ou até mesmo nenhuma) vantagem seletiva para o organismo.

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Qual a função do DNA lixo?

No entanto, ao longo dos anos, os pesquisadores encontraram evidências de que não é bem assim, e que o DNA lixo pode fornecer alguma forma de atividade funcional, como pistas sobre questões relacionadas a autismo, envelhecimento e doenças inexplicáveis.

Em 2012, um programa de pesquisa chamado projeto Encode diz ter encontrado função para 80% desse DNA não codificante: é como em uma receita, em que cada ingrediente conta para manter o sabor e a aparência. Segundo o projeto, essa vasta combinação de genes explica por que as pessoas são tão distintas umas das outras.

Em estudo publicado na revista Science, por exemplo, um grupo de 100 pesquisadores conseguiu mapear o genoma humano "sem lacunas" pela primeira vez, o que permitiu reforçar teorias anteriores de que o DNA lixo pode ajudar a responder questões sobre essas doenças. Assim, a ideia agora é estudar a fundo para entender quais composições genéticas podem causar ou evitar que uma pessoa tenha determinada condição.

A sequência original desse projeto não incluía cerca de 8% do genoma humano, porque a tecnologia disponível na época não era capaz de decodificá-lo, uma vez que as áreas não codificantes eram muito repetitivas, tornando difícil a análise.

Fonte: ScienceBusiness InsiderMedline Plus, Fapesp