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Esta é a menor antena do mundo, e ela é feita de DNA

Por| Editado por Luciana Zaramela | 12 de Janeiro de 2022 às 17h30

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Microgen/Envato Elements
Microgen/Envato Elements

Cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, construíram a menor antena já feita no mundo para estudar mudanças e oscilações em proteínas. Feito a partir do DNA, o "dispositivo" mede apenas cinco nanômetros de comprimento. Para comparar, um centímetro equivale a 10.000.000 nanômetros, ou seja, o invento canadense é realmente pequeno.

Além disso, a nanoantena é fluorescente e usa sinais de luz para transmitir informações sobre o comportamento das proteínas em tempo real. Publicado na revista científica Nature Methods, o estudo aponta para o fato de que a tecnologia pode ajudar no desenvolvimento de novos remédios e melhorar a compreensão sobre doenças existentes.

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"Os resultados são tão empolgantes que estamos trabalhando na criação de uma empresa para comercializar esta nanoantena e torná-la acessível ao maior número possível de pesquisadores", explica Alexis Vallée-Bélisle, professor de química da Universidade de Montreal e principal autor do estudo.

Como funciona a antena de DNA?

"Como um dispositivo bidirecional que pode receber e transmitir ondas de rádio, a nanoantena fluorescente recebe luz em uma cor ou comprimento de onda e, dependendo do movimento da proteína que detecta, ela transmite a luz de volta em outra cor que podemos identificar", detalha Alexis.

Qual a função do invento?

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“Inspirados nas propriedades do DNA do tipo ‘LEGO’, cujos blocos de construção são tipicamente 20 mil vezes menores que [o diâmetro de] um fio cabelo humano, criamos uma nanoantena fluorescente feita de DNA que pode ajudar a definir com precisão a função das proteínas”, explica o químico.

A antena foi planejada para medir as mudanças estruturais nas proteínas ao longo do tempo. Afinal, as proteínas são moléculas grandes e complexas e que realizam todos os tipos de tarefas essenciais no corpo — como atuar no sistema imunológico ou regular a função dos órgãos. No entanto, os detalhes desse funcionamento nem sempre são conhecidos pela ciência.

“O estudo experimental de estados transitórios de proteínas continua sendo um grande desafio porque técnicas de alta resolução estrutural, incluindo ressonância magnética nuclear e cristalografia de raios-X, muitas vezes não podem ser aplicadas diretamente para estudar estados de proteínas de curta duração”, explica a equipe sobre a importância da tecnologia no estudo.

Fonte: Universidade de Montreal e Nature Methods