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Neandertais se diferenciaram dos humanos há cerca de 400 mil anos

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Charles R. Knight/Domínio Público
Charles R. Knight/Domínio Público

Estudos recentes têm indicado que os humanos modernos e os neandertais se separaram geneticamente mais tarde do que se acreditava, fazendo com que nosso parentesco com a extinta espécie seja mais próximo — na verdade, muito mais, com centenas de milhares de anos de diferença. Uma estimativa matemática feita neste ano calcula que os neandertais teriam se separado há apenas 408.000 anos atrás, ao contrário de estudos anteriores, que chegavam a 800.000 anos ou mais.

A antiga e extinta espécie humana Homo neanderthalensis viveu entre a Ásia e a Europa até cerca de 40.000 anos atrás, com seus fósseis indicando uma diferença física considerável em relação a nós, os Homo sapiens. Eles eram mais baixos, largos, com pélvis maiores e ossos mais pesados. Apesar disso, a espécie têm mostrado uma semelhança maior conosco do que se pensava ao demonstrar habilidades artísticas, maior adaptabilidade e inteligência através de diversas descobertas genéticas e arqueológicas.

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Algumas pesquisas já mostraram que os neandertais enterravam seus mortos com especial cuidado, o que mostra sensibilidade emocional e, talvez, uma noção de sua própria mortalidade. A questão de quando a espécie se diferenciou da nossa vem sendo debatida há décadas, com pouca certeza das datas. Aos poucos, estamos definindo melhor esse espaço de tempo.

Quando nos separamos dos neandertais?

Através do software BEAST2, cientistas estatísticos da Universidade de Tel-Aviv estudaram o genoma de H. sapiens e neandertais para determinar o que se chama de TMRCA, sigla em inglês para “Tempo Até o Ancestral Comum mais Recente”. A simulação indicou que a separação genética teria acontecido há 408.000 anos, surpreendentemente tarde para a ciência.

O dado é matemático e não envolveu o trabalho de arqueólogos ou paleoantropólogos, mas ainda assim concorda com os resultados de outros estudos envolvendo essas áreas que também jogam a data mais para a frente. Evidências fósseis e DNA, separadamente, também mostraram evidências de uma separação entre os humanos acontecendo entre 500.000 anos atrás e 650.000 anos atrás. Anteriormente, acreditava-se que o evento teria sido muito mais antigo, acontecendo há mais de 800.000 anos.

Mesmo com essa separação, ambas as espécies ainda compartilham 99,7% dos genes e seguiram acasalando entre si, gerando híbridos por milhares de anos. Atualmente, os europeus são os que mais carregam genes neandertais, com até 2% de seu genoma vindo dos extintos ancestrais. As influências disso podem ser vistas no tamanho dos narizes dos humanos modernos e até mesmo em sua vulnerabilidade à covid-19 e resistência a remédios.

Fonte: BMC Genomic Data