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Nanotiranossauro | Nova espécie de tiranossauro anão é oficializada

Por| Editado por Luciana Zaramela | 08 de Janeiro de 2024 às 11h49

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Raul Martin/University of Bath
Raul Martin/University of Bath

Paleontólogos finalmente conseguiram definir a identidade de um fóssil de predador do Cretáceo — é uma nova espécie de tiranossauro anão, refutando a crença de que seria um jovem Tyrannosaurus rex. A análise dos ossos antigos do grande predador deixou claro as diferenças de crescimento e formato, mas deixou outro mistério em aberto: por que nunca encontramos fósseis de tiranossauros jovens?

A espécie em questão é chamada de Nanotyrannus lancensis, nome dado por conta de seu tamanho reduzido em comparação aos mais famosos parentes T. rex, que estão entre os maiores predadores terrestres de todos os tempos. Para chegar à definição da identidade do fóssil da espécie, foram necessárias diversas evidências, estudadas à exaustão por cientistas das Universidades de Chicago, nos Estados Unidos, e Bath, no Reino Unido.

A história do Nanotiranossauro

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O primeiro fóssil do nanotiranossauro encontrado foi um crânio no estado americano de Montana, em 1942. Os restos ósseos geraram décadas de debates, com paleontólogos discutindo se pertenceriam a uma espécie diferente ou a um T. rex jovem. No estudo recente, foram analisados os anéis de crescimento desses ossos, o que revelou um padrão interessante.

Os fósseis ficavam mais “compactados” na parte exterior, demonstrando que o crescimento estava ficando mais lento — um sinal de que o dinossauro estava quase no tamanho adulto máximo, e não crescendo rapidamente, como se esperaria de um espécime juvenil.

O paleontólogo Nick Longrich, um dos responsáveis pela pesquisa, comentou sua surpresa com a análise, já que não esperava uma distinção tão clara. Com modelos computacionais, a estimativa de crescimento do N. lancensis mostrou um máximo de 900 kg a 1,5 tonelada e 5 metros de comprimento, cerca de 15% do tamanho do enorme T. rex, que chegava a 8 toneladas e 9 metros ou mais.

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Caso o fóssil fosse de um jovem tiranossauro, ele mostraria sinais de crescimento rápido, ganhando centenas de quilos por ano. Isso não é mostrado pelos ossos, no entanto. Diversos modelos computacionais diferentes foram testados, e todos mostraram taxas de crescimento lentas, ou seja, sinais de maturidade.

Os cientistas também verificaram se havia fósseis com características tanto de nanotiranossauros quanto de tiranossauros, o que apoiaria a hipótese de um ser a versão mais jovem do outro, o que não foi encontrado. A possibilidade de serem espécies distintas, então, é bem alta. Assim como gatos filhotes se parecem com os adultos, os tiranossauros jovens se pareceriam com os mais velhos, mas o nanotiranossauro não se parecia em nada com um T. rex.

Seus braços eram mais longos — mesmo um tiranossauro adulto tinha braços mais curtos, mesmo que a espécie seja sua versão anã — e a espécie era mais rápida ao invés de maior e mais forte. Isso indica uma relação distante com os tiranossauros, talvez até mesmo saindo da família Tyrannosauridae, mas isso é assunto para outras pesquisas.

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Fonte: Fossil Studies