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Marca de mão misteriosa é encontrada em fosso de 1.000 anos abaixo de Jerusalém

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Janeiro de 2023 às 09h39

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Yuli Schwartz/Israel Antiquities Authority
Yuli Schwartz/Israel Antiquities Authority

Arqueólogos encontraram, no interior da Cidade Velha de Jerusalém, um fosso, parte da antiga muralha que um dia cercou a cidade durante a Idade Média. Ao realizar escavações ao longo da estrutura defensiva, também foi localizada a marca de uma mão, feita em baixo-relevo, cujo significado ainda é desconhecido.

Os cientistas dataram o canal para cerca do século X a.C., não sendo mais antigo do que isso. Zubair Adawi, responsável pela escavação e diretor do Israel Antiquities Authority, estima que o fosso tenha pelo menos 10 metros de largura e entre 2 e 7 metros de profundidade. Sua função foi, um dia, a de impedir que invasores, muito provavelmente cruzados europeus, pudessem se aproximar das muralhas e invadir a cidade.

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Fossos e defesas da antiga Jerusalém

Um fosso era, nos tempos antigos, geralmente preenchido com água, elemento clássico no imaginário dos castelos europeus, cujo objetivo era o de retardar mais ainda avanços de tropas. No caso da estrutura de Jerusalém, no entanto, notou-se que ela era vazia, deixando apenas a largura e a profundidade como obstáculos.

A muralha que envolve a Cidade Antiga atualmente foi construída no século XVI, pelo sultão turco-otomano Soleimão I, o Magnífico. Apesar de imponentes, as defesas medievais eram muito mais eficientes, de uma impenetrabilidade historicamente renomada. Diversas camadas de muros e elementos defensivos, como catapultas e balistas, eram enfileiradas no topo, parando os exércitos invasores com muito mais do que apenas suas paredes.

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Dada a datação do fosso, ele provavelmente viu muita ação durante as Cruzadas. Exércitos europeus, entre os séculos XI e XIII, tentaram tomar a cidade inúmeras vezes. Historiadores que acompanharam a 1ª Cruzada descreveram a chegada dos cristãos à cidade em junho de 1099 da seguinte maneira:

"Exaustos pela viagem, eles se puseram em oposição ao enorme fosso, e apenas após cinco semanas, tiveram sucesso em cruzá-lo com táticas de invasão e ao custo de muito sangue, sob o fogo severo dos defensores muçulmanos e judeus."

Além do fosso, duas camadas muradas espessas tiveram de ser cruzadas, enquanto os defensores lançavam flechas, virotes, fogo e enxofre sobre os exércitos cruzados. Túneis secretos também estavam presentes, por onde os sitiados sairiam da cidade para o fosso, atacariam os cristãos de surpresa e retrocederiam para a segurança da cidade. Não sabemos se a mão marcada no fosso era de um defensor, um cavaleiro invasor ou outra pessoa, e nem se marcava um local, dava um sinal ou era apenas uma brincadeira. Pesquisas futuras dirão.

Fonte: Israel Antiquities Authority