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Cidade subterrânea encontrada na Turquia pode ser a maior do mundo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Maio de 2022 às 15h35

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Ministry of Culture and Tourism/Divulgação
Ministry of Culture and Tourism/Divulgação

A uma hora e meia de viagem do centro da província de Mardin, na Turquia, fica o distrito de Midyat, uma cidade histórica repleta de casas de pedra, tavernas, monastérios, portões arqueados e mesquitas, o paraíso medieval de qualquer historiador. Mas foi por acaso que uma cidade subterrânea bem mais antiga foi encontrada abaixo do bairro — durante um projeto de limpeza e conservação das ruas e casas históricas, há dois anos.

Após determinar que a caverna encontrada inicialmente era uma passagem com corredores até diversas câmaras subterrâneas, um trabalho de escavação foi iniciado para desenterrar a cidade. Moradores locais mais velhos já sabiam da existência do local, mas não faziam ideia da importância ou escopo da cidade. Ela é tão grande que, até o momento, os arqueólogos não a descobriram totalmente. Junto à localidade, foram encontrados artefatos datados do século II e III d.C.

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Midyat ou Matiate?

A cidade que fica acima do achado arqueológico, Midyat, tem seu nome provavelmente derivado da palavra "Matiate", que significa "Cidade das Cavernas", mencionado em inscrições assírias do século IX a.C., segundo historiadores. As escavações encontraram instalações das mais diversas, como locais de adoração, poços, armazéns de grãos e corredores os interligando, além dos objetos antigos já citados, em várias partes da cidade.

Gani Tarkan, o encarregado da escavação de Matiate, afirma que o plano é estender a operação por todo o distrito. Outras cidades subterrâneas como essa já foram encontradas em vários lugares da Turquia, especialmente na Anatólia, mas essa é diferente: segundo especialistas, ela foi usada ininterruptamente por 1.900 anos, primeiro como esconderijo e depois evoluindo para uma moradia permanente.

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É provável que a cidade tenha sido construída para abrigar cristãos fugindo da perseguição romana, já que a religião era proibida no século II d.C., e era comum que seus devotos se abrigassem em locais subterrâneos para sobreviver. Estima-se que de 60.000 a 70.000 pessoas moraram no local, de acordo com o tamanho das instalações. Até o momento, a maior cidade escavada é Derinkuyu, na Capadócia, que abrigava 20.000 pessoas, mas sua soberania está ameaçada pela nova descoberta.

Outra diferença importante, segundo Tarkan, é que em cidades subterrâneas da Anatólia, como Nevşehir e Kayseri, não havia vida acima do solo, sendo locais isolados. Em Midyat, a coisa é bem diferente, já que todas as estruturas acima dos túneis e galerias são registradas. As casas do topo, diz ele, datam dos séculos XVII, XVIII e XIX, sendo que a estrutura abaixo tem 1.900 anos.

As escavações são fruto da cooperação entre o Ministério da Cultura e Turismo, Diretoria Geral da Herança Cultural e Museus, Museu Mardin (do qual Tarkan é diretor) e do Município de Midyat. A cidade fica no sudeste da Turquia, na província da Anatólia.

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Fonte: Arkeonews, Anadolu Agency via Daily Sabah