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Fósseis minúsculos de 500 milhões de anos contam com sistema nervoso preservado

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Ortega-Hernández et al. 2022/Nature Communications
Ortega-Hernández et al. 2022/Nature Communications

O estudo de dois fósseis minúsculos, de 508 milhões de anos atrás, trouxeram uma situação curiosa para a ciência. O material, de criaturas cambrianas parecidas com insetos, mostrava tecidos nervosos fossilizados e muito bem preservados.

De acordo com os pesquisadores, esses pequenos fósseis podem ajudar a montar a história evolutiva das aranhas e escorpiões modernos. Até o momento, no entanto, os cientistas não sabem dizer onde os fósseis, da espécie Mollisonia symmetrica, se encaixam na árvore evolutiva dos artrópodes.

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Javier Ortega-Hernández, paleobiólogo e líder do estudo, conta que a descoberta é uma raridade. A primeira vez que algo parecido foi encontrado aconteceu em 2012, quando cientistas encontraram a primeira evidência de um cérebro de artrópode do período Cambriano fossilizado.

Desde então, os paleontólogos encontraram tecidos nervosos preservados em mais de uma dúzia de fósseis do mesmo período, a maioria deles sendo artrópodes.

Detalhes

Um dos fósseis mede cerca de 13 milímetros de comprimento e 3,5 milímetros de largura, no ponto mais largo. O outro é ainda menor e está em outra posição, medindo 7,5 milímetros de comprimento e 1,7 milímetro de altura.

O estudo explica que os fósseis possuem exoesqueleto, tronco segmentado, pares de apêndices, presas e membros. Os nervos fossilizados contam com manchas pretas, como se fosse tinta, uma vez que o processo de fossilização transformou o tecido em filmes de carbono orgânico.

Os pesquisadores também conseguiram identificar, em um dos fósseis, um olho bulboso no topo da cabeça, além de um cordão nervoso ao longo da barriga e alguns nervos saindo da parte inferior. No outro, são dois olhos grandes no topo da cabeça e um pedaço de cordão nervoso que percorre todo o trato digestivo.

Segundo os cientistas, os animais deram origem ao cérebro altamente condensado de escorpiões, aranhas, caranguejos-ferradura e carrapatos modernos.

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Fonte: LiveScience, Nature Communications