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Descoberta de 500 estruturas cerimoniais no México muda compreensão dos maias

Por| Editado por Patricia Gnipper | 26 de Outubro de 2021 às 12h27

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Takeshi Inomata
Takeshi Inomata

No ano passado, cientistas anunciaram a descoberta de Aguada Fénix, o maior e mais antigo monumento da civilização maia, localizado na cidade mexicana de Tabasco. Agora, um estudo conduzido pela Universidade do Arizona revela que a estrutura não está sozinha na região, sendo acompanhada por quase 500 outras estruturas menores que também podem remontar a um povo mesoamericano, anterior aos maias — os olmecas. Esta pode ser a descoberta de um elo perdido entre ambas as civilizações.

A pesquisa, liderada pelo antropólogo Takeshi Inomata, da Universidade do Arizona, revisou os mesmos dados que levaram à descoberta de Aguada Fénix no passado. Graças ao LiDAR (Light Detection And Ranging), que mapeia o solo com lasers e revela estruturas tridimensionais submersas na vegetação, Inomata e sua equipe detectaram ao menos 478 complexos cerimoniais. As estruturas estavam espalhadas pelos estados mexicanos de Tabasco e Veracruz.

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A maior parte das novas estruturas descobertas são bem menores em relação à Aguada Fénix, que mede cerca de 1.400 metros em sua maior extensão. No entanto, os pequenos complexos indicam um mistério maia até então não compreendido. Segundo os pesquisadores, a antiga cidade olmeca de San Lorenzo, que data de 1.150 a.C., pode ter sido uma referência para que os maias construíssem seus monumentos.

O antropólogo explicou que, por muito tempo, pensava-se que San Lorenzo fosse um centro urbano antigo único e distinto na região, mas o novo estudo revela que a cidade olmeca é muito parecida com Aguada Fénix — uma praça retangular cercada por pequenas plataformas. “Isso nos diz que San Lorenzo é muito importante para o início de algumas dessas ideias que foram posteriormente utilizadas pelos maias", acrescentou Inomata.

Esta informação pode ser o elo perdido entre estas duas civilizações distintas, que, na maior parte de suas existências, viveram em diferentes momentos da história da Mesoamérica. Os olmecas teriam prosperado no que é chamado período formativo (2.000 a.C. a 250 d.C),  enquanto os maias teriam vivido no período clássico (250 d.C. a 900 d.C.).

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O padrão retangular e suas variantes, chamados pela equipe de Middle Formative Usumacinta (MFU), sugerem que tanto as interações, quanto as influências entre os olmecas e os maias, foram bem mais complexas e diversificadas do que se pensava até então. Além dos dados do LiDAR, os pesquisadores visitaram 62 locais da região, que datam de 1.050 a 400 a.C., que parecem terem sido espaços para rituais.

Alguns destes locais são projetados para se alinhar com o nascer do Sol, bem como outros eventos dos calendários mesoamericanos, indicando que os rituais apresentam conceitos cosmológicos também atrelados às estações do ano. O debate de longa data sobre a influência dos olmecas sobre os maias parece agora estar mais próximo de um denominador comum. "Portanto, nosso estudo se concentra em uma área-chave entre os dois", disse Inomata.

O estudo foi publicado na revista Nature Human Behavior.

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Fonte: ScienceAlert