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Embrião de verme com 500 milhões de anos é encontrado incrivelmente preservado

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Outubro de 2022 às 09h11

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Dong et al./Royal Society Open Science
Dong et al./Royal Society Open Science

Cientistas identificaram fóssil de embrião de verme extremamente bem preservado do período Cambriano na China, conseguindo até mesmo isolar partes dos órgãos do animal em formação. A espécie em questão é a Markuelia hunanensis, cujas características e preservação foram descritas na revista científica Royal Society Open Science.

O local que providenciou os restos fossilizados fica na província de Hunan, no sul chinês, em sítio paleontológico rico em calcário chamado Lagerstätte de Wangcun (Lagerstätte é o termo usado para depósitos de fósseis excepcionalmente preservados). O M. hunanensis viveu há cerca de 500 milhões de anos, na mesma época em que as primeiras plantas surgiram em terra e quando os primeiros grupos animais começaram a evoluir. Seu mais próximo, na atualidade, são os quinorrincos, ou dragões-do-lodo.

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Tecidos moles nos fósseis

É raro encontrar tecidos moles preservados em criaturas pré-históricas, especialmente do período Cambriano, entre 542 milhões e 488 milhões de anos atrás, quando houve uma diversificação massiva das espécies do planeta. Além de ser incrível encontrar embriões em ótimo estado, eles também surpreenderam ao estar preservados em 3 dimensões: a maioria dos espécimes encontrados em outros locais estava achatado por sedimentos ou camadas geológicas.

A qualidade do fóssil é tamanha que é possível discernir alguns órgãos da extinta espécie, incluindo tecido muscular e partes do cérebro, que foi descrito como tendo o formato de uma rosquinha. Os cientistas também notaram a semelhança do cérebro do animal com os dos nematoides, espécie de vermes que atualmente convive conosco.

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É a primeira vez que o material do sistema nervoso de um Scalidophora, grupo de invertebrados que inclui diversos vermes e artrópodes, é encontrado fossilizado. Segundo os cientistas, isso abre possibilidade para que outros espécimes preservados em 3D possam estar espalhados por sítios paleontológicos pelo mundo.

Além disso, os pesquisadores teorizaram que os tecidos moles desses e de outros animais ainda não foram identificados em outros locais simplesmente porque os paleontólogos partiam do pressuposto de que não encontrariam nenhum, dada a dificuldade do achado. Estudos anteriores sugeriram que os embriões do M. hunanensis são muito semelhantes aos adultos, o que dá uma boa ideia de como teria sido sua aparência.

Fonte: Royal Society Open Science