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O que é o Relógio do Juízo Final?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Janeiro de 2023 às 20h45

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Imagem: Macro.biolog/WIkimedia Commons
Imagem: Macro.biolog/WIkimedia Commons

As condições do planeta Terra são cada vez mais alarmantes, o que desperta um apelo por parte da comunidade científica. Justamente sob essa linha de raciocínio que o Doomsday Clock (também chamado de Relógio do Juízo Final ou, ainda, Relógio do Apocalipse) foi criado, em 1947. O projeto tem como objetivo alertar o público sobre o quão perto estamos de destruir o mundo com nossas armas e tecnologias.

Por trás do relógio está a Bulletin of the Atomic Scientists (Boletim dos Cientistas Atômicos), uma organização sem fins lucrativos da Universidade de Chicago (EUA), relacionada a questões científicas e de segurança global. Durante a criação do Relógio do Juízo Final, as armas nucleares representavam o maior perigo para a humanidade, considerando que os EUA e, à época, a União Soviética se dirigiam para uma corrida relacionada ao armamento nuclear.

Como funciona o Relógio do Juízo Final

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O Relógio do Juízo Final está localizado nos escritórios da Bulletin of the Atomic Scientists, na universidade. Basicamente, esse relógio move os ponteiros para frente e para trás, de acordo com o que acontece no mundo. Guerras, mudanças climáticas, pandemias, avanços da inteligência artificial, níveis de poluição e outros fatores influenciam diretamente na decisão de adiantá-lo ou atrasá-lo.

Mas vale entender que se trata de uma metáfora, e não uma previsão. Na página oficial da organização, aliás, a equipe diz que o Relógio do Juízo Final não é uma ferramenta de previsão: "Não estamos prevendo o futuro. Em vez disso, estudamos eventos que já ocorreram e tendências existentes". 

No relógio, a meia-noite significa, metaforicamente, o fim dos tempos. Portanto, quanto mais perto o ponteiro estiver da marcação 12, mais próximos estaríamos do fim de tudo.

Quem decide a hora?

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No início, o editor da Bulletin, Eugene Rabinowitch (cientista e um dos líderes do movimento internacional  desarmamentista) participou de conversas com cientistas e especialistas dentro e fora dos governos ao redor do mundo. Com base nesses debates, decidiu onde deveria ser acertado o ponteiro do relógio. Todo o raciocínio por trás da decisão era publicado nas páginas do que era literalmente um boletim.

Além de Eugene Rabinovitch, a organização Bulletin of Atomic Scientists contava com o apoio de cientistas respeitados, como os físicos Albert Einstein, J. Robbert Oppenheimer (líder do Projeto Manhattan, considerado o pai da bomba atômica) e Max Born (cujo trabalho foi fundamental para o desenvolvimento da mecânica quântica).

Quando Rabinowitch morreu, em 1973, a responsabilidade de decidir as idas e vindas do ponteiro caiu nas mãos do Conselho de Ciência e Segurança da Bulletin. Esse conselho é composto por cientistas e outros especialistas com profundo conhecimento de tecnologia nuclear e ciências climáticas, que frequentemente fornecem aconselhamento especializado a governos e agências internacionais.

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A Bulletin afirma que monitora números e estatísticas, como o número e os tipos de armas nucleares no mundo, as partes por milhão de dióxido de carbono na atmosfera, o grau de acidez em nossos oceanos e a taxa de aumento do nível do mar para chegar a essa decisão. Outro fator considerado é o esforço dos líderes e dos cidadãos para reduzir ações que colocam o planeta em risco. É o que dizem os cientistas na página oficial:

Analisamos os dados, como os médicos analisam os exames laboratoriais e as radiografias, e também levamos em consideração fatores mais difíceis de quantificar, como fazem os médicos quando conversam com pacientes e familiares. Consideramos tantos sintomas, medidas e circunstâncias quanto podemos. Chegamos então a um julgamento que resume o que poderia acontecer se os líderes e os cidadãos não tomassem medidas para tratar as doenças. 

Quando o Doomsday Clock muda?

A cada ano, em janeiro, o comitê da Bulletin of Atomic Scientist se reúne para atualizar o horário, avançando, voltando “no tempo” ou permanecendo com os ponteiros parados. Tudo depende dos acontecimentos globais do ano anterior para fazer o ajuste.

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O primeiro horário marcado pelo Relógio do Juízo Final foi 23:53 (ou seja: faltando sete minutos para a meia-noite). Em 1949, quando a URSS fez seu primeiro teste de uma bomba nuclear, Rabinowitch acertou o relógio em 23:57, algo bem próximo de um final catastrófico. 

Veja abaixo uma linha do tempo com os avanços e retrocessos do relógio do fim do mundo:

Agora que você sabe o que é o Relógio do Juízo Final, vale entender também o que pode ser feito para salvar o mundo: "Compartilhe o que você aprendeu com outras pessoas. Quanto mais conversarmos sobre o que é mais importante —sobreviver e prosperar — mais confiança teremos para expressar nossos interesses. Diga aos representantes do seu governo que você não quer gastar ainda mais dinheiro dos seus impostos em armas nucleares", aconselha a organização.

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Fonte: Bulletin of the Atomic Scientists, The Atlantic