Como a chama Olímpica é mantida acesa durante os Jogos?
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Nesta terça-feira (16), a chama Olímpica foi simbolicamente acesa em uma cerimônia no Templo de Hera, em Olímpia, na Grécia. Este fogo, um dos símbolos das Olimpíadas, é usado para alimentar a tocha Olímpica e, no dia 26 de junho, irá acender a pira dos Jogos Olímpicos de Paris, na França. O desafio é mantê-lo aceso até lá, sem se apagar.
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Inclusive, esta chama deve permanecer acesa, enquanto passará por 10 mil mãos durante o revezamento da tocha Olímpica. Nos Jogos Olímpicos passados, este fogo chegou ao cume do Monte Everest (2008) e foi até carregado debaixo d’água (2000), quase sempre se mantendo aceso nas maiores adversidades. Há um plano reserva, quando algo falha.
O que é a chama Olímpica?
A chama Olímpica é uma referência direta à mitologia grega. Nesta tradição, o fogo é um elemento sagrado e de origem divina, dado aos homens por Prometeu, que trouxe conhecimento e esperança à humanidade.
Nos Jogos Olímpicos modernos, a chama simboliza a paz e a esperança, segundo o Comité Olímpico Internacional (COI). No entanto, este fogo precisa ser puro, o que é possível de alcançar a partir de sua forma de ignição: os raios solares.
Como é acesa a chama olímpica?
Em condições climáticas ideais, as atrizes que interpretam as sacerdotisas do Templo de Hera — sim, tudo é simbólico nos Jogos Olímpicos — produzem a chama Olímpica, a partir de um antigo instrumento de metal conhecido como skaphia. É uma espécie de espelho parabólico, capaz de concentrar os raios de sol. Com o aquecimento, o “combustível” (quase sempre grama seca) entra em combustão.
No entanto, as coisas não saíram como o previsto nesta terça, por causa das condições climáticas e do excesso de nuvens no céu. Dessa forma, o fogo usado para acender a tocha Olímpica foi gerado ontem (15), durante os ensaios da cerimônia. Este era o plano B da equipe organizadora.
Independente disso, a chama é preservada numa urna (uma espécie de “lampião”), constantemente alimentada, e usada para acender as tochas, sem ser apagada até o final dos Jogos.
Tocha dos Jogos Olímpicos
Cada país que sedia os Jogos Olímpicos desenvolve uma versão própria da tocha Olímpica. Por exemplo, nos Jogos Olímpicos de Pequim 2022, a tocha era feita de fibra de carbono e usava hidrogênio como combustível. Nos Jogos de Tóquio 2020, ela era constituída de alumínio e funcionava à base de propano. Ao longo dos anos, até o azeite já foi utilizado como combustível para a chama.
Para garantir que o fogo não se apague, o método mais comum é utilizar um pequeno cartucho, acoplado na tocha, com o combustível. Como o reservatório é pequeno, a chama tem que ser constantemente passada de uma tocha para outra, como ocorre durante o revezamento. A autonomia de cada uma varia, mas normalmente é algo próximo de 30 minutos.
Apesar dessas variações, o Museu Olímpico afirma, em artigo: “A tocha deve ser capaz de resistir a condições climáticas adversas (como vento, chuva, neve e calor extremo) e aos meios de transporte mais incomuns. Também deve ser capaz de durar mais tempo do que o tempo reservado para a etapa de revezamento, caso o corredor tenha algum problema no percurso”.
O que acontece se a chama da tocha dos Jogos Olímpicos for apagada?
Infelizmente, uma chama pode ser facilmente apagada, mesmo que seja a chama Olímpica. Por isso, durante todo o período, são mantidas urnas como backups deste fogo.
É relativamente comum utilizar esses backups. Nos Jogos Olímpicos de Montreal 1976, ficou famoso o episódio em que a tocha Olímpica foi acidentalmente apagada e um dos responsáveis usou um isqueiro comum para acendê-la novamente, até que uma chama descendente da original fosse trazida.
A seguir, confira a cerimônia em que a chama Olímpica foi acesa para os Jogos Olímpicos de Paris 2024:
Fonte: COI, Museu Olímpico e EuroNews