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Com inteligência artificial, cientistas acham ancestral fantasma no gene humano

Por| Editado por Luciana Zaramela | 30 de Novembro de 2022 às 16h10

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sgrunden/Pixabay
sgrunden/Pixabay

Com o auxílio de inteligência artificial (IA), cientistas identificaram um "gene fantasma", o DNA ancestral de um híbrido que ficaria entre os humanos modernos e seus parentes evolutivos, os neandertais e denisovanos. Já sabíamos que deveria haver uma espécie de hominídeo como essa por conta de uma menina, filha de um denisovano e um neandertal, cujos restos foram encontrados na caverna de Denisova, na Sibéria, em 2012 (e identificada como híbrida em 2018): ela teria vivido há mais de 50.000 anos.

A nova descoberta demonstra que a jovem híbrida não estava sozinha. Os humanos teriam encontrado hominídeos como ela, se aliado e acasalado com eles em seu caminho da África para os outros continentes há 80.000 anos. Com isso, nossa espécie se espalhou pela Eurásia e eventualmente chegou à América, mas não sem se misturar com outros humanos antes.

Até agora, achávamos se tratar apenas de neandertais e denisovanos: há mais. Com inferência bayesiana, que se baseia em estatística e aproximação, foi notada uma "terceira introgressão", uma população fantasma que se misturou aos nossos ancestrais durante o êxodo africano.

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Teorias sobre a espécie fantasma

É possível que esses hominídeos tenham alguma relação com o clado neandertal-denisovano ou tenha divergido dessas populações no início da linhagem de denisova. No primeiro caso, a menina da caverna seria um membro dessa terceira população. Segundo os cientistas, ainda há outras possibilidades, então não há como ter certeza da ascendência do gene fantasma ainda.

Evidências fósseis são incrivelmente escassas no que tange a híbridos e outras espécies hominídeas, mas isso não tem conseguido parar a ciência, que vem utilizando IA para produzir mais e mais pesquisas, e mais rapidamente. Um dos exemplos foi a descoberta de evidências, em 2018, de um evento bem definido de miscigenação entre denisovanos e neandertais, a partir do qual foi possível gerar uma linha do tempo das interseções entre as espécies extintas com muito mais detalhes em 2019.

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O trabalho, segundo os cientistas, está só começando, mas já temos um vislumbre de um misterioso elo (quase) perdido, um terceiro DNA que é integral ao que somos como espécie atualmente. A descoberta foi, inclusive, quase acidental: os pesquisadores começaram apenas buscando partes dos nossos genes que teriam divergências maiores, tentando identificar o que é neandertal e o que é denisovano.

Ao subtrair essas partes, ainda ficou um pedaço do que seria o fantasma do passado, a espécie sobre a qual, até agora, pouco sabemos. Há de se procurar mais fósseis e empregar mais tecnologia para um dia, quem sabe, podermos montar uma linha do tempo de todos os hominídeos que nos trouxeram ao lugar que ocupamos na evolução.

Fonte: Nature Communications