Pesquisadores conseguiram sequenciar o genoma de uma garota neandertal
Por Joyce Macedo | 04 de Setembro de 2012 às 11h30
Uma equipe do Instituto Max Planck, uma organização independente alemã de pesquisa científica sem fins lucrativos, realizou um feito impressionante ao sequenciar 31 vezes o genoma de uma garota siberiana arcaica. Eles utilizaram um novo método que amplia cadeias simples de DNA.
O sequenciamento é tão completo que os pesquisadores têm a nítida imagem deste genoma antigo da mesma maneira que o fariam com uma pessoa ainda viva. Ele revelou, por exemplo, que a menina tinha olhos castanhos e pele morena.
Para realizar a façanha, os cientistas sequenciaram o DNA que isolaram de um fragmento de osso de um dedo encontrado na caverna Denisova, no sul da Sibéria. Depois eles descobriram que pertencia a uma jovem de um grupo desconhecido de humanos, que eles chamavam de "Denisovans".
"Esta é uma sequência do genoma extinto de uma precisão sem precedentes", diz Matthias Meyer, principal autor do estudo e pós-doutorado no Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária em Leipzig, Alemanha.
"Ninguém pensou que teria um genoma humano arcaico de tal qualidade", completa Matthias . "Todo mundo ficou chocado com os resultados. Inclusive eu. "
Este foi o fragmento de osso utilizado pelos pesquisadores (Foto: Instituo Max Planck)
As análises mostram que a variação genética dos Denisovans foi extremamente baixa, sugerindo que, embora eles estivessem presentes em grande parte da Ásia, a sua população nunca foi grande. Além disso, uma lista abrangente documenta as mudanças genéticas que separam os humanos modernos de seus parentes arcaicos. Alguns destes genes alterados estão associados a funções do cérebro ou ao desenvolvimento do sistema nervoso.
Futuras descobertas poderiam levar anos para deixar um impacto, mas o Instituto Max Planck pode ter acabado de abrir as portas do conhecimento para a nossa história coletiva.