Cientistas encontram diferenças no ritmo circadiano a partir de idade e gênero
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |

Pesquisadores da École Polytchnique Fédérale de Lausanne conseguiram encontrar diferenças de gênero e idade na expressão de genes relacionados ao relógio circadiano, ou ciclo circadiano, com o qual nosso corpo programa a liberação de hormônios, controlando aspectos como fome e sono ao longo do dia. Os dados utilizados vieram do projeto "Expressão Genótipo-Tecido".
A equipe se baseou em estudos anteriores que já apontavam mudanças de ritmo na expressão de genes por conta do relógio circadiano, especialmente nos períodos da manhã e final da tarde. Até agora, no entanto, nunca haviam sido analisados os fatores de idade e gênero em relação à expressão genética circadiana.
Mulheres e jovens são mais rítmicos
Para descobrir se essas variações tinham peso, os cientistas filtraram as categorias a partir do projeto Expressão Genótipo-Tecido e chegaram a 914 participantes. Os perfis de RNA desses doadores foram alimentados a um algoritmo que atribui uma fase circadiana a cada amostra de tecido, mostrando o nível de material presente nele — como uma proteína expressa geneticamente, por exemplo.
Níveis diferentes de proteínas mostraram expressões diferentes em várias partes do ciclo circadiano, fato também testado em 46 amostras de tecido. Analisando a origem de tais tecidos, foram observadas diferenças importantes entre doadores femininos e masculinos, bem como em jovens e idosos.
A expressão genética relacionada ao metabolismo, mais especificamente, era mais rítmica em comparação com outras partes do corpo, enquanto a do cérebro era menos rítmica. Em mulheres, esse número também era maior, um aumento também observado nos mais jovens. As diferenças de gênero foram especialmente grandes, com o dobro de genes rítmicos surgindo nas amostras femininas.
Variações entre partes do corpo também entraram na conta do gênero, com uma expressão de genes maior nos fígados e glândulas suprarrenais das mulheres. Isso também valeu para o fator de idade, com menos ritmicidade nas expressões genéticas das artérias coronárias e sistema cardiovascular de idosos. O relógio circadiano também tendeu a mudar de 24 para 12 horas ao longo do envelhecimento dos participantes.
Fonte: Science