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Censo dos dinos | Cerca de 1,7 bilhão de tiranossauros existiu na Terra

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Andrey Atuchin/Badlands Dinosaur Museum
Andrey Atuchin/Badlands Dinosaur Museum

Novos cálculos revelam que a quantidade de tiranossauros que já pisou em nosso planeta é, na verdade, menor do que se pensava — apenas 1,7 bilhões dos enormes predadores teriam vivido entre os quase 3 milhões de anos da espécie. Um estudo detalhando o cálculo foi publicado em 18 de abril, na revista científica Paleontology.

O primeiro cálculo estatístico sobre os tiranossauros foi feito há poucos anos, publicado em abril de 2021 no periódico Science. Nele, estimava-se que até 2,5 bilhões de Tyrannosaurus rex houvessem existido na Terra entre 68 e 65,5 milhões de anos atrás. Para a atualização dos números, foram levadas em conta informações sobre a espécie que os primeiros pesquisadores não consideraram.

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Arredondando tiranossauros

Capitaneado por Charles Marshall, da Universidade da Califórnia, o estudo original havia levado em conta diversas variáveis para o modelo de calculado da população de T. rex, como média da massa corporal, densidade populacional, expectativa de vida média, taxas de sobrevivência e tempo estimado de uma geração. À época, o modelo construiu um retrato de 20.000 dinossauros da espécie formando cada geração, com 125.000 gerações tendo existido em seus 2,5 milhões de anos — ou seja, 2,5 bilhões de tiranossauros.

Eva Griebeler, uma ecologista evolucionária da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, no entanto, discordou de alguns dos dados levantados, e buscou fazer um novo levantamento. Segundo ela, a taxa de sobrevivência dos dinos estava superestimada, bem como as capacidades de colocação de ovos e o número de gerações. Logo após o primeiro estudo, Griebeler publicou um artigo mostrando que as estimativas de Marshall estariam mais próximas às de pássaros e répteis modernos.

Uma estimativa atualizada mostrou que cada geração de T. rex teria apenas 19.000 indivíduos, além de 90.000 gerações, diminuindo o número total de espécimes para 1,7 bilhão. Mesmo com a errata, o estudo original foi o primeiro a se arriscar nesse cálculo, sendo, primeiramente, impulsionado pela curiosidade.

O próprio Marshall comenta ter sido como se perguntar quantas estrelas existem no céu — ter conseguido fazer uma estimativa foi um trabalho gratificante, e vê-lo atualizado por pesquisas seguintes, mais realísticas, também agradou a equipe, segundo o cientista.

E os ossos?

Com tantos tiranossauros existindo na história do planeta, levanta-se a pergunta: e os ossos deles? Caso os cálculos de Griebeler estejam corretos, só encontramos os restos de 0,0000002% de todos os grandes predadores. Isso ainda será investigado por ambas as equipes, e provavelmente por outros paleontólogos, embora já se possa lembrar que nem todo ser vivo acaba se tornando fóssil, caso as condições ambientais não estejam boas.

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Ultimamente, muitas pesquisas sobre os T. rex vêm sendo feitas, como uma boa teoria acerca do porquê seus braços eram tão curtos, descobertas sobre sua inteligência e o encontro de alguns parentes próximos da fera.

Fonte: Science, Paleontology 1, 2, LiveScience