Censo dos dinos | Cerca de 1,7 bilhão de tiranossauros existiu na Terra
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |

Novos cálculos revelam que a quantidade de tiranossauros que já pisou em nosso planeta é, na verdade, menor do que se pensava — apenas 1,7 bilhões dos enormes predadores teriam vivido entre os quase 3 milhões de anos da espécie. Um estudo detalhando o cálculo foi publicado em 18 de abril, na revista científica Paleontology.
- Dinossauro americano pode ser o elo perdido da evolução do Tiranossauro Rex
- Paleontólogos encontram registro de carnívoro tão grande quanto o T. Rex
O primeiro cálculo estatístico sobre os tiranossauros foi feito há poucos anos, publicado em abril de 2021 no periódico Science. Nele, estimava-se que até 2,5 bilhões de Tyrannosaurus rex houvessem existido na Terra entre 68 e 65,5 milhões de anos atrás. Para a atualização dos números, foram levadas em conta informações sobre a espécie que os primeiros pesquisadores não consideraram.
Arredondando tiranossauros
Capitaneado por Charles Marshall, da Universidade da Califórnia, o estudo original havia levado em conta diversas variáveis para o modelo de calculado da população de T. rex, como média da massa corporal, densidade populacional, expectativa de vida média, taxas de sobrevivência e tempo estimado de uma geração. À época, o modelo construiu um retrato de 20.000 dinossauros da espécie formando cada geração, com 125.000 gerações tendo existido em seus 2,5 milhões de anos — ou seja, 2,5 bilhões de tiranossauros.
Eva Griebeler, uma ecologista evolucionária da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, no entanto, discordou de alguns dos dados levantados, e buscou fazer um novo levantamento. Segundo ela, a taxa de sobrevivência dos dinos estava superestimada, bem como as capacidades de colocação de ovos e o número de gerações. Logo após o primeiro estudo, Griebeler publicou um artigo mostrando que as estimativas de Marshall estariam mais próximas às de pássaros e répteis modernos.
Uma estimativa atualizada mostrou que cada geração de T. rex teria apenas 19.000 indivíduos, além de 90.000 gerações, diminuindo o número total de espécimes para 1,7 bilhão. Mesmo com a errata, o estudo original foi o primeiro a se arriscar nesse cálculo, sendo, primeiramente, impulsionado pela curiosidade.
O próprio Marshall comenta ter sido como se perguntar quantas estrelas existem no céu — ter conseguido fazer uma estimativa foi um trabalho gratificante, e vê-lo atualizado por pesquisas seguintes, mais realísticas, também agradou a equipe, segundo o cientista.
E os ossos?
Com tantos tiranossauros existindo na história do planeta, levanta-se a pergunta: e os ossos deles? Caso os cálculos de Griebeler estejam corretos, só encontramos os restos de 0,0000002% de todos os grandes predadores. Isso ainda será investigado por ambas as equipes, e provavelmente por outros paleontólogos, embora já se possa lembrar que nem todo ser vivo acaba se tornando fóssil, caso as condições ambientais não estejam boas.
Ultimamente, muitas pesquisas sobre os T. rex vêm sendo feitas, como uma boa teoria acerca do porquê seus braços eram tão curtos, descobertas sobre sua inteligência e o encontro de alguns parentes próximos da fera.
Fonte: Science, Paleontology 1, 2, LiveScience