B. santosdoroi | Conheça o 1º sapo do período Cretáceo encontrado em SP
Por Augusto Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |
Paleontólogos descobriram o primeiro sapo brasileiro do Cretáceo, que viveu com os dinossauros e muitas outras criaturas pré-históricas em uma Minas Gerais irreconhecível, há cerca de 70 milhões de anos. Já extinta, a espécie foi nomeada Baurubatrachus santosdoroi, em alusão aos cientistas que a descobriram, Edvaldo Fabiano dos Santos e Laércio Fernando Doro. O gênero Baurubatrachus já é conhecido, tendo sido nomeado há alguns anos — ele é considerado "bizarro" pelos cientistas.
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Todo o gênero do animal, composto de sapos pré-históricos também já extintos, é consideravelmente pequeno, na verdade, contendo apenas o holotipo Baurubatrachus pricei, que havia sido descoberto na Formação Serra da Galga, próximo a Peirópolis, em Minas Gerais. Da subordem Neobatrachia, estes anfíbios viviam na idade Maastrichtiana do Brasil, no final do Período Cretáceo, entre 72 e 66 milhões de anos atrás.
Sapos pré-históricos brasileiros
Alguns milhões de anos separam o B. santosdoroi do B. pricei, com o novo sapo descoberto sendo mais antigo do que seu companheiro de gênero. Ele conviveu com peixes, crocodilos, tartarugas, insetos, caracóis, mamíferos, dinossauros e outras espécies de sapo em sua época. Seus restos fossilizados foram encontrados na Formação Adamantina, um afloramento próximo à cidade de Catanduva, no estado de São Paulo, e estudado por cientistas brasileiros e argentinos.
Foram encontrados, especificamente, dois fósseis de sapo, que permitiram aos cientistas descrever características únicas, tanto cranianas quanto pós-cranianas, que colocaram a espécie dentro do gênero Baurubatrachus. Isso ajuda a enriquecer o conhecimento sobre os ossos de todo o gênero, como o forâmen subtimpânico e outros aspectos agora atribuídos aos antigos sapos brasileiros. Um estudo sobre a espécie foi publicado na revista científica Ameghiniana.
Assim, o conhecimento paleontológico e as interações paleoecológicas entre as espécies ficam cada vez mais ricos, de acordo com os cientistas, paleontólogos da Universidade Maimónides. Segundo eles, o Baurubatrachus santosdoroi é a primeira espécie de sapo do Cretáceo formalmente nomeada no estado de São Paulo, um recordo paleontológico bem interessante. Com isso, estudos dos neobatráquios ficarão mais fáceis, já que o grupo de sapos é bem pouco conhecido pela ciência.
Fonte: Ameghiniana