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Sapos venenosos! 6 espécies de anfíbios que intrigam a ciência com suas toxinas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 12 de Maio de 2022 às 12h13

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 twenty20photos/Envato
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Nesta semana, a Rússia chamou a atenção da imprensa internacional com a morte do bilionário Alexander Subbotin, ex-diretor da empresa de energia russa Lukoil. A principal suspeita é que essa morte tenha sido causada por veneno de sapo, uma vez que o oligarca foi encontrado na casa de um xamã, que supostamente teria aplicado a toxina em sua pele.

O caso desperta uma curiosidade: existem muitos sapos venenosos na natureza? De onde vem a substância e quais são as espécies mais famosas?

Para início de conversa, é preciso entender a diferença entre animais venenosos e peçonhentos. Os dois termos compartilham uma semelhança: a produção de veneno. O que diferencia, sob o ponto de vista da ciência, é a forma com que esse veneno é aplicado.

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Animais peçonhentos possuem um "aparelho" para inocular o veneno, como presas ou ferrões, como as cobras, ou os escorpiões. Enquanto isso, os animais venenosos liberam a toxina apenas quando a glândula que o produz é pressionada, como é o caso de alguns sapos, que usam a substância como mecanismo de defesa contra predadores. Entretanto, especialistas também já descobriram sapos peçonhentos, com espinhos em sua estrutura corporal.

Sapo-comum-asiático

O sapo-comum-asiático (Duttaphrynus melanostictus) ocupa uma grande variedade de habitats no sudeste da Ásia tropical e foi recentemente encontrado em algumas ilhas da Indonésia, Nova Guiné e Madagascar. A espécie é conhecida por secretar uma toxina leitosa e venenosa, que pode ser letal a seus predadores, já que interrompe o fluxo de sódio e potássio através das membranas celulares, fundamental para o bom funcionamento dos músculos, especialmente no coração.

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Rhaebo guttatus

O Rhaebo guttatus é um dos sapos venenosos que mais intrigam a ciência com suas toxinas, principalmente pelo fato de que ele esguicha a substância contra seu predador. Imagina se pega no olho? Pois é justamente essa a ideia: o jato não mata o predador, mas pode causar cegueira temporária. As informações vêm de um estudo conduzido pelo biólogo Carlos Jared, do Instituto Butantan, publicado na revista científica Amphibia-Reptilia.

Sapo-ponta-de-Flecha

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O famoso sapo-ponta-de-flecha (família Dendrobatidae) vive na região neotropical, inclusive na Amazônia, e se destaca tanto por sua aparência excêntrica e bem colorida, quanto sua capacidade venenosa. A espécie se alimenta de formigas, e é de lá que vêm os alcaloides, substâncias químicas potentes que o sapo transforma em defesa contra predadores.

O veneno é tão poderoso que algumas tribos indígenas da Colômbia usavam para envenenar dardos de zarabatana, por isso o seu nome. Outra curiosidade é que sua pele colorida não é por acaso, mas sim um recurso para alertar os predadores e manter longe.

Phyllobates terribilis

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A rã dourada Phyllobates terribilis é um dos animais vertebrados mais tóxicos do mundo. Para se ter noção, essa espécie produz veneno suficiente para matar dez homens adultos, mesmo sendo bem pequenina (cinco centímetros). No caso, o animal — que, assim como o sapo-ponta-de-flecha, pertence à família Dendrobatidae — mantém seu veneno em glândulas sob a pele.

Corythomantis greening

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O biólogo Carlos Jared também foi responsável pela descoberta do potencial peçonhento da espécie Corythomantisgreening, presente na região nordeste semi-árida do Brasil, cuja estrutura do crânio conta com uma estrutura cheia de espinhos, parecida com a de um cacto. As informações foram publicadas na Current Biology, em 2015.

Em suas pesquisas, Jared menciona que o animal usa o processo de fragmose: entra nos buracos, em árvores ou rochas, usando a parte de trás de seu corpo e depois usa a cabeça para fechar essas fendas. No caso, a cabeça do sapo possui duas funções de proteção: defesa contra os predadores e contra a perda de água.

Aparasphenodon brunoi

No estudo em questão, Jared também menciona a espécie Aparasphenodon brunoi, que habita a Mata Atlântica. A estrutura de espinhos no crânio é bem semelhante à do Corythomantis greening, exceto que o veneno é bem mais destrutivo, mortal até para seres humanos.

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Fonte: Science News for Students, FapespNational History Museum, Smithsonian, Global News, Mongabay, Portal Amazônia, National Geographic