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Após Chernobyl, usina nuclear de Zaporizhzhya interrompe transmissão de dados

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Março de 2022 às 17h00

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Energoatom
Energoatom

A usina nuclear de Zaporizhzhya, a maior da Europa, não está mais transmitindo à Atomic Energy Agency (IAEA) os dados dos sistemas que monitoram materiais nucleares. O problema na transmissão foi anunciado pela agência nesta quarta-feira (9), e ocorre após falhas na transmissão de dados da usina de Chernobyl. Ambas as usinas estão sob o controle de tropas russas.

De acordo com a IAEA, ainda não está claro o que causou a interrupção na transmissão dos dados, e o estado dos equipamentos que pararam de enviar as informações estava incerto. Ainda segundo a agência, as transmissões de outras instalações nucleares na Ucrânia seguem normalmente, incluindo usinas nucleares em funcionamento. Duas das quatro linhas de alta tensão da usina de Zaporizhzhya foram danificadas.

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Atualmente, somente duas delas estão disponíveis, mas a usina só precisa de uma para funcionar. Além disso, há uma quinta linha de reserva, junto de geradores a diesel. Rafael Grossi, diretor da IAEA, demonstrou preocupação com a interrupção dos dados em função da grande quantidade de materiais nucleares presentes por lá, sejam eles resíduos ou materiais frescos.

Enquanto isso, a usina de Chernobyl, palco do pior desastre nuclear da história, está sem energia. Mas um representante da IEAE afirma que, por enquanto, não há impactos críticos na segurança. Mesmo assim, a falta de eletricidade por lá vem causando preocupação em alguns especialistas, já que a energia elétrica é necessária para manter o funcionamento de sistemas que garantem o resfriamento de compostos radioativos. Sem eles, estes compostos podem acabar superaquecidos, vazando.

Como não há meios de receber dados importantes de segurança, a perda de comunicação com as duas usinas vem alarmando autoridades internacionais. “Estes sistemas [...] nos permitem monitorar materiais e atividades nucleares nestes locais, onde nossos inspetores não estão”, disse Grossi. Mesmo com a ocupação russa nas instalações, ambas as usinas seguem sendo operadas por funcionários da Ucrânia. Entretanto, a IAEA afirma que eles estão trabalhando sob estresse e em condições inadequadas, colocando em risco a segurança das instalações.

Fonte: AFP, Reuters; Via: IFLScience, Independent