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Quanto custa o seguro de um carro elétrico?

Por| Editado por Jones Oliveira | 14 de Janeiro de 2024 às 14h00

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Freepik/CC
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O carro elétrico já é uma realidade nos quatro cantos do planeta, mas, no Brasil, apesar de ser um mercado em expansão, ainda gera muitas dúvidas a respeito de todo o entorno que cerca esse segmento.

Um dos assuntos que geram dúvidas diz respeito ao seguro. Afinal de contas, a apólice de um carro elétrico é diferente da oferecida para um modelo a combustão? Oferece mais coberturas? É mais cara?

Se você está curioso a respeito do assunto e quer saber quanto custa o seguro de um carro elétrico antes de se decidir se está na hora de “se converter” para um meio de transporte menos poluente, esse conteúdo é o que você estava esperando.

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A reportagem do Canaltech conversou com Cleber Gregorio de Oliveira Santos, representante da TAYSAM Seguros, que trabalha com as principais seguradoras de veículos do Brasil, e passou a ele as principais dúvidas dos consumidores em relação ao assunto.

Seguro de carro elétrico é mais caro?

Uma das primeiras perguntas e, talvez, a mais importante a respeito do seguro de um carro elétrico é bem direta: ele é mais caro do que o de um a combustão?

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De acordo com o especialista ouvido pelo Canaltech, não há qualquer diferenciação entre um modelo tradicional, a gasolina (ou flex) e um eletrificado, puramente elétrico ou híbrido. A regra que faz com que determinado modelo fique mais caro ou mais barato é a mesma aplicada aos carros “normais”.

“Você não consegue ter uma noção exata de percentual, pois cada carro tem uma característica e uma taxa diferentes. Um Renegade, por exemplo, tem taxa diferente de um Voyage. As taxas variam, em um seguro como um todo (colisão, furto, terceiros), entre 2,5% até 10% em carros novos, com até 2 ou 3 anos de uso. Se ele for mais velho, pode chegar a 25% do valor do veículo”.

A apólice de carro elétrico é diferente?

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Em relação às coberturas incluídas na apólice de um carro elétrico, o representante da TAYSAM explicou que não há segredo, e o cliente pode optar tanto pelas mais comuns, que protegem contra colisão, incêndio e roubo/furto, quanto pelas mais completas.

Nesses casos, as coberturas abrangem todos os itens citados e também contemplam danos materiais, danos corporais, danos morais, acidentes pessoais passageiros (morte acidental) e acidentes pessoais passageiros (invalidez permanente por acidente), assistência 24 horas e outros benefícios.

A preocupação com o sistema de baterias, que muitas vezes representa 60% do valor total de um carro elétrico, também é injustificável na visão de especialista em seguros ouvido pelo Canaltech. E a explicação é bastante simples:

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“Quando você faz o seguro de um carro elétrico, se ele tiver um problema na bateria, a garantia geralmente é da fábrica. Se o cliente se envolver em uma colisão e a bateria for danificada, será coberta certamente”, garantiu.

O único senão levantado por Cleber Santos sobre o assunto é o risco de o sistema de baterias ficar irreparável por conta dos danos causados pela colisão. “Nesse caso, dependendo do valor da bateria e do preço do carro, dará perda total”.

BYD Dolphin x Volkswagen Polo: quanto é o seguro?

Pedimos ao especialista em seguros para traçar um comparativo entre o hatch mais vendido do Brasil em 2023, o Volkswagen Polo Track, e o carro elétrico mais emplacado do país no período, o BYD Dolphin.

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Cleber Santos levantou os preços de ambos utilizando como padrão um motorista do sexo masculino, na faixa dos 50 anos, com contratação de franquia obrigatória e cláusula com R$ 100 mil de cobertura contra terceiros.

O modelo da Volkswagen custa, em janeiro de 2024, R$ 82 mil, enquanto o hatch elétrico chinês segue vendido a R$ 149,8 mil, já que a montadora preferiu segurar a nova alíquota de importação para carros elétricos, de 10%, válida desde o dia 1º.

Como o modelo a combustão é mais barato que o elétrico, o preço do seguro, na maioria das companhias consultadas pela TAYSAM, também é menor que o do carro elétrico. A média de preços para o Polo Track ficou entre R$ 3,4 mil e R$ 4,5 mil nas seguradoras mais “populares”, como Itaú e Porto, mas bateu em R$ 6,5 mil quando realizada pela Tokyo ou pela HDI.

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No caso do Dolphin, os valores giraram entre R$ 5,6 mil e R$ 6,6 mil nas mais populares, e variaram entre R$ 13,1 mil e R$ 17,1 mil (mais de 10% do valor do carro, portanto) nas consideradas “premium”.

Franquia é “calcanhar de Aquiles”

Se no que diz respeito à apólice em si os preços das coberturas dos carros elétricos são mais elevados que o dos veículos a combustão muito por conta dos valores dos bens, que também são mais altos, o mesmo não se pode dizer das franquias.

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A taxa de franquia é o valor cobrado pelas seguradoras em caso de acidentes, exceto quando há perda total do bem (nesse caso, a seguradora paga o “prêmio” e a apólice é automaticamente encerrada).

A franquia de um carro a combustão comum, como o Volkswagen Polo Track, fica abaixo dos 10% do valor de tabela do carro. No caso do modelo utilizado em nossa reportagem, flutuou entre R$ 5.7 mil e R$ 6,6 mil.

Já em relação ao BYD Dolphin, os preços foram assustadores, e ultrapassaram bem a casa dos 10% do valor total do carro. A franquia do hatch elétrico chinês, segundo levantamento do especialista da TAYSAM, gira entre R$ 17,3 mil e R$ 22,6 mil, dependendo da companhia de seguros.

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O motivo principal, de acordo com Cleber Santos, é justamente o elevado custo de reparo de eventuais danos ao sistema de baterias, que pode levar à chamada perda total do carro e ao pagamento "cheio" da apólice ao segurado.