Publicidade

Musk afirma que Autopilot estava desligado em acidente fatal com carro da Tesla

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

Compartilhe:
Afif Kusuma/Unsplash
Afif Kusuma/Unsplash
Tudo sobre Tesla

Carros autônomos botam medo em muita gente — basta perguntar para qualquer pessoa menos acostumada com novas tecnologias se ela teria coragem em confiar nesses sistemas e você certamente receberá uma resposta negativa. Acidentes fatais como o que ocorreu no último sábado (17) em Texas, EUA, só aumentam as preocupações populares sobre essa condução autônoma: um Tesla Model S ano/modelo 2019 colidiu contra uma árvore em alta velocidade e ceifou a vida de dois jovens.

Acontece que, ao que tudo indica, não podemos culpar tal tecnologia neste caso. Primeiramente, as vítimas estavam, respectivamente, no banco do carona e no assento traseiro. Como bem perceberam alguns usuários do Twitter, o Autopilot (sistema de condução semiautônoma da Tesla) desliga automaticamente caso perceba que não há ninguém sentado no lugar do motorista ou caso não detecte a presença de mãos humanas no volante por mais do que dez segundos.

Corroborando essas afirmações, o próprio Elon Musk publicou um tweet afirmando que “registros de dados recuperados até agora mostram que o Autopilot não estava ativo” e que a unidade acidentada não havia feito a compra do Full Self-Driving (FSD), tecnologia aprimorada de condução autossuficiente que está sendo comercializada na pré-venda por US$ 10 mil (cerca de R$ 55 mil). Musk também ressalta que o Autopilot precisa de faixas de rodagem no asfalto para fazer curvas — algo que não existe no local do acidente.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Vale a pena ressaltar aqui a diferença entre o Autopilot e o FSD. O primeiro é disponibilizado para qualquer Tesla, e, diferente do que seu nome sugere, ele apenas mantém uma velocidade adequada de rodagem e muda de faixa sozinho. Já o FSD consegue efetivamente dirigir sozinho, sugerindo rotas, entradas, conversões e até retornos, além de ser capaz de estacionar em locais estreitos. Porém, a montadora ressalta que, em ambos, o motorista deve estar atento para eventuais intervenções.

Leis rígidas a caminho?

De qualquer forma, o incidente incentivou duas investigações paralelas de órgãos federais dos EUA: a Administração Nacional de Segurança do Tráfego Rodoviário (National Highway Traffic Safety Administration ou NHTSA) e o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (National Transportation Safety Board ou NTSB) miraram suas armas na Tesla, levando em conta o fato de que, recentemente, foram notificados 28 acidentes com carros da companhia no país.

Atualmente, os Estados Unidos não contam com uma legislação específica para carros autônomos, mas isso pode estar prestes a mudar por conta de incidentes desse gênero. “Com uma nova administração em vigor, estamos revisando os regulamentos sobre veículos autônomos, afirmou a NHTSA no mês passado). Possivelmente para se esquivar de futuras normativas rígidas, e-mails internos vazados recentemente da Tesla mostram que Musk não pretende categorizar o FSD como “100% autônomo” mesmo em seu lançamento comercial.

Fonte: The Washington Post