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Análise | MINI Countryman híbrido pode ser o SUV dos sonhos, mas com ressalvas

Por| Editado por Jones Oliveira | 30 de Dezembro de 2019 às 09h54

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Matheus Argentoni/Canaltech
Matheus Argentoni/Canaltech

Se existe uma marca que desperta o desejo do brasileiro é a MINI. A montadora britânica, que é controlada pela BMW, possui modelos com design bem parecidos entre si, mas cada um com sua identidade e comportamento, o que é justamente o que chama mais a atenção do consumidor por aqui. Afinal, quem é que não reconhece um MINI nas ruas?

Com uma estratégia de mercado das mais interessantes, a MINI resolveu trazer para o Brasil sua linha completa de SUVs, os Mini Cooper Countryman S, que foram subdivididos em MINI Cooper Countryman TOP, MINI Cooper S Countryman ALL4 e o híbrido plugin MINI Cooper S E Countryman ALL4, versão que foi testada pelo Canaltech.

Neste modelo, foi mantido todo o padrão de acabamento da versão topo de linha, mas com o acréscimo de uma motorização híbrida, o que, em tese, deveria lhe proporcionar uma economia maior de combustível, além da possibilidade de uso no modo 100% elétrico — afinal, ele é um híbrido plugin.

Apesar disso, o que vimos nos testes foi que, mesmo com todo o requinte e comportamento espetacular nas ruas e estradas, o MINI Countryman S E não pode ser considerado um carro dos mais econômicos — embora seja mais que seus irmãos a combustão.

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Vamos explicar abaixo os prós e contras desse produto, que é espetacular, mas tem ressalvas que merecem ser debatidas caso você se interesse por um.

O futuro bate à porta

Por mais que tenha um jeitão mais retrô, o MINI Cooper S E Countryman ALL4 é tecnologia pura. Seu design estiloso contrasta com sua proposta, que é a de ser um carro completamente conectado, com baixo índice de emissão de poluentes e, claro, divertido de ser guiado. Spoiler: ele é tudo isso e mais um pouco. Contudo, quando falamos de um carro híbrido, seja ele plugin ou não, o item vital é o seu consumo e é aqui que o MINI Countryman peca.

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O sistema híbrido integra um motor elétrico capaz de oferecer potência de 88cv (a partir de 4.500 rpm) e torque instantâneo de 16,5kgf/m (até 3.000 rpm). Já o motor 1.5 de três cilindros, a combustão, está apto a entregar 136cv (entre 4.400 e 6.000 rpm) e 22 kgf/m de torque (entre 1.250 e 4.300 rpm). Seja com o motor a gasolina ou no modo zero-emissões, o conjunto garante diversão ao volante, com acelerações incrivelmente fortes e dirigibilidade semelhante a de um kart, bem "na mão".

Na soma dos motores, temos aqui um conjunto de 224cv (entre 4.000 e 6.000 rpm) e torque de 38,5 kgf/m (até 4.300 rpm) proporcionando aceleração de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos e velocidade máxima de 198 km/h. Mesmo com um conjunto potente e divertido, a composição híbrida deveria dar a este veículo uma média de consumo e autonomia bem maiores do que foram apresentadas. De acordo com o computador de bordo, os nossos testes marcaram uma média de 10,4 km/l no circuito misto, com autonomia total um pouco acima dos 400 quilômetros.

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Apesar da nova bateria de íon-lítio de alta voltagem elevar a capacidade energética do sistema híbrido do SUV de 7.7 kWh para 10.0 kWh, resultando em um aumento de 30% na autonomia elétrica, não dá para dizer com todas as letras que o MINI Countryman S E é um carro muito econômico.

Por isso, é bom ficar atento aos modos de condução disponíveis no SUV para tornar sua experiência mais tranquila no aspecto de consumo. São três modos de funcionamento, que são alimentados por outros três de comportamento: no Max eDrive, temos uma condução completamente elétrica, limitada a 35 quilômetros de autonomia média a uma velocidade de até 100km/h; no Auto eDrive, o carro vai se comportar como um verdadeiro híbrido, mas sempre privilegiando o motor elétrico; por fim, o modo Save, que vai privilegiar o propulsor à combustão, deixando a bateria para ser usada bem raramente. Em todos os modos, há a possibilidade de a bateria ser carregada pela energia cinética dos freios.

Sobre o comportamento, ele é dividido em três modos: Green, voltado ao consumo; Mid, que é bem equilibrado; e o Sport, que é quando descobrimos a real potência deste carro.

Mas o Calcanhar de Aquiles do Mini Countryman S E é o seu tanque de combustível, que suporta apenas 36 litros de gasolina. Portanto, por mais que ele seja bem mais econômico do que seus irmãos à combustão, ele bebe muito mais do que deveria, principalmente na estrada.

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Apesar de seu consumo, dirigir o Mini Countryman S E é uma das melhores experiências automotivas que tivemos no Canaltech em 2019. Ele é um SUV com "chão" muito bom, dirigibilidade esportiva, acelerações das mais espertas e conforto absoluto, com suspensão bem ajustada e que suporta bem nossas ruas esburacadas.

Vale lembrar também que este "ALL4" no nome significa que ele possui tração integral, o que pode te dar uma boa mão no offroad. O controle eletrônico do sistema está conectado ao Controle Eletrônico de Estabilidade (DSC), que detecta a necessidade de demanda de distribuição de força desde o início.

A experiência de ter um híbrido plugin

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Diferente dos outros híbridos que testamos aqui no Canaltech, o MINI Countryman S E é um híbrido plugin, ou seja, pode ser carregado em uma tomada doméstica ou em uma BMW Wallbox. Por isso, ele requer alguns cuidados e muito planejamento para que situações indesejadas não ocorram.

Claro, o carro quase nunca fica sem bateria e isso não aconteceu conosco em momento algum, mas carregar o dispositivo no modo de energia cinética demora muito, além de beber toda a sua gasolina rapidinho. Por isso, verifique onde está a BMW Wallbox mais próxima para que você possa carregá-lo. Segundo a montadora, em apenas três horas é possível dar uma carga completa na bateria. Nos nossos testes, foi até menos.

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Com a bateria cheia, você tem um controle maior sobre o comportamento do carro e pode até se dar ao luxo de, caso queira, utilizar apenas o modo elétrico e não gastar uma gota de combustível. Caso você queira carregar o MINI Countryman S E em casa, utilize uma tomada de 20A (aquelas de micro-ondas). A carga completa neste modo se dará em cerca de cinco horas e você pode fazê-la com o cabo especial que a MINI envia com o automóvel.

Quando rodamos com o carro no modo 100% elétrico, o silêncio impressiona e suas respostas rápidas também, já que o torque neste modo chega de modo imediato e faz com que o SUV, mesmo pesadão (1.760 kg), ande como um carro leve.

Por isso, vale a ressalva: mesmo com autonomia relativamente baixa para um híbrido, você pode dirigir o MINI Countryman S E sem gastar uma só gota de gasolina. Basta se planejar, controlar sua logística e deixá-lo sempre carregado.

Conectividade, conforto e segurança

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Lembra quando falamos que o MINI Countryman S E tinha a missão de ser conectado? Pois bem, ele é. Logo ao se aproximar do veículo, o sistema Comfort Access permite entrarmos no carro sem a necessidade de apertar o botão da chave. Ao abrir a porta do motorista, o esportivo projeta o logotipo MINI no solo - um mimo que dá um ar bem luxoso e imerge o condutor na experiência de ter um MINI. Já o volante, que é revestido em couro, oferece uma empunhadura perfeita, botões multifuncionais e paddleshifts para a troca de marchas do câmbio automatizado de dupla embreagem, que possui sete velocidades.

O modelo se destaca, ainda, por sua tecnologia embarcada. O sistema MINI Connected e MINI Connected XL oferece um conjunto de funcionalidades e ainda é conectado à internet. Esta tecnologia permite obter informações sobre condições de trânsito em tempo real por meio do Pacote Connected Navigation Plus, serviço de alerta de manutenção de componentes (Teleservices), serviços de Concierge (igual ao da BMW), como reservas de hotéis e recomendações sobre restaurantes; além de Chamada de Emergência Inteligente.

O sistema de navegação e entretenimento é visualizado por meio da tela multimídia circular sensível ao toque com 8,8 polegadas e pode ser controlado pelo MINI Touch Controller, localizado no console central do carro. O espelhamento de smartphones é feito apenas via Apple Car Play, uma falha grave para o Countryman S E, já que o Android Auto não é oferecido nem como opcional.

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Em contrapartida, ele possui sistema nativo de navegação GPS, que é atualizado over the air pelo sistema MINI Connected.

Completam os itens tech e de conforto o ar condicionado digital, sete airbags, rodas de liga-leve aro 19, pneus run-flat, teto solar panorâmico, câmera de ré, sensor dianteiro de estacionamento, faróis Full LED direcionais, acionamento eletrônico do freio de mão, sensores de chuva e crepuscular.

Som de primeira

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Vale destacar, também, o sistema de som de altíssima qualidade proporcionado pelo kit da Harmann. Em combinação com o excelente isolamento acústico, é possível, por exemplo, ter uma viagem das mais agradáveis com a música rolando e sem a interferência da rolagem da estrada.

Acabamento requintado

Outro ponto que chama atenção no MINI Countryman S E é seu acabamento. O nível de detalhes e o design peculiar da marca são de encher os olhos, principalmente à noite, quando luzes neon em alguns detalhes das portas e painel dão o tom.

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SUV dos sonhos

Por mais que tenhamos as ressalvas com relação ao consumo, passar uma semana com o MINI Cooper S E Countryman ALL4 foi uma das melhores experiências automotivas que tivemos a chance de ter no Canaltech em 2019.

O nível de requinte e o comportamento do carro tanto na cidade quanto na estrada mostram que a estratégia da marca em apostar em um SUV no mercado brasileiro pode ser das mais acertadas, já que ele anda muito mais do que concorrentes na mesma faixa de preço.

Além disso, com a possibilidade de usá-lo apenas no modo elétrico, ele também pode ser colocado como um bom carro para o dia a dia de uma família, já que os pequenos deslocamentos não usarão gasolina. Para isso, claro, é necessário se planejar para deixar sua bateria sempre cheia e à disposição.

Os prós são muito maiores do que os contras e, sim, vale a pena investir no SUV da MINI.

O MINI Cooper S E Countryman ALL4 pode ser adquirido em todo o Brasil por R$ 219.990.

O MINI Cooper S E Countryman ALL4 utilizado nesta análise foi gentilmente cedido ao Canaltech pela BMW do Brasil.